Cap.48 - Paróquia/ festa popular (Parte V)

604 82 7
                                    

❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎

Os entusiastas aplaudiram, abismados com feito absurdo. E começou um burburinho aqui e ali, especulando quem seria. Não demorou nada para que o identificassem.

Na segunda vez, ao ver aquele homem gigantesco erguendo o martelo e atirando-o de forma bruta contra a plataforma, Laila tremeu feito vara verde, apertando o braço de Herbert com as mãos. E fechou os olhos, virando o rosto para o lado.

Matheo, não seja burro...! Dizia o amigo para si mesmo.

— Está tudo bem, Alteza?

Recebeu dois olhos apavorados em resposta. A respiração curta... As pernas bambas mal conseguindo sustentar o peso do corpo.

— Venha comigo. Vamos ficar ali. — e a levou para perto da banda que tocava animada. Quem sabe a música não a distraía e abafava um pouco daquele som estrondoso...?

Na terceira vez, queria não ter escutado o barulho.

Herbert olhou para ela e Laila estava pálida. Ficou desesperado. Não desmaia... por favor... não desmaia... Suplicava, calado, enquanto a encarava. Nesse instante já a tinha colocado de costas para a atração e posicionado-se defronte dela, segurando seus dois braços.

— Posso fazer algo... pela senhorita?

— Não... obrigada... — estava quase sem forças, tremendo os lábios incolores. Os olhos brilhavam prestes a chorar, tamanho era o medo que dominava seu corpo sem controle.

• • •

Matheo foi deixando a atração com Pablo pelo meio da pequena multidão, que tinha aberto o caminho para eles passarem. Todos com uma feição espantada, ainda abismados com o feito.

— Senhor... nNão vai levar o prêmio...? — o dono da atração o aborda, embasbacado com a proeza. Nunca tinha visto ninguém conseguir nada parecido.

Matheo virou-se para ele. Havia se esquecido daquele detalhe, distraído com o que Pablo sugeriu, mesmo que de brincadeira, convicto de que aquele era o único 'prêmio' pelo qual ele faria qualquer sacrifício que lhe impusessem.

— Já volto aqui pra buscar... — Matheo rebatendo, imaginando que a traria para escolher o que mais gostasse.

Quando foi chegando perto de Herbert e Laila, notou que havia algo de errado.

O amigo o fuzilava com os olhos e balançava a cabeça, com um "veja a merd.. que você fez" piscando na testa.

— Alteza?

Laila olhou para Matheo.

Ele imediatamente percebeu a feição transfigurada, os olhos lacrimejantes e o odor do medo que emanava pela pele. Só respirou fundo e esfregou a mão no rosto com raiva.

Herbert foi soltando o braço dela devagar.

— Gostaria de ir embora, Alteza? — Matheo segeriu, tentando quebrar o processo auto-destrutivo em que ela tinha mergulhado, para seu desalento.

Laila inspirou pautado, ainda sem forças para responder.

Mais alguns segundos...

— Acho que... sim... — balbucia. — Podemos tomar algo... antes?

— Claro... — e estende o braço para levá-la até a barraca mais próxima.

Herbert só seguiu os dois com o olhar. Depois resgatou a boneca que tinha jogado num canto e saiu atrás deles, para não perdê-los de vista. Ficou temeroso de que ela tivesse uma recaída ali, no meio da festa.

(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora