Cap.64 - Solinomo (Parte I)

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Matheo vai a Solinomo atender o pedido de ajuda e vejam só o que aconteceu desta vez...

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(segunda-feira)

No primeiro raio da manhã, Matheo deixava LaViera com seu grupo. Desta vez, relativamente pequeno, pois as circunstâncias da invasão não estavam claras no pedido de ajuda e Solinomo nem era um Reino tão expressivo.

Estava feliz por viver aquele momento inédito com Laila, depois do conturbado começo e de toda a dificuldade, mas ansioso, pois não queria deixar LaViera de forma alguma. Só concordou, pois sabia da importância da missão.

A intenção era averiguar os rumores de invasão, já que era a segunda em menos de uma semana nos arredores, colocando Fernan em alerta máximo.

• • •

— Alteza?

— Bom dia, Elisa! — e a saúda com os ânimos para lá de aflorados.

— Parece tão... feliz.

— E como! Ainda de férias... Podendo fazer o que bem entender...

— Minha ama, era sobre isso mesmo que vim falar. Seu pai deu ordens expressas para que não deixasse o Castelo, em hipótese alguma.

— Como assim??! E a minha aula?

— Ele está apreensivo com as invasões, Alteza. Já emitiu comunicado para os súditos hoje bem cedo e colocou todos os serviçais e a Guarda em alerta máximo.

— Nossa...

— Eu pedi a Jafé para avisar professora Mercedes que não iria à aula. E também a professor Josué da aula de hoje à tarde.

— Bom... Se estamos nessa situação... fez bem.

— Confesso que estou com medo, Alteza. — já embrumando a voz.

— Não se preocupe, Lis. Não há de ser nada. Eu vou descer daqui há pouco para o café. Depois, irei procurar por Herbert. Ele deve saber o que está acontecendo...

— E por quê ele??!! — Elisa parecia irritada.

— E por quê não??!! — Laila ficou intrigada com a reação inesperada da dama.

Huummm... Bem... Porque... Pensei que talvez pudesse querer falar com aquele... homem...

— Ele está fora, Lis.

— Fora???!? Mas onde!!?? E como sabe??!!

— Deixa pra lá. Pode pedir a dona Deulália pra servir o café na copa dos serviçais, sim? Depois a gente conversa sobre a festa.

E lá foi a dama, desconfortável de tudo, a cumprir sua incumbência. Tinha a nítida impressão de não saber o que se passava de verdade naquele lugar, além de umas poucas informações desencontradas. O papo desconexo com Laila só serviu para deixá-la ainda mais encafifada.

• • •

— Senhor Herbert? — Laila o aborda nas dependências da guarda. Ele nem a tinha visto chegar.

— Alteza?! — estava surpreso pela visita. — Bom dia, Alteza! A que devo a honra?

— Bem... Eu vim, pois fiquei preocupada com o comunicado de meu pai aos súditos. Elisa também comentou sobre o estado de alerta pelo Castelo. O senhor sabe de alguma coisa?

— Hum... Na real... Nada muito além de...

— Eu sei. Ele foi até Solinomo conter alguns invasores.

— Exatamente. Nem sabia que a senhorita...

— Ele me contou, Herbert. Ontem... — e deixou escapar um olhar doce, junto a um sorriso sutil.

Não precisava dizer mais nada...

— Hum... — Herbert sorria terno para ela.

Era evidente que estavam se dando bem... Talvez até demais, só pelo jeito que Laila se referia a Matheo...

— Bom... O que a senhorita sabe é quase o mesmo que eu. Há uma invasão num Reino próximo, da qual não sabemos muita coisa. Matheo foi até lá com os guardas pra averiguar. E pela proximidade, Rei Fernan colocou todos em alerta.

— Então, é só isso...?

— É tudo o que sei.

— Se for, certamente ele há de resolver. Não é mesmo?

— Acredito que sim.

— Bom... Acho que vou voltar pra lá então. Qualquer informação adicional, por favor, divida comigo, está bem?

— Pode deixar, Alteza.

— Até mais, senhor Herbert.

— Até...

Não é que ele conseguiu. O que parecia impossível... Ele, sem dúvida, conseguiu... Herbert estava realmente abismado com o feito do amigo.

• • •

Matheo chegou com seus homens em Solinomo no início da tarde.

Logo que adentraram à vila, perceberam uma movimentação estranha. As pessoas apreensivas, mas não detidas. Perguntaram a um e outro, tentando entender o que acontecia. Para os moradores, os invasores já tinham ido embora do Reino no dia anterior.

Matheo achou aquilo deveras esquisito.

— Vamos ao Castelo. — ordenou.

Ao se aproximarem do portão, não acharam nem um guarda sequer de prontidão.

Matheo se pôs a escalar o muro para espiar do outro lado. Não viu nada também. Nem guarda... Nem invasores... Parecia uma construção abandonada.

Ficou ainda mais apreensivo.

Desceu pela parte interna do muro para abrir o acesso para os guardas que o acompanhavam.

No entorno do prédio principal localizaram uma porta ao fundo, sem ninguém em sentinela.

Enquanto caminhavam por um corredor, Matheo finalmente escutou vozes longínquas. Não estava claro de onde vinham.

Seguiram na espreita para tentarem se aproximar delas. Matheo à frente dos demais com a espada em punho.

Encontraram uma pequena passagem e logo uma escada, que parecia levar às masmorras. Desceram, cautelosos, pisando leve e foram avançando devagar, ambiente por ambiente, até se aproximarem das vozes.

Quando Matheo percebeu que os invasores estavam ao lado, ordenou que o grupo parasse. Ele espiou de relance pela porta, deu as instruções por gestos e logo invadiram o espaço para combater os que estavam ali.

Cinco homens enormes vieram ao encontro deles para o conflito.

Matheo rendeu três em segundos. Os outros dois ficaram a cargo dos guardas, que também não tiveram dificuldades em dominá-los. Em instantes, os cinco já estavam deitados no chão, de costas, desarmados e inócuos.

— Quem são vocês? — Matheo tentava entender o que se passava. — Quem são? E quantos de vocês há mais?? — a espada na linha do pescoço de um dos infelizes.

— Senhor?!! Por favor me ajude!!! — e o pedido, vindo do fundo, ecoava pelo labirinto obscuro. — Sou eu, Rei Héctor. Estou aqui atrás...

(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora