Cap.81 - Sogro e Sogra (Parte II)

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(quarta-feira)

Laila despertou na manhã seguinte, debaixo daquela "massa humana" com praticamente a metade do corpo adormecida.

— Matheo?!!

— Oi??? Que foi?! — acordou assustado, falando mole.

— Você... Está em cima de mim.

Ele removeu o corpanzil gigantesco para o lado, mas ainda mantendo-a dentro do braço.

Estava praticamente imobilizada.

— Matheo!!!??

— Que foi???!

— Está me sufocando desse jeito.

— Huummm... Vem aqui vai.

— Não!

— Vem sim... — e a puxou bem perto, grudando-se nela novamente.

— Não pode fazer isso! Não consigo dormir assim...

— Não reclama, vai... Demorei muito pra chegar até aqui. Agora quero curtir você.

— Ai... Se eu mereço... — e ficou lá, toda dolorida, sem conseguir se mexer, tampouco pregar os olhos, apesar do dia ter chegado há poucos minutos a Aguas Cálidas.

Após um bom tempo sem condições de, ao menos, um cochilinho, Laila decidiu sair da cama em definitivo. Arrumou-se, deixou o quarto antes de Matheo e foi tomar café com o pai dele e a 'bá', ainda muito sonolenta.

Tentava se esforçar o máximo para disfarçar a dor pelo corpo. Não queria deixar os anfitriões constrangidos, já que tinham cedido sua própria cama a ela. Mas mal conseguia. Estava com o lado direito praticamente travado. Precisou de um esforço enorme para não sair puxando a perna.

A conversa à mesa do café fluía alegre e descontraída. Comentavam sobre amenidades, faziam muitas perguntas à Laila, curiosidades sobre a vida de princesa, de como tinha conhecido Matheo... Sempre tratando-a como o mais ilustre membro da realeza, em um absoluto capricho.

• • •

Um tempo depois, o "noivo" apareceu.

— Bom dia, pai, 'bá'... Oi, meu amor. — e deixou um beijo na testa de Laila, antes de ajeitar-se ao lado dela. — Já comeu?

— Sim. Estou só bebendo o restinho do chá, a conversar aqui, com seu pai e dona Aurora.

— E você, filho? Dormiu bem? — Adam perguntou.

— Melhor impossível, pai. Melhor impossível... — e olhou para a esposa sem se acanhar, fazendo-a desviar os olhos para a xícara, constrangida com a atitude indiscreta. — Mais alguém acordou? Minha mãe?!

— Não "filho", só o seu amigo e a dama de nossa princesa. — disse a "bá".

— E onde estão? — meio desinteressado, entre uma mordida e outra de um pedaço grande do pão que devorava.

— Herbert queria visitar outras casas como esta e tentar achar o construtor. Convidou a menina e os dois foram juntos. Já faz um tempo... — o pai completou.

— Huummm.... — Matheo ergueu a sobrancelha, já desconfiando dos dois. — Nós podemos ir passear também, meu amor. Quero te levar às praias que eu ia quando criança. O que acha?

Laila respirou fundo, angustiada. 

— Que foi, hein?

— Tenho receio de praias.

Mais um beijo na bochecha.

— Nem se preocupa... Você tá comigo dessa vez. 

Ela o encarou, desconfiada, torcendo o nariz.

(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora