Cap.68 - Ajuda ao Reino - 2º dia (Parte III)

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Aproximou-se dos dois e atravessou as costas dela com o braço, encostando a barba na testa para deixar um beijo, sem nenhum recato mais.

— Já disse à Sua Alteza... Se fizer mal a ela, eu acerto as contas com você.

— Assim...? Desse jeito...? — Matheo desdenhou do amigo.

— Do jeito que for...

— Eu espero você se recuperar. Não duelo com enfermos.

Pablo tentou acertar um chute em Matheo com a perna boa, fazendo-o desviar, na costumeira brincadeira bruta.

— É sério... Não tenho medo de você. Se fizer mal a ela, terá de se ver comigo. — Pablo reforçou a ameaça ao amigo.

Laila só ria de nervoso. De fato, Pablo e Herbert eram os únicos que já tinha visto bater de frente com aquele homem.

Pelo menos, de tentarem...

— Nem se preocupe com ela. Está bem... cuidada. — e beijou a mão de Laila, fazendo-a ruborizar. Aproveitando, não soltou mais sua mão da dela. — Sai quando daí?

— Sei lá... Vão dias ainda, pelo doutor. — Pablo devolveu.

— Quero só ver...

— E você...? Com esse braço aí?

— Acho que mais uma semana. Se não me irritar antes.

— É um bronco mesmo. Depois fica tudo torto.

— Não enche... — Matheo revidou, de pouco caso. — Bom... Tenho que voltar lá. Outra reunião.

— Sei...

— Vamos, Alteza?

— Por que vai levá-la??!! Ela está bem aqui. — Pablo contestou, arrancando um sorriso involuntário dela.

— Eu??! Deixar a minha mulher aqui, com você??! Nem morto!

O que a fez rir de nervoso, vermelha como uma pimenta.

— Vamos? — Matheo insistiu.

— Fique bem, senhor Pablo. E espero que se recupere logo. — e deu um surpreendente beijo na testa dele.

— Vai lá, antes que essa fera venha pra cima de mim. — e acenou para o amigo com a cabeça, que olhava para os dois com uma feição sinistra.

Matheo saiu caminhando com Laila em direção a escada que acessava o corredor dos serviçais, no piso térreo.

— Não sabia que ia vir aqui.

— Vim ver como ele está. Fiquei preocupada. Doutor Euclides disse que o ferimento é sério. — Laila se justificou.

— Hum...

— Por quê?

— Nada...

— Nada?

— De novo... Eu não sabia.

— E?

— Fiquei... com ciúmes...

— Que bobagem, Matheo! Ele nos defendeu. Sinto-me responsável por isso.

— Sei...

— Além de tudo, Pablo é seu amigo. E meu também... Não deveria ter ciúmes dos amigos.

— Tenho até da sombra... quando se trata da senhorita. — e já tinha parado de caminhar, perto da escada dos serviçais que levava aos andares superiores.

— Mas não pode ser assim...

— Assim...? — e dava um beijo no pescoço dela, deixando-a bem preocupada de serem pegos por alguém ali, no meio do caminho. — Ou assim...? — e subia esfregando os lábios pelo rosto até a testa.

(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora