Cap.73 - Pedido ao Rei (Parte I)

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E aqui está, um momento histórico para o nosso ogro preferido. Agora... ninguém segura mais esse homem... ;-)

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(segunda - sexta-feira)

Matheo se apresentou ao Rei logo cedo.

Ficaram circulando pelo Castelo por um tempo, até que ele abordou Fernan numa oportunidade em que estavam só os dois.

— Majestade, agora que a batalha acabou e... já estamos voltando com as coisas no lugar... Eu gostaria de ter uma conversa a sós com o senhor.

— Certamente, meu caro. Mas, tendo livre acesso a mim, qual a necessidade de toda a formalidade de uma conversa em particular?

— Na verdade, um pedido, Majestade.

O Rei sentiu que seu Chefe da Guarda estava diferente. Um quê de insegurança, somado a ansiedade que tinha pescado no ar.

Diante do comportamento atípico de Matheo, tomou a iniciativa de sugerir que fossem para a Sala de Despacho, acompanhando-o pessoalmente até lá.

• • •

— Acomode-se aqui, por favor. — e Fernan apontou a cadeira em frente à grande mesa. — Que motivo nos traz a esta conversa, meu caro?

Matheo inspirou o ar profundamente para tomar coragem.

— Majestade, não sei como dizer isso, mas... Eu... Sua filha... Tenho muita consideração por ela e...

— Meu rapaz... — Fernan surpreendentemente o interrompeu. — Mesmo depois de tanto tempo de convívio... eu ainda não sei como poderia agradecê-lo por sua dedicação a este Reino, desde que salvou meus caríssimos súditos, quando do incidente em La Montagna, incluindo minha própria filha. Tornando seu ato um feito irrecompensável de minha parte, como Rei e como pai. — e Fernan abre a conversa que, a princípio, nem seria sua. — Após isso... Você ainda se manteve por aqui, dedicando um precioso tempo e experiência que eu jamais teria conseguido de outra forma, a garantir a nossa segurança da maneira mais eficaz possível. É claro que ofereci o que podia a você e a seus companheiros. Mas... estamos de acordo que nada estaria à altura do que nos proporcionou, com sua experiência e dedicação. — enalteceu. — E... Depois disso, ainda concordou em embrenhar-se nas missões que lhe atribuí, socorrendo meus aliados. Confesso que fiquei fascinado por tê-lo por perto tão disponível, o que acabou ocasionando uma certa demora de minha parte em perceber a razão que o mantinha próximo a mim... A este Reino. — e conseguiu arrancar um par de olhos arregalados de Matheo, surpreso com tais revelações. — Deixando um pouco o entusiasmo de lado, é certo que estas habilidades abençoadas poderiam tê-lo levado aonde quisesse, meu rapaz. Não seria nada surpresa se você decidisse construir seu próprio Reino, se o poder fosse o que genuinamente buscasse. E, caso isso acontecesse, nada me estranharia se LaViera, assim como outros aliados, se tornassem Reinos periféricos, totalmente dependentes da potência que você lideraria...

Matheo estava ainda mais surpreso com as palavras sinceras de Fernan.

— Honestamente, você poderia ter ido a qualquer lugar que desejasse. No entanto, ficou o tempo inteiro aqui, comigo, neste pedaço de terra, lutando para preservar a paz, a ordem e, acima de tudo, minha estada no poder. Tão grande foi a minha inocência, que levei tempos a perceber o que realmente o estimulava a seguir ao nosso lado... O que o prendia a mim e a minha família...

E um grande silêncio se fez...

— É ela, meu caro. É Laila, a minha filha... A resposta esteve o tempo todo bem na minha frente...

Matheo prendeu o ar.

— Não haveria como passar despercebido o fascínio por ela em seu olhar... Um amor que parece se colocar acima de tudo e de todos. Algo que poucas vezes presenciei em minha longa e vivida jornada. — constatou, já bastante emocionado. — Tenho comigo minha fiel companheira Isaboh e sei o valor de um amor verdadeiro para uma vida abençoada juntos.

Matheo finalmente conseguiu relaxar, aliviado por Fernan entender o que se passava entre ele e sua filha. E também por ter lhe poupado de um discurso que definitivamente não estava preparado e nem seria de sua natureza fazê-lo.

— Eu jamais poderia lhe negligenciar isso. É claro que te darei a mão de Laila, se for de sua vontade.

— Majestade... Estou... Bem... Não imaginava que seria...

— Fácil...?! Mas nada disso foi fácil. Eu sou testemunha de todo o sacrifício que fez nesse longo percurso, até chegar aqui... hoje... diante de mim... e me fazer o pedido. — o Rei completou, em tom de discurso, já com a voz embargada. — Esteja certo que você fez por merecer cada dia desse amor que irá viver com Laila, Matheo, espero que pelo resto de suas longas vidas...

E se levantou da cadeira para vir ao encontro do futuro genro, que estava extasiado com o que acontecia.

— Só te peço que a respeite e a faça muito feliz, meu caro. — e o Rei encerrou com um forte abraço nele. — Seja bem-vindo a família... Meu filho.

Matheo retribuiu o cumprimento, dessa vez de coração, sem zombaria, má vontade ou encenação.

— Majestade... Nem sei como agradecê-lo.

— Eu é que devo lhe agradecer por tudo o que fez por nós. — e selou mais um abraço no futuro genro. — Ah... Só para avisá-lo de antemão, antes mesmo de Isaboh... Darei uma grande festa no próximo sábado para comemorar nossa vitória. Seria um momento perfeito para propor Laila. O quê acha?

— É ótimo, Majestade. Obrigado mais uma vez. Com licença. — e deixou a sala, ainda abismado.

Definitivamente, não acreditava que vivia aquele momento. Nada mais a atravancar o caminho que o levava até ela.

Descia as escadas, meio atônito, quando se sentou em um degrau ali mesmo, passou a mão na cabeça e não conseguiu evitar as lágrimas de alívio e alegria. Ninguém o veria daquele jeito, num momento só dele.

A mulher de sua vida, até que enfim oficialmente sua...

Custava a acreditar que aquele sonho — o melhor de todos —finalmente se tornava realidade.

Queria ir correndo propô-la. Mas, por incrível que pareça, conseguiu se conter.

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Capítulo que dedico às queridas leitoras:

SirleyCruvinel

LarissaBentoo

Natalymanoel

MayharaCamara

jayanejj

Obrigada! bjs

(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora