— Eu poderia passar a noite aqui, te beijando incansavelmente. — confidenciou, para o deleite dele, o que o fez mudar a feição no ato e devolver um sorriso deslumbrado para ela. Aproveitando-se da receptividade, Matheo começou a acariciar o rosto e logo evoluiu para uns beijinhos delicados.
Quando Laila se deu conta, ele já estava atrás dela, envolvendo-a com os braços, espremendo-a contra o corpo. Queria saciar-se da incontrolável vontade de tê-la, mesmo não sabendo onde aquela conversa iria dar.
— Mas o que me pede, vai muito além disso... Muito além do que eu poderia te oferecer...
— Vai... — e beijos atrevidos escapam sobre o pescoço, junto ao roço da barba grossa da base até a lateral do rosto, que sempre a deixava transtornada de desejo.
Isso parece... impossível de resistir...
— E não sei se estou preparada... Pra viver com você... Pelo resto da vida. Sabe... Você é muito intenso... E extrapola todos os limites... — dizendo com dificuldade, ofegante, pela abordagem alucinante.
Ele ria, malicioso...
— Você às vezes, até parece me sufocar... Com essa mania de me perseguir.
— Para a sua segurança, senhorita... — e ampliava ainda mais a liberdade desmedida ao esfregar os lábios pela pele desnuda. As mãos também não se cansavam de circular entre a cintura e os braços, demorando-se nos seios.
E lá estava... A versão mais perversa de seu ser, completamente descontrolado por ela.
Não haveria como detê-lo.
— Pois é... Para minha segurança... — retrucou, já rendida à abordagem auspiciosa de seu autor. — Não haveria outra desculpa melhor, não é? Tudo pela minha segurança. — repetia, na ironia que conseguia.
Ele ria dela e a apertava mais forte... Que tentava conter, em vão, as mãos e braços sem controle.
— Eu... não sei... se suportaria... lidar com... isso.
— Mesmo se eu prometesse não fazer mais...?
— Você, Matheo! — e levantou a voz como se chamasse a atenção de uma criança. — Acho que até prometeria. Mas não acredito que fosse capaz de cumprir.
E agora, a beijava no rosto.
Laila ainda relutava um pouco para tentar contê-lo.
Mas, nossa... Beirava o impossível...
— E se ao menos... tentássemos...? — ele sugeriu.
— Como assim...?!
— Me diga quais são suas condições...
— Bom senso é a minha condição, Matheo.
E ele soltou um riso nasal, esfregando os olhos com força. Parece que não entendia nada daquelas duas palavras: bom senso.
Laila aproveitou que ele a "libertou", para seguir com a conversa um pouco mais composta.
— Eu... Não... Bem... Na real... O que pra mim parece aceitável, para a senhorita...
— Eu já sei. Você não conhece os parâmetros do bom senso.
Ele deu de ombros.
— Esse é o nosso problema, Matheo. Eu preciso de alguém que me respeite, alguém que não extrapole meus limites. E você... Você nem conhece os limites de nada. Parece que ninguém nunca colocou limite algum em você. E se colocou também...
— Eu quebrei todos.
— Exatamente... — inspirando o ar, inconformada.
— Mas... E se a senhorita me dissesse o que lhe agrada?
— Matheo?
— Se me ensinasse o que é bom senso no seu entender?
— Matheo!?
— E se fosse me explicando, aos poucos, como eu poderia... agradá-la. E lidar com a senhorita... Conhecer os seus limites...?
E mais um suspiro profundo se apresentou ali.
— Não acredito que funcione. Sinceramente, não acredito...
— Posso te pedir... pelo menos pra tentarmos? — e a segurou pelo pescoço, para olhá-la nos olhos.
— Não existe "tentar" com você, Matheo. Ou é ou não é.
Ele sorriu confiante e voltou a alisar o rosto dela.
— Além de tudo... Você nem mereceria.
Matheo expirou um riso com a sinceridade das palavras, numa feição ainda mais admirada.
— Eu concordo, Laila. Mas, de verdade... Não consigo imaginar minha vida sem você.
E lá estava a declaração que a desmontou novamente.
Ela lhe devolveu um sorriso sem graça, ainda se queimando por dentro em tentar conter um sentimento quase irreprimível e mútuo por aquele homem.
— Laila, eu falo sério. Eu não pensei a minha vida sem você, desde quando me descobri apaixonado... por essa mulher... A mais linda e doce que já vi.
Outra vez "no chão", ela não conseguia mais se controlar.
Retribuiu com os olhos brilhando e um sorriso meigo, rendendo-se completamente, o que o fez avançar um pouco mais e fechar a pequena distância entre os lábios.
Deu-lhe um beijo ardente e muito... Mas muito apaixonado.
Ficaram lá se beijando, sem conseguirem parar.
Quando finalmente deram um tempo, ele ainda a manteve firme em seu braço, como se quisesse sentir que era sua.
— Tenho uma curiosidade... — ela comentou.
— Qual?
— Quando foi que... se apaixonou por mim?
— Bem... Eu achei que fosse...
— Nem me fale!
— Não... Não é o que tá pensando. — e antecipou-se, para não correr o risco de perdê-la naquele momento único.
— Eu achei que fosse naquele Baile. Você lá... linda... De vermelho...
E a confissão a fez ficar da cor do vestido que usava naquela noite.
— No entanto...
— No entanto... Acho que me enganei.
— Por quê?
— Você me derrubou, desde quando a tirei do mar, Laila. Algo aconteceu ali, comigo... Mas que ignorei completamente, por desconhecer tal... sentimento. — confessou, seguido de outro beijo que preenchia os segundos de silêncio do difícil diálogo.
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(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)
RomanceE finalmente o 3º, último e derradeiro livro da história de **LAILA**. Quem ainda não leu o 1º ou o 2º livro, ambos estão na minha página @vivianevmoreira no wattpad. ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ Até chegarmos no desfecho dessa impensável história...