Cap.68 - Ajuda ao Reino - 2º dia (Parte I)

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E aqui está mais um dia em que Laila se aventura a ajudar seu famigerado Reino pós-invasão... E, como não poderia faltar... mais alguns momentos, "só alegria" entre o casal mais atrevido da Era Medieval. 

Espero que curtam e obrigada por acompanharem essa história...Bjs!

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(quarta-feira)

Matheo acordou com o sol nascendo, na quarta-feira.

Laila ainda dormia profundo, quando ele deixou o quarto, sorrateiro. Chegou até seu cavalo sem ser visto, deu uma volta em torno do prédio, como se fizesse uma ronda e foi alojá-lo no tronco. 

• • •

Laila só acordou, quando Elisa entrou no quarto para chamá-la.

— Nossa... Que dor de cabeça horrível.

— O que houve, ama?

— Nem sei, mas... Deixa pra lá. Como estão as coisas por aqui, no Castelo? Ainda há muito o que colocar em ordem? — já mudando o assunto.

— A senhorita não imagina, Alteza! Ontem mesmo, ficamos com sua mãe a nos coordenar para terminarmos os ambientes do quarto piso. Estavam lastimáveis. Hoje também há muito o que fazer, na cozinha e nas dependências dos serviçais. É certo que não conseguiremos acabar em tempo de cuidar das salas do primeiro andar. E ainda lá fora... — Elisa continuava relatando seus afazeres, mas Laila já não prestava mais atenção. Olhar no horizonte, aos poucos sua memória recapitulava os flashes da noite anterior. Às vezes, ria do nada, sozinha.

A dama, percebendo a dispersão dela...

— Minha ama quer que eu traga o café?

— Claro, Lis. E quando descer, peça também a Jafé para identificar outro ponto do Reino que precise de ajuda. Ontem o que fizemos por aqueles habitantes valeu muito a pena.

De fato, Laila tinha adorado desempenhar tais tarefas de auxiliar os moradores na organização de suas casas, algo completamente diferente do seu dia-a-dia. Isso fora o desfecho da noite, ainda mais divertido e surpreendente. Mesmo que não se lembrasse de tudo o que aconteceu.

— Está bem, ama. — Lis assentiu. — Nem comentei com a senhorita, mas aquele... homem...

— Matheo, Lis.

— Isso mesmo, o senhor Matheo. — Elisa concordou, contrariada com o conforto de Laila ao falar do que, para ela, seria o pior ser do mundo alguns meses atrás. — Pois ele veio me procurar pra saber de Sua Alteza. Ficou furioso quando disse que havia saído.

— Nem se preocupe. Ele encontrou com a gente lá na Vila. Acabou até nos ajudando...

Elisa estava inconformada. Sua ama se rendendo àquele homem horrível, que fez tão mal a elas...?! Não podia acreditar naquilo...

— Mas, Alteza... E o que digo a ele, se vier novamente daquele jeito, sabe...? Apavorante...?

— Diga a verdade, Lis. Assim que Jafé contar para onde iremos hoje, você já saberá e poderá falar a Matheo, caso ele pergunte.

Laila não tinha mais receio em fazê-lo saber de sua vida. Estava feliz por se sentir bem em relação a ele. Ou será que era por saber que ele a amava de forma declarada e desmedida?

— Está certo, ama. Mas saiba que ele ainda me deixa desconfortável.

— Lis, ele não vai fazer nada de mal a mim ou a você.

— Eu sei. Na verdade... Sempre desconfiei...

— O quê?! O que está insinuando aí...??!

— Que ele ama Sua Alteza, oras!!! Ele é completamente apaixonado pela senhorita. Dá pra ver nos olhos dele.

— Você acha mesmo, é...? — Laila indagou em meio a um irreprimível sorriso.

— Só Sua Alteza não queria enxergar, mas estava na cara dele o tempo inteiro.

E ela ficou quieta diante da verdade nua e crua que Lis despejava.

Pensava sobre Matheo... O quanto o admirava... Mas, ao mesmo tempo, o quanto o temia e a mágoa insuperável pelo que ele fez.

Meu Deus, aquele homem gigantesco em todos os sentidos... Como vou conseguir lidar com tudo aquilo sozinha?... Além de ter me feito tão mal... O pior de todos os males... Não há nada capaz de detê-lo... Como "enfrenta-lo" com toda aquela magnitude, sem poder dividir a "responsabilidade" com mais ninguém?... Indagava-se, aflita, ao mesmo tempo que tentada, pois o absolutismo de Matheo a atraía e repelia, em um sentimento antagônico... Conflitante... Intrigante...

— Sabe... — começou Elisa. — Eu preferia ir com a senhorita, a ficar aqui no Castelo. Acho que precisam muito mais da gente lá fora que aqui dentro.

— Elisa?

— Oi, ama?

— Minha mãe precisa muito de você aqui. E eu também.

— Eu sei. Mas é que...

— Lis... É importante que fique aqui para ajudar minha mãe. Há muito o que ser feito também. Eu vou, porque gosto de ajudar, mas também porque precisamos mostrar às pessoas que estamos com elas. Eu tenho que passar essa mensagem.

— Tem razão. Só espero que aquele homem assustador não venha atrás de mim. Tenho medo que ele me faça...

— Elisa, acredite em mim, está bem? Ele não quer nos fazer mal algum.

— Mas ele é apaixonado por Sua Alteza e pode achar que eu tenho culpa que a senhorita saiu às escondidas. E querer se vingar de mim...

— Imagine! Que absurdo! Nada disso vai acontecer. Não se preocupe... — Laila segurou firme as mãos de Elisa para passar-lhe confiança. — Vá agora buscar o café e envie meu recado a seu irmão. Ah... E tente descobrir se Matheo está por aqui. Assim, eu mesma falo com ele.

— Ai que coragem a de Sua Alteza... Em contato com aquele homem monstruoso.

— Ai, Elisa... Só você mesmo... — Laila riu, balançando a cabeça.

Assim que a dama saiu, ela começou a se aprontar. Tomou um bom banho, vestiu novamente um vestido simples, mas muito gracioso, e em meia hora, Elisa já estava de volta com seu café da manhã.

Quando a dama desceu com a bandeja, encontrou seu irmão com o roteiro do dia.

• • •

— Minha ama, Jafé já me passou onde irão hoje.

— E aonde é?! — Laila estava ansiosa.

— Na escola das crianças. Dizem que está uma bagunça por lá.

— Que ótimo!! É perfeito! — animou-se. — E Matheo? Conseguiu achá-lo?

— Parece que não está no Castelo. Deve ter saído com o Rei.

— Sem problemas... Caso pergunte, você fica incumbida do recado.

— Mas, ama... Que medo em pensar naquele homem perdendo a linha comigo, por tê-la deixado sair outra vez. — e pôs a mão sobre a cabeça, como se estivesse a se proteger.

— Elisa, mas deixe de ser boba! Nada vai acontecer a você. Se ele fizer qualquer coisa de que não goste, me avise que eu tirarei satisfações com ele, está bem?

— Combinado. — concordou, aborrecida, fazendo cara de choro.

— Vá pedir a Jafé que prepare o cavalo. Desço em cinco minutos.

Laila terminou de aprontar-se, pegou sua capa e seguiu com o pagem para mais um dia de trabalho na recuperação de seu Reino.

(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora