(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)

Cap.69 - Ajuda ao Reino - 3º dia (Parte III)

Voltou ao final do dia, trazendo um livro que imaginou poder interessar a Pablo, como havia prometido.

— Veja o que tenho aqui. — anunciou, enquanto se aproximava da cama dele.

Logo, abriu o livro de mapas para mostrar ao amigo. O mesmo que Matheo tinha apresentado a ela, na Biblioteca da Escola, pela manhã.

— Nossa...! Nunca tinha visto um assim, tão detalhado.

— Muito legal, não é...?

— Muito...

— Aqui... Onde estamos... — e Laila apontou LaViera.

— Hum...

Pablo começou a avaliar o que havia em volta.

— Esse aqui... Almendras... — ele identificou.

— É... Também invadido... Como a gente. — ela constatou.

— Exato. E Vivenda de La Madre...

— É verdade... — Laila concordou. — Nunca tinha reparado onde fica.

— Aguas Cálidas aqui... Próximo a Vivenda.

— Que lugar é esse?

— Onde mora a família de seu... hum, hum... do meu Chefe.

— Ah... Não sabia. — ela ruborizou com a gafe inocente de Pablo.

— Achei Celeste também.

— O que tem lá?

— Uma invasão... violenta como a nossa... que contornamos. E um Rei muito arrogante e mal-agradecido. Armando era nome dele. — Pablo explicou.

— Que ruim...

— Tivemos que segurar nosso líder pra não ir pra cima do pobre homem.

— E conseguiram?!

— Mais ou menos... — Pablo soltou um riso encabulado.

— Ninguém... parece... conseguir. — ela constatou, num tom apreensivo.

— Ninguém conseguia... — ele a corrigiu.

Laila espremeu os olhos para Pablo, estranhando...

— Até surgir Sua Alteza... — e lançou-lhe um olhar de esperança.

— Imagina. — ela contestou, sem graça.

— Tenha certeza de que é a única, Alteza. Ainda que pareça não ter se dado conta disso... Completamente...

— Acho que ninguém, mesmo. — insistiu.

— Estou certo que não deva ser nada fácil... — Pablo falava com sinceridade e uma ponta de dó dela. — Mas saiba que é a única que pode com ele. E certamente, não haverá... mais nenhum outro... capaz disso... nesse mundo.

Comentário honesto e direto que fez Laila gelar, deixando-a ainda mais apreensiva com aquele que parecia ser o seu destino, quer queira quer não.

— Por isso... Eu estou aqui... pra ajudá-la no que for preciso. E não falo isso da "boca pra fora", não... Sei o quanto é... e quanto ainda vai ser... muito difícil... carregar... esse fardo sozinha.

Ela olhou para Pablo, transfigurada.

— Mas não precisa ficar preocupada assim. — ainda tentando confortá-la. — Apesar de incontrolável, o amor que sente por Sua Alteza é capaz de segurar uma boa parte dos monstros... que "ali" habitam...

— Uma parte? — ela engoliu seco, desviando o olhar temeroso para o chão.

Finalmente havia encontrado alguém que parecia entender o medo insuperável que ela sentia de Matheo, para compartilhar um pouco da angústia que carregava, até então, completamente sozinha.