Cap.79 - Cerimônia Oficial (Parte IV)

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Dia seguinte, Laila sentiu-se estranha ao acordar ao lado do marido. Estava nua e esgotada. Não descansou nem a metade do que precisava.

Além do pouco de frio que passou, Matheo ainda se mexeu, inquieto, durante a noite inteira, fazendo-a despertar assustada inúmeras vezes. Isso fora o peso do corpo de seu marido sobre o seu, já que ele dormiu parcialmente em cima dela, como se quisesse evitar que fugisse.

— Já acordou, meu amor? — e beijou os lábios, amável.

— Acho que não dormi direito. — coçando os olhos que ardiam.

— Melhor se acostumar...

— Preciso mesmo. Mas leva um tempo.

— Com certeza. — e intensificou os beijos, afobado, prenúncio do amor que estavas prestes a fazer na esposa, mais um vez...

• • •

— Tenho que ir.

— Está bem... — ela só pensava em dormir. Dois dias inteiros, se pudesse.

— Vai sentir falta de mim...?

— Acho que não vai dar tempo. — e devolveu-lhe um meio-sorriso, ainda com o marido em cima dela, mal conseguindo manter os olhos abertos.

— Não mesmo... — e a beijou outra vez. — Amo você, Laila. — e declarou-se, antes de se levantar e vestir a roupa.

Ela pegou no sono profundo outra vez, nem vendo quando Matheo foi embora.

Acordou com Elisa esmurrando a porta trancada.

A dama foi providencial. Trouxe o café da manhã, certa de que sua ama precisava daquela refeição como nunca antes.

— Minha ama, são sete e meia da manhã. Tem que se aprontar, senão, chegará atrasada à Escola.

— Nossa... Estou acabada, Lis.

— Faço ideia... Venha comer.

Laila se sentou à pequena mesa e devorou seu café. Depois, precisou apressar-se com a toilette para recuperar parte do atraso.

Próximo a carruagem, Matheo a aguardava feito um poste.

— Passou bem, meu amor...?

— Muito.

— Boa aula. — e a beijou na testa, sem se acanhar, na frente dos guardas e de Jafé.

— Obrigada.

Herbert foi procurar por ele, logo pela manhã, na área de treino.

— E foi tudo bem?

— Melhor estraga.

Os dois se cumprimentam com um aperto forte de mãos.

— Valeu... Mais uma vez... — Matheo agradeceu o amigo.

— Ela é sua agora, meu irmão... Cuide bem dela.

— Nem se preocupe.

E a duríssima missão finalmente estava conclusa.

• • •

Laila assistiu as aulas sonolenta. Era estranho imaginar-se casada e tudo o que se passou desde o dia anterior, sem poder contar a ninguém. Nem para as melhores amigas.

Aliás, o clima por ali era de pré-festa de casamento, com Anabella e Luzia a importunarem querendo saber todos os detalhes, os convidados, o local, a cerimônia e principalmente sobre vestido, já que Laila havia faltado a aula para ir prová-lo, no dia anterior. E lá ela ficou, respondendo a cada indagação com a empolgação que não tinha, para as entusiasmadas amigas.

Já Matheo, passou uma manhã tranquila.

Pablo, que treinava os guardas com ele, nem o reconhecia. Estava sereno, sem qualquer sinal da típica inquietude que lhe era companhia inseparável.

• • •

À noite, depois do jantar...

— Boa noite, ama.

— Boa, Lis.

Deu segundos que Elisa deixou o quarto...

— Já tá linda demais, meu amor. — e ele surpreendeu, enquanto Laila, em sua penteadeira, preparava uma trança para dormir.

— Ai, Meu Deus!!! De novo, Matheo... Me pegando desprevenida.

Ela vestia a mesma camisola cor de pérola do dia anterior.

Ele a tomou no colo, no segundo seguinte, ajeitou-a sobre o leito e se pôs a amá-la intensamente, como era de se prever.

Depois ficaram lá, se curtindo.

Era impressionante a habilidade dele em fazê-la se sentir adorada, desejada...

— Você não pode me pregar esse susto, sempre que entrar aqui.

— Eu sei. Desculpa. É que eu tava ansioso... E Elisa não saía nunca.

— Ela sempre ajuda a me preparar para dormir.

— Precisa começar a se livrar dela antes.

— Mas sempre foi assim...

— Agora não mais. A senhora é uma mulher casada e seu marido a quer... Só dele... O quanto antes... Pelo maior tempo possível...

O que a fez sorrir da impertinência.

— Vamos ter que mudar toda a rotina.

— Com certeza... Até porque não ficaremos aqui por muito tempo.

— Vou sentir falta desse quarto. É meu desde que nasci.

— Mas pequeno pra nós dois.

— Quem mandou eu arranjar esse marido volumoso, não??!

— Agora não adianta mais lamentar... — e se pôs a morder as costas dela, que não controlava os gritos aflitos.

Nem era preciso dizer aonde aquele assédio todo ia dar.

• • •

— Hora de ir... — Laila anuncia.

Matheo ficou a encará-la, sorrindo lindo, sem dizer nada.

Depois, ajeitou-se de lado despejando o braço gigante sobre o torso dela.

— Ei...??! Tem que ir.

— Não existe... a menor chance... de eu sair daqui agora.

— Que intransigente.

• • •

Dormiram do jeito que estavam.

Laila acordou no outro dia, soterrada sob uma montanha de músculos, com dores pelo corpo inteiro.

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(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora