Rochester, Nova Iorque, Outubro de 1932
Minha família era de classe média. Nessa época estava acontecendo a Grande Depressão nos EUA, mas mesmo assim meu pai gostava de dar centenas de vestidos para Rosalie, eu ficava com o que não servia mais, mas nunca me importei muito com isso. Nossa casa não era muito grande, mas cabia uma família de 6 pessoas. Eu dividia meu quarto com Rose, e Benjamin e Samuel dividiam outro.
Certa noite, de madrugada, eu estava dormindo e, de repente comecei a ouvir barulhos vindos da janela da sacada. Acordei, olhei para a cama de Rose, mas ela estava dormindo. Me levantei e fui até a janela, quando abri as cortinas, pedras batiam na janela, alguém as estava jogando. Abri a porta da janela e saí para a sacada, e quando vejo ele me olhava lá de baixo perto de uma árvore, visível aos meus olhos, mas totalmente invisível do quarto dos meus pais.
Ryan King era o segundo filho de Royce e Helen King. O mais velho, Royce King II, tinha 19 anos, 5 anos de diferença de Ryan, e Grace, a caçula, tinha 12 anos. Minha mãe e a mãe dos King eram muito amigas, passei a maior parte da minha infância brincando com Grace e Ryan. Ryan parecia muito com o pai, alto, cabelos castanhos e olhos azuis, mas ele tinha o mesmo jeito da mãe, carismático.
- Ryan! O que está fazendo aí embaixo?! - eu tentei falar o mais baixo, mas claramente possível.
- Eu não podia perder a oportunidade de te dar feliz aniversário. Queria ser o primeiro. - ele respondeu. Meu aniversário, 29 de Outubro. Eu estava fazendo 13 anos.
- Só você mesmo! - e eu ri baixo.
- Venha! Desça! - ele disse. O problema era que meu quarto ficava no segundo andar.
- Mas estou de pijama!
- Não tem problema.
- Me ajude! Não consigo pular tudo isso! - eu disse.
- Não se preocupe, eu vou te segurar.
Então eu pulei a grade que ficava ao redor da sacada e pulei da janela. Caí nos braços dele. Começamos a rir e depois nos levantamos. Antes de fugir de casa eu olhei para a janela do meu quarto, e quando vi, Rose tinha acordado. Ela era a única que sabia sobre nós dois:
- Rose! Vou voltar pelas 3 horas! Por favor esteja na porta e certifique que mamãe e papai estejam dormindo! - eu sussurrei.
- Pode deixar! Aproveite. - Rose disse.
Saímos dos fundos da minha casa e fomos andando na rua pela noite. Era uma noite linda, lua cheia. Fomos em direção a uma pequena praça que tinha ali perto. Chegamos nela e sentamos nos dois balanços.
- Eu tenho um presente para você. Na verdade são dois, mas primeiro esse aqui. - ele disse.
- Não precisava gastar dinheiro com um presente Ryan...
- Você merece. Além do mais, eu não gastei nada.
Então eu percebi que ele estava segurando uma sacola marrom no braço. Ele abriu a sacola e tirou de dentro dois cantis de prata.
- O que é isso, Ryan? - eu perguntei, curiosa.
- Eu talvez tenha pego emprestado esses cantis do Royce. E talvez o que tenha dentro também peguei emprestado... - ele disse.
- E o que tem dentro?
- Acho que é vodca. Sabe, Royce não gosta muito das bebidas mais finas, como a champanhe... Eu sei que você nunca experimentou, nem eu na verdade...
- Eu não posso fazer isso!
- Pode sim, nada vai acontecer, só beba um pouco.
Nós dois bebemos juntos, cada um em um cantil. O gosto era horrível, o primeiro gole pelo menos, queimava minha garganta como fogo, depois comecei a não sentir mais.
Depois que paramos de beber e ele guardou de volta os cantis, eu perguntei:
- Tá legal, mas e o outro presente? Agora fiquei curiosa. - eu disse.
- Está bem, deixei o mais especial por último.
E então Ryan começou a se aproximar mais e mais até que seus lábios encostaram nos meus e começamos a nos beijar. Meu presente era o primeiro beijo!
- Ninguém poderia ter me dado presente melhor!
- E agora, eu sinto muito, mas são quase 3 horas, é melhor eu deixar você em casa.
- Ai meu deus! Não podia me esquecer! Rose deve estar me esperando!
Fomos para casa, rindo e conversando. Quando chegamos na porta dos fundos ele me deu um último beijo e depois saiu, desaparecendo na escuridão da noite. Então bati na porta de leve e Rose abriu:
- Bem em tempo! Entre, rápido!
Eu entrei e ela logo fechou a porta e trancou.
- Vamos subir e conversamos no quarto. - Rose disse.
Subimos as escadas silenciosamente para ninguém nos ouvir, principalmente nosso pai, se alguém acordasse de madrugada seria ele, mamãe tem sono pesado. Chegamos no quarto, Rose fechou a porta e sentamos de pernas cruzadas uma em cada cama.
- E então? Como foi? - Rose perguntou, extremamente curiosa.
- Ele me levou até aquela praça aqui perto, nós conversamos, ele levou vodca...- eu disse.
- Violet! Não acredito que fez isso!
- Eu só tomei um pouco para experimentar!
- Ok... E depois?
- Depois ele me beijou!
- Ele te beijou?
- Sim!
- Não acredito que minha irmãzinha deu seu primeiro beijo!
- Também não estou acreditando!
- Ah! Já ia me esquecendo! Feliz aniversário Vi! Não acredito que você está fazendo 13 anos! Te amo demais, pequena!
- Muito obrigada Rose! Também te amo!
Então ouvimos um barulho vindo do quarto dos nossos pais.
- Shh! - Rose disse. - É melhor dormimos agora, se não papai irá acordar. - ela sussurrou.
Então nos deitamos e dormimos. Eu sonhei com aquela noite muito nitidamente. A melhor noite da minha vida.
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A irmã mais nova de Rosalie Hale
FanfictionE se Rosalie Hale tivesse uma irmã biológica? E se ela fosse uma bruxa? Vou começar do início, 1933, ano em que Rosalie foi transformada em vampiro.