• Capitulo 23 •

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Luísa

Dia seguinte...

Eu acordei, me arrumei e fui direto na cozinha. Eu ouvia as vozes da minha mãe e da Letícia que ria igual uma hiena.

- Bom dia! - Falei beijando a cabeça da Letícia.

- E ai minha lutadora preferida! - Letícia disse e eu ri negando.

Peguei um pão e passei na manteiga.

- Tá doendo tua boca Luísa? - Minha mãe perguntou e eu neguei me sentando.

- Ele merece tomar um pau, que negócio é esse de bater em mulher. Se eu tivesse aqui ele tomava um naquela cara feia dele! - Letícia disse negando com a cabeça.

Só foi ela falar que Ian entrou na cozinha. Ele abriu a geladeira pegou a água e encostou na pia.

- E aê Letícia, cadê a Nicole? Achei que ela ia passar o ano novo pra cá? - Ian perguntou.

Letícia mediu Ian e se levantou.

- Por que quer saber da Nicole? Vai querer socar ela também? - Letícia disse cruzando os braços. - Nicole morreu pra você, esqueça da minha filha ou eu mesma faço você esquecer socando tua cara! - Letícia disse.

- Engraçado tu falar isso, a dor de um soco passa, agora de uma traição não! - Ian disse encarando minha mãe. - Eu engulo por anos você, você acabou com a minha família, tu que matou a minha mãe sua vadia nojenta. O meu pai trai você também do mesmo jeito, e eu acho bem feito! - Ian disse bravo e saiu dali.

Encarei minha mãe e ela bufou saindo dali da cozinha.

- Olha, se eu fosse tua mãe eu enchia ele de porrada pra cria respeito pra cima de mim. - Leticia disse negando.

- Você acha que realmente meu pai trai a minha mãe? - Perguntei.

- Acho que não, teu pai perdeu tua mãe uma vez, ele não teria coragem... - Letícia disse.

******

F

umaça

Soltei aquela fumaça e vi o Caveira entrar.

- Que neblina em. Dessa vez o pulmão vai pro saco! - Caveira disse.

- Bom mesmo que eu vá pro saco mesmo, papo reto Caveira, tô aguentando não! - Reclamei.

- Que é em? - Ele perguntou sentando na cadeira.

- Ian, porra cara, tu nem viu o b.o que deu nessa matina. Ele socou a Luísa. Toda vez da alguma merda, Ian chega a ser igual a Laura. Eu amo ele, mas não as atitudes dele cara. Eu já errei feio batendo na Laura, mas esse arrependimento eu levo no peito, bagulho feião! - Falei...

- Socou a Luísa? - Caveira perguntou assustado. - Quer que eu quebre ele na pancada? - Caveira disse se levantando e eu neguei.

- Ele vai voltar pra casa dos povos lá da Laura. Não quero essa palhaçada aqui não! - Falei e Caveira concordou.

- E a Marilda lá? - Caveira perguntou.

- Ela não comenta nada, trata mo bem o Ian. Ela tem uma paciência do caralho... - Falei.

- Foda em, filhos é uma benção, mas é uma puta dor de cabeça! - Caveira disse levantando a cabeça. - Tô indo em, fé! - Caveira disse saindo.

Eu soltei a fumaça pro alto e logo ouvi o barulho da porta abrindo. Quando eu vi quem era, eu fechei a mão com o cigarro aceso.

- Nossa que fumaça é essa? - Mariane perguntou tossindo e abanando.

- O Caveira acabou de sair aqui, ele fumou uns três cigarros... - Menti sentindo minha mão queimar.

Soltei o cigarro no chão e pisei em cima.

- Fumaça, nunca me importei de criar filho teu com a Laura, nunca mesmo, sempre criei com muito amor e carinho, e você sabe. Criei a Samira como se ela tivesse saido de dentro de mim. Mas não dá, eu não quero a minha casa ficando um inferno, não quero que role as brigas que houve, e não quero o nome da Laura naquela casa. Eu sei o erro que eu fiz a anos atrás, mas eu não sou obrigada a ter que reviver o que eu revivi! - Mariane reclamou.

- O que rolou? - Perguntei.

- O Ian. Eu não quero encrenca em casa, você sabe que eu tive que fazer anos de terapia pra apagar o que aconteceu. - Mariane disse e eu concordei.

******

Era duas da tarde, eu cheguei em casa indo direto atrás do Ian, ele tava no quarto da Samira com ela.

- Ian! - Falei sério vendo ele me olhar. - Comprei tua passagem, tu vai embora amanhã de manhã mesmo, já mandei o papo pro teu avô. Arruma teus bagulhos. Eu amo tu, mas o que tu fez foi muita merda Ian, e não é uma coisa que eu aceito não! - Falei.

- Por isso mesmo que moro longe! - Ian disse. - Último ano que passo aqui, nunca mais volto! - Ian disse bravo.

- Fica da tua vontade! - Falei virando as costas...

- Eu também vou com ele! - Samira disse.

Eu olhei pra trás e ela me encarava séria.

- Vai? - Perguntei e ela concordou. - Beleza, compro tua passagem também! - Falei me virando novamente.

- Ninguém merece ficar aqui com a mulher que matou a nossa mãe! - Ouvi Samira falar e eu me virei.

- Não, se alguém vacilou com tua mãe foi eu, quem tinha compromisso com ela era eu, vacilei feio mesmo e eu confesso. Mas agora tu tá sendo ingrata, Mariane te criou como filha dela, nunca te tratou mal, ela criou tu, Luísa e Vinícius do mesmo jeito, com o mesmo amor e carinho, se tu quiser ir, vá, não vou te segurar aqui não, só não seja ingrata e desumilde pra não ver isso! - Falei saindo daquele quarto.

aperta na estrelinha •

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