• Capitulo 56 •

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Jana

Sai da favela e fui direto fazer exame de sangue. Eu tava passando mal mesmo, mas era por nervoso. Eu fui até um posto do asfalto mesmo e coletaram meu sangue. Disseram que me ligariam quando estivesse pronto o resultado. Eu fui pra escola, pra mim tinha sido uma tortura aquela manhã na aula.

Passou na maior lentidão, eu sai da escola e fui direto pro trabalho, fiquei quase a tarde toda trabalhando até a moça me ligar dizendo que o resultado havia ficado pronto. Eu sai correndo do trabalho, era quase seis da tarde quando cheguei lá, a moça me entregou o papel e já foi fechando o lugar.

Eu abri correndo aquele papel, comecei a olhar toda parte do papel e parece que a minha cabeça não raciocinava, eu me abaixei num canto parando para ler aquele papel com calma.

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BHCG - QUANTITATIVO

Paciente: Janaína Alessandra Corrêa De Melo.

Material : Sangue
Método : Quimioluminescência

Resultado:  Negativo...

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Que?

Me levantei lendo desde o início aquele papel novamente.

Deu dois riscos, um deles foi bem fraquinho, mas foi...

- Ai meu Deus, muito obrigado! - Falei fechando os olhos suspirando.

Caminhei embora pra casa da minha avó, guardei o papel e fui direto pro banho, quando sai, a primeira coisa que fiz foi mandar mensagem pra Luísa com a foto do papel.

- Janaína? - Ouvi a voz da minha avó.

Eu escondi o celular e o papel, me vesti rapidamente e fui indo em direção a ela que estava na sala.

- O que foi? - Perguntei.

- Já recebeu o teu salário? As contas já estão chegando, minha aposentadoria não dá não! - Minha avó disse.

- Não recebi ainda o MEU salário! - Falei dando ênfase no meu.

- E aonde você estava ontem que não veio pra cá? Você também achando que aqui é pousada, que entra e sai a hora que quer? - Minha avó disse brava.

Eu só virei as costas e fui pra cozinha vendo que ela não havia feito a janta. Eu mesma comecei a preparar, ouvi o barulho do chinelo dela e quando olhei pra trás ela tava encostada na parede me olhando séria.

- Se você não tinha respeito com os teus pais lá, aqui você vai ter, por bem ou por mal, vai ser do jeito que eu quero. Quem está morando na minha casa é você e não ao contrário! - Ela disse. - Tá ouvindo Janaína? - Ela perguntou e eu peguei a panela tacando no chão com tudo.

- Porra meu, tu acha que eu sou surda? Eu não aguento mais você vir na minha orelha, vai pra puta que pariu e me deixa! - Falei saindo de perto passando do lado dela.

Ela segurou com tudo meu cabelo.

- Boca suja! - Ela disse me dando tapas.

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