• Capitulo 34 •

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Vigarista

Eu fumava um baseado enquanto ouvia a Karine encher meu saco.

- Fala a verdade Vigarista, fala logo, porra meu eu sai lá de Campinas pra ficar contigo e ai tu terminou assim. E ai? - Karine dizia brava.

Karine era bacana, conhecia ela fazia uns meses, antes mesmo de vir pra cá. Ela foi pra goma de um parente lá na favela, conheci ela no baile, ela logo veio se jogando e ai eu não neguei. Meu erro foi sempre querer achar uma nega que fechasse comigo, mas o bagulho não é bem assim, eu tava ligado que muitas ficam por grana, status e os caralhos a quatro, mas não é assim cara, eu tô chegando nos trinta, tô querendo fazer minha família. E eu tava ligado que não era o que a Karine queria, mina odiava criança.

- Karine, eu já te mandei o papo, não obriguei tu a vir. Tu foi sempre bacana comigo, e já te disse, eu te pago a passagem pra tu voltar, só não quero tu apertando a minha mente, já acabou entre a gente. - Falei soltando a fumaça pro outro lado e encarando quem vinha vindo.

Luísa vinha toda rebolando. Eu virei a cara olhando pra Karine que logo olhou pra onde eu olhava.

- Ih a Luísa! - Karine disse saindo até a Luísa.

Karine abraçou forte a Luísa.

Nem conhece a mina direito e nessa intimidade, falo nada.

Karine foi puxando Luísa até pra perto de mim e eu fingi que nem vi.

- Ai Luísa, eu e ele tava falando de voltar... - Karine disse e eu tossi a fumaça.

- Ih Karine, tá maluca caralho? Te mandei o papo dizendo que acabou, não adianta nada tu colocar palavra na minha boca que eu não volto atrás não. Já deu cara, bagulho chatão.

Ela ficou com a maior cara de tacho.

Emocionada.

- Eu preciso ir na minha amiga. Tchau! - Luísa disse saindo de perto.

Eu olhei de canto vendo a bunda da Luísa naquela legging e passei a mão no rosto.

Puta que pariu, uma sentada já apaga o maluco.

- Tá olhando o que? - Ouvi a voz da Karine na minha orelha.

Eu fui com tudo em cima da Karine, ela se assustou indo pra trás. Segurei firme o braço dela e encarei os olhos.

- Sai da minha bota caralho, não te quero tu não entendeu ainda porra? - Falei bravo soltando ela.

O olho da mina se encheu de lágrima.

Ih lá vem o teatro.

- Tu conheceu alguma mina né? Se eu descolar tu vai ver! - Ela disse saindo de perto.

Mina chata do caralho, porra, se eu soubesse eu nunca nem tinha saído de casa aquele dia.

*****

Luísa

Cheguei na casa da Jana e já fui entrando, ela tava deitada no sofá enquanto comia biscoito.

- Qual é do babado? - Perguntei me sentando.

Ela se sentou e desligou a TV.

- Tu nem imagina. - Ela disse. - A gente veio pelo beco daqui do lado, quando a gente tava saindo, o meu pai tava lá na frente de casa. - Jana disse.

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