• Capitulo 47 •

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Vigarista

Vazei pra boca de fumo, precisava mandar uns papéis pro Fumaça, ele tinha pedido no dia anterior, mas eu tava ocupado demais com as mãos...

Sentei e comecei a resolver as paradas, deu nem dez minutos e já logo vi a presença do Pedrinho na minha frente.

- Quié em? - Perguntei assinando uns negócios.

- Tá pensando no que? Ou em quem? - Pedrinho disse rindo.

- Na tua mãe! - Respondi encarando ele.

- Calma aê Viga, fala aê pra mim, teu parceiro de cota já... Tu tá de olho na Luisão né? Só não foi pro abate ainda... - Ele disse.

Bota Luisão nisso...

Porra, a mina representava pra caralho, gostosa e tudo mais, o único defeito é que as vezes ela chegava a ser sem educação nas respostas, mas de resto, boa pra caralho.

É aquele papo, numa sentada que ela deu, destruturou tudo aqui.

- Tô de olho nada. Ela é chatona as vezes, não dá! - Respondi arrumando as ordens dos papéis. - E tu? Não tem uma biqueira pra cuidar não? - Perguntei como se fosse óbvio.

- Aé... - Ele disse se levantando.

Não curtia falar de foda com Pedrinho, o que rolou ali rolou, sem mais nem menos.

*****

Guiei pra fora da sala fumando o primeiro beck do dia. Já era quase meio dia já, eu tinha feito já uns par de trampo, tava suave ali até ver o Alê chegar.

- E ai, tá indo lá pra escola também? - Alê perguntou.

- Já já colo lá. Sabe como é né, fé nas crianças! - Falei e Alê riu pelo nariz.

- Criança? As negada de lá já é tudo marmanjo, as minas parece que tem uns vinte já! - Alê disse.

- E daí? Tô botando fé neles também caralho. Eu tem que estar ligado no que tá rolando por ai! - Falei caminhando com o Alê.

Ele concordou.

- Tá certo... - Ele disse. - Tu vai precisar de algum bagulho essa noite? Cê pá tô indo colar no asfalto ver a Jana! - Alê disse e eu neguei.

- Vai! - Falei.

Guiamos pra frente da escola. Me encostei na parede e cruzei os braços esperando as negadas sair. Pedrinho logo chegou de moto no maior barulho, a vontade foi de meter um tapão na cabeça.

Ele provoca, sabe que eu me estresso, bagulho chatão esse.

Bateu aquele sinal, começou aparecer aquelas negadas tudo saindo correndo embora. Samira logo apareceu indo direto no Pedrinho, fiquei visualizando cada gente dali e logo parei meu olhar na Luísa que batia o maior papo com aquele outro moleque que eu tinha apavorado ele.

Eles vazaram juntos, só fiquei olhando de canto.

- Ih, tua mulher vazou com outro, tá de chifre Vigarista! - Alê zombou.

- Que porra de mulher, tá maluco? Na minha mão não entra aliança caralho! - Falei saindo de perto.

Certa ela, solteirona, faz o que quer...

Fui guiando pra cima, eu ia ir mesmo lá no Fumaça bater um papo sobre a dionéia. Mas quem eu encontro?

Luísa no maior beijo com o cara lá, caminhei na maior tranquilidade, dei uma tossida alta vendo eles se afastarem. O moleque me olhou e logo soltou dela, ele trocou uma palavra com ela e logo vazou deixando ela ali sozinha. Passei reto ouvindo ela reclamar algo.

Se eu liguei? Eu nem tchum.

- Ai! - Ouvi a voz dela atrás de mim. - Tô falando contigo Washington! - Luísa disse e eu encarei de canto ela.

- O que tu quer? - Perguntei virando o rosto.

- Por que tu ameaçou ele? Que ridículo cara! - Luísa perguntou brava.

- Ameaça? Não pode nem tá trocando uma idéia que o cara já entende os bagulhos errado. - Falei.

Luísa segurou meu braço me fazendo parar, eu olhei pra ela e ela tava com a cara fechada.

- Para disso, que ridículo cara, tá fazendo isso por que? Já não é a primeira vez, quando eu fui pra casa dele aquele dia que meu pai apareceu, foi tu também que eu sei, meu pai nem se quer cola na rua dele. - Falei. - A gente não tem nada pra tu tá querendo pegar no meu pé! - Ela disse e eu ri pelo nariz.

- Abaixa tua bola aê que tu tá sendo emocionadona. - Falei negando. - Tenho mais o que fazer do que ficar chamando fulano e ciclano pra ver o que tu faz ou deixa de fazer. Tu acha mesmo que perco meu tempo chamando teu pai pra impedir foda tua? Me erra Luísa, eu que digo pra ti que nois não tem nada, tu tá equivocada nos pensamentos... - Falei deixando ela pra trás.

Ela logo passou igual um furacão na minha frente. Encarei aquele corpo dela por trás e neguei lembrando da noite passada.

Essa dai vai ser difícil...

• aperta na estrelinha •

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