Maratona
Vigarista
São Paulo, Fevereiro de 2018 📌
Me deitei naquela cama vendo Maiara vir por cima.
- Eu tava com saudade, tava louca já querendo ir pra lá! - Maiara disse beijando minha barriga.
- Tu não combina com lá não... - Respondi vendo ela sentar em mim.
Ela veio com tudo, eu tava precisando mesmo de uma sentada boa. Maiara representava daquele jeito. Foi a noite toda, capotei legal depois da foda, só acordei mesmo no outro dia com meu celular tocando. Me vesti e já vazei pra casa da minha mãe, tava com uma saudade do caralho dela.
Mal cheguei e ela já veio me agarrando.
- Bença véia! - Falei beijando a cabeça dela.
- Deus te abençoe meu filho... - Ela disse ainda abraçada. - Eu tô morrendo de saudades de você Washington, não tô conseguindo ficar aqui não! - Ela disse.
A gente sempre foi grudado, depois que meu irmão morreu, ficamos mais ainda, todo dia eu vinha. Depois que o Leonardo morreu, minha mãe entrou em depressão, o que mantinha ela viva mesmo era eu, se não fosse ela já tinha desistido de tudo.
- Bora comigo pra lá, te arrumo uma casa lá hoje mesmo. - Falei e ela se afastou.
- Tá com cheiro de puta Washington, mal chegou e já foi atrás de puta! - Ela disse indo pra cozinha.
Ih, pra minha mãe curtir alguma mina que eu saia, ou se envolvia era foda. A véia não curtia ninguém, de cara ela olhava e falava que não era mina pra mim não.
Vidente.
- Maiara não é puta, tu sabe da caminhada dela! - Respondi e vi ela me encarar feio.
- Sei da minha caminhada, tu acha mesmo que eu fico na rua sabendo da vida dos outros? - Ela disse servindo o café pra mim.
Surta pra caralho.
******
Resolvi uns bagulhos com meu pai e no fim da noite fiquei ali na laje da goma dele fumando.
- E como tá lá as coisas? Fumaça tá te dando aquela força? - Meu pai perguntou.
- Pra caralho, bem firmeza ele... - Respondi. - A mãe volta comigo pra lá! - Falei.
Eles nem tavam mais juntos, meu pai tinha a mulher dele já, tinha mais outro filho, mas a consideração e o respeito pela minha mãe nunca faltou, ele ia tomar café todo dia lá na casa dela.
- É bom Washington, tua mãe aqui sozinha não é bom não. - Meu pai disse e eu concordei. - Mas aê, tu sabe, quando tu quiser largar lá, não pensa muito não, eu bato um papo com o Fumaça! - Ele disse e eu concordei encarando o céu cheio de nuvens pretas.
******
Luísa
Na hora que recebi as mensagens da Jana falando que tinha dado merda, eu surtei.
Fodeu.
Eu tinha dó dela, ela não podia fazer nada que pro pai dela era pecado. E tudo bem ele ter a crença dele e acreditar nisso, mas não era bem o que ela queria seguir, ele forçava ela a ir na igreja mesmo ela não querendo e não se sentindo bem, e isso era horrível.
Eu sabia que uma hora ou outra o pai dela ia vir em casa. Na hora da janta a campainha tocou, justo na hora em que meu pai estava em casa.
Ouvi da cozinha a voz dos pais da Jana, minha mãe me olhou sabendo que alguma coisa tava rolando.
- Luísa! - Ouvi a voz do meu pai.
Eu me levantei da mesa e fui pra sala com a maior cara de sonsa.
Eu não devo explicações a ninguém, eu não fiz nada.
- O que? - Perguntei.
- Eu não quero mais você com a Janaína, você só levou ela pro barranco. Você influenciou ela a se envolver com aquele traficante. - A mãe dela dizia brava.
- Ah então se eu mandar ela pular ela pula? Eu não obriguei ninguém a fazer nada, pelo visto não sou eu quem obrigo ela a fazer as coisas que ela não quer! - Falei de braços cruzados.
- Luísa, respeito! - Meu pai disse. - Qual é do problema que tá rolando em? - Meu pai perguntou.
Logo minha mãe apareceu ali do meu lado com o prato na mão.
- Minha filha está saindo com aquele traficante Alê por influência da tua filha. Minha filha é uma menina de igreja, pura e limpa, e está se sujando com ela. Não quero mas você em casa e nem com ela! - O pai dela disse.
- Tu colocou arma na cabeça dela Luísa? - Meu pai perguntou e eu neguei com a cabeça. - E o intuito dessa barulhada aqui é por que? Tu que devia prestar atenção na tua cria, não culpa a minha pelos b.os que a tua faz não. Tua cria é grande já, ela sabe os bagulhos que faz, a Luísa é a que menos é culpada! - Meu pai disse.
Fumacinha nunca erra.
- O recado foi dado, não queremos você perto dela mais, está ouvindo? - A mãe da Jana disse.
- Zum zum zum! - Falei e virei as costas voltando pra mesa.
Eu encarei Samira que me olhava doida pra falar comigo.
- Pedrinho me perdoou... - Samira disse.
- Bacana... - Respondi voltando a comer.
Só faltava vir mais um problema...
• aperta na estrelinha •
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MUNDO M
RomanceEra uma vez não se encaixa com todas as histórias... Aliás, o era uma vez se encaixa apenas em histórias com finais felizes fictícios, mas e o meu que foi real? Será que se encaixa? BASEADO EM FATOS REAIS! SEGUNDA TEMPORADA DE "...