• Capitulo 28 •

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Maratona 2/3

Luísa

- Oi! - Samira disse e eu virei as costas voltando pro meu quarto.

Eu me tranquei lá encarando as minhas roupas e logo ouvi baterem na porta.

Ridícula.

Peguei um top branco e um shorts jeans brancos também.

- Luísa, porra, preciso falar contigo! - Ouvi a voz da Samira do outro lado.

Eu deixei em um canto a roupa e me troquei colocando uma roupa qualquer, sai do quarto e ela estava me encarando, eu tranquei o meu quarto e fui saindo de casa.

Não fico ali com ela não.

Mal sai de casa e Pedrinho veio no pinote na minha direção.

- Ai, vi que a vagabunda da tua irmã tá ai! - Pedrinho disse pendurado no meu ombro.

- Ridícula, ela ainda veio na cara de pau que queria falar comigo... - Falei e ele negou.

Ouvi o barulho da porta e ela logo saiu nos encarando.

- Luísa... - Ela disse e logo encarou o Pedrinho. - Pedro... - Ela disse.

- Quem disse que dinheiro não cresce em árvore nunca vendeu maconha, vem pro meu mundo que eu te ensino a gostar mais do que lasanha. Quem gosta, gosta, quem não gosta, não conhece. - Pedrinho disse cantando e me puxando.

Fomos descendo.

- Nem lembrava mais dessa música. Eu sabia de cor, mas agora pergunta se sei matemática básica... - Falei rindo e ele riu.

- Época boa do funk... - Pedrinho disse e eu concordei. Já estávamos distante de casa. - Aê, eu não quero papo não, o que ela fez foi bagulho feião, maltratou geral só por causa daquele pela saco do cara, sai fora! - Pedrinho disse.

- Realmente mesmo, eu também não quero nem falar com ela. Gosto dela demais, mas essas atitudes dela me chateiam! - Falei e ele concordou parando comigo no meio da rua.

Ele me olhou e me agarrou.

- Felicidades pra tu, muita saúde, grana, felicidade, tamo ai Luísa, o que tu precisar eu tô disponível. Se tu quiser beber as duas da manhã ouvindo um Amado Batista, nóis tá ai! - Ele disse gargalhando e eu ri também.

- Obrigado Pedrinho, tu é demais! - Falei e ele riu. - Viu, você vai hoje lá em casa né? - Perguntei.

- Ih Luísa, tá querendo saber de mim ou do Vigarista? - Ele disse e eu mostrei o dedo do meio voltando a andar. - E eu vou perder comes e bebes de graça? Claro que a presença do pai vai tá marcada! - Ele disse e eu concordei.

*****

Eu tava me arrumando já, eu só havia ido tomar um açaí e depois fiquei no salão com a minha mãe pra fazer as unhas. Voltei ofa casa e fiquei enrolando até dar umas oito horas. Ai sim comecei a me arrumar, Vinícius tava lá em baixo já. Eu havia visto uns de minutos antes e já tinha muita gente ali, tava uma música alta, a fumaça da churrasqueira, aqueles povos bebendo e rindo alto.

Pobre não pode se ajuntar...

Passei meu batom vermelho forte e terminei passando meu perfume de quenga.

Calcei meu chinelo e dei a última olhada no espelho. Eu realmente estava bonita, só não tava cem porcento com a mente, mas tava tudo bem...

Sai de casa indo pro quintal vendo que tava lotadissimo em casa. Eu encarei aquela gente toda e só pensava que aquilo era coisa do corno do Vinícius.

- Aê minha gata, feliz aniversário, tô dando parabéns já por que eu não vou tá em condições na hora do parabéns. - Caveira disse beijando minha cabeça e me abraçando. - Tu sabe que pode contar com o tio Caveira, tá ligado né? - Ele disse e eu concordei.

- Obrigado tio esqueleto. - Falei dando ênfase no esqueleto.

Ele riu dando um tampinha na minha cabeça e saiu. Eu fui caminhando até o meio, até sentir um puxão, virei com tudo vendo Letícia sorrindo.

- Ai como vocês cresceram sua quenga. - Letícia disse me abraçando e dando leves batidinhas na minha bunda. - Que Deus continue iluminando você e teu irmão, amo vocês como se fosse meus filhos, sempre falo isso pra ti e tu sabe o que você precisar e tiver com vergonha de falar com tua mãe, eu tô lá em casa disponível! - Ela disse e eu sorri concordando.

Leticia era uma segunda mãe. Ela sabia de muita coisa. Quando eu perdi a virgindade, eu fiquei com medo da reação da minha mãe, eu havia perdido com catorze. A primeira pessoa a saber foi a Letícia, cheguei na casa dela chorando onze horas da noite, ela ficou comigo até tardão da madrugada conversando sobre proteções e tals. Ela me ajudou a contar para minha mãe, que por fim, nem brigou nem nada, só orientou mais ainda.

- Obrigado Lê, eu te considero como a mãe também, não é atoa que tu é minha madrinha! - Falei beijando o rosto dela.

Ela se afastou e eu fiquei encarando aquela gentarada toda. Todo mundo bebendo, dançando, rindo e eu ali encarando aquilo com um certo desânimo.

Ouvi me chamarem e eu encarei vendo meu pai me chamar. Ele tava rodeado de homens envolvidos. Pedrinho, Caveira e Vigarista estavam junto. Pedrinho e Caveira não paravam de comer um segundo, já o Vigarista tava encostado na parede encarando tudo aquilo de cara fechada.

- Oi pai! - Falei.

- Tu tá linda! - Ele disse e eu sorri sem mostrar os dentes. - Ela que é a aniversariante. - Ele disse e eu fiquei sem graça.

Odeio isso.

Ai pronto, todo mundo dando parabéns e falando que era pro meu pai se preparar que logo ia vir os genros. Pedrinho logo cutucou na maior cara dura o Vigarista, ele nem se mexeu, ficou ali olhando pro nada.

aperta na estrelinha •

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