• Capitulo 36 •

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Luísa

No outro dia foi a mesma ladainha. Fui pra escola mas acabei saindo mais cedo por que uma dona havia passado mal.

A gente saiu e o Alê tava lá, eles iam terminar o que havia sido interrompido. Eu me despedi dela e fui indo embora pra casa, mal cheguei na rua de casa e de longe avistei meu pai e Vigarista no maior papo. Eu cheguei perto e meu pai se virou cortando o assunto com o Vigarista.

- A dona passou mal... - Falei e meu pai assentiu beijando minha testa.

Eu encarei Vigarista e ele encarava meu pai com a cara fechada.

- Mas ai Vigarista, tu vai tá indo já ou vai esperar escurecer? - Meu pai perguntou.

- Tô vazando já. O Pedro vai ficar aê, qualquer problema tu fala com ele! - Vigarista disse.

Oxi, indo pra onde? Não que eu esteja interessada pra saber...

- Beleza... Boa Vigarista! - Meu pai disse e ai sim Vigarista deu uma olhada rápida em mim, ele virou e foi descendo enquanto eu e meu pai subimos.

Chegamos em casa e minha mãe pintava o cabelo da Letícia.

- Oi Lê! - Falei beijando a bochecha da.

- Oi linda! - Ela disse.

Fui direto pro quarto, tirei a roupa e me troquei com uma mais confortável. Eu tava com sono, só fui na cozinha comer um pãozinho e já voltei pro quarto me deitando.

Ô vontade de dar que eu tô depois de ontem...

Virei pro lado e fechei os olhos sentindo aquele soninho gostoso vir. Apaguei de vez, só acordei com o sol batendo na minha cara, eu me levantei cambaleando depois de ter ficado uns cinco minutos sentada na cama olhando pro chão.

Ouvi alguns barulhos na sala e quando cheguei era Samira a Vinícius discutindo.

- Sai do meu pé caralho, tu enche muito, não sei por que tu nasceu, tu é um peso pra qualquer um! - Vinícius dizia bravo.

Samira engoliu aquilo seco.

- Vinícius... - Falei baixo e ele me olhou.

- E não é? Nem a mãe dela quis ela. Sai da minha bota, mina insuportável! - Vinícius disse saindo e batendo o pé.

Samira me encarou e passou a mão no rosto.

- Luísa, vamos conversar, por favor, não tô aguentando mais! - Ela disse.

- Se tu quer conversar, primeiro vai me ouvir. - Falei séria. - Senta ai! - Falei.

Samira se sentou e suspirou.

- Luísa eu... - Ela ia dizer e eu interrompi.

- Tu viu como é bom ser ignorada? Tu me ignora toda vez que o Ian vem, toda vez é a mesma merda. Finge que eu não existo, mas dessa vez passou dos limites, tu tratou todo mundo mal. Tu acha que tu era quem pra tratar as pessoas que sempre tiveram contigo? - Falei. - Ingrata, isso que tu foi. Na primeira oportunidade virou as costas pra quem sempre esteve do teu lado, e ai tomou no cu lá com o Ian e veio pra cá como se nada tivesse rolado. Tu tem noção que entre a gente e ele, tu escolheu ele? A pessoa que te fez quebrar a cara?- Falei e ela concordou.

Samira já estava com lágrimas nos olhos.

- Me perdoa, eu tô ligada que errei, foi feio minha atitude, já falei com a mãe e o pai, só falta você e o Pedrinho... O Vinícius eu desisto de pedir desculpa, ele vem me atacando sempre! - Ela disse.

Não consigo ver arrependimento.

- Só não faz mais merda! - Falei me virando indo pro banheiro.

*****

- Tá mas e o pau dele? - Perguntei enquanto escrevia sobre mitocôndrias no papel.

A gente teve que dar um migué pra mãe da Jana, ela realmente cobrou a Jana perguntando sobre. Fizemos uns negócios escritos no cartaz e por fim finalizamos.

- Grosso amiga, tá ardendo até agora... - Jana dizia rindo. - Primeira vez que eu gozo. Finalmente! - Ela dizia com a vitória dela.

- Que bom em, agora sem se apaixonar em! - Falei e ela negou rindo.

- Ih Luísa, já me apaixonei pelo pau. Vou matar aula amanhã na casa dele! - Ela disse.

- Janaína, usa camisinha, na boa mesmo, tu que nunca nem tchum pra nada, tenha vergonha na cara! - Falei e ela concordou rindo.

Terminamos aquele trabalho sem valor nenhum e me despedi dela. Eu sai da casa da Jana já era quase seis da tarde. Eu guiei pra casa tranquilamente até ver Pedrinho conversando com uma menina. Eu passei do lado fingindo não ver até ouvir um berro no meu ouvido.

- Ê cunhada! - Ouvi a voz do Pedrinho.

Me virei encarando séria ele.

- Precisava gritar? - Falei e ele me abraçou.

- Qual é a boa? - Ele perguntou.

- Não tem boa hoje... - Falei e ele me parou.

- Ih tá assim por que o macho foi embora né? Mas ai, relaxa que ele já volta. - Pedrinho disse.

- Que macho? Tenho nenhum! - Falei. - Aliás, aonde ele foi? Só por curiosidade... - Perguntei voltando a andar.

- Ala, preocupada com o homem dela. Isso aê cunhada, tem que tá ficando sabendo. - Ele disse e eu neguei. - Vigarista voltou pra São Paulo. - Ele disse.

- Hum que bom! - Falei.

- Tá com saudade já? Ele volta no fim de semana, relaxa aê, tu vai ter tempo pra sentar nele! - Pedrinho dizia rindo.

Ele saiu correndo e eu sai correndo atrás dele xingando ele de todos os nomes.

- Ih se tá bravinha assim é por que tá concordando! - Ele terminou de dizer depois de entrar num beco.

Eu voltei pro caminho de casa.

Pedro viaja.

Vou sentar no Vigarista sim, mas nada de emoção igual a Jana, sentou uma vez e até matar aula vai.

Sai dessa. Tá bom que rola me faz fazer essas loucuras assim...


aperta na estrelinha •

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