• Capitulo 55 •

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Luísa

Aquela noite eu nem dormi, Vigarista dormiu rapidinho, eu fiquei olhando ele a noite toda.

Que bizarro...

A cara dele fechada mesmo dormindo chegava a ser engraçado. O cheiro amadeirado do perfume dele estava em mim já, fiquei acariciando ele a noite toda pensando na merda que já tinha dado.

Não acredito que eu tô apaixonada, vai se foder.

O celular da Jana tocou umas cinco e meia da manhã, ela levantou toda sonolenta, ela olhou pra minha cama duas vezes até ver que o Vigarista tava ali.

- O que ele tá fazendo aqui? - Ela perguntou baixo.

- Veio dormir aqui! - Respondi e ela negou sorrindo sem mostrar os dentes.

Ela começou a arrumar as coisas dela ali, eu olhei pro Vigarista e ele dormia como uma pedra. Jana trocou de roupa com uma roupa minha e foi arrumando as coisas dela. Eu sai da cama me levantando e indo pegar minha roupa, Jana saiu do quarto indo pro banheiro e logo ouvi a porta do quarto dos meus pais abrirem.

Pensa em uma porta que faz barulho, agora pergunta de o senhor Fumaça quer trocar?! Quer nada.

Eu tranquei a porta e fui me trocando rapidamente com uma calça e a camiseta da escola. Passei o desodorante, e logo ouvi a batida na porta.

- Sou eu! - A voz da Jana ecoou baixo.

Eu corri abrir.

- Tranca aqui, eu vou rapidinho escovar os dentes. Só abre pra mim! - Falei e ela concordou.

Corri pra fora do quarto, fui direto no banheiro, lavei o rosto, escovei os dentes e sai do banheiro dando de cara com meu pai na porta do meu quarto.

- O que foi? - Perguntei.

Ele me olhou e veio na minha direção.

- Ih, ia te dar um beijo. - Ele disse beijando minha testa. - Tua porta tá trancada por que em? - Ele perguntou.

- A Jana tá de trocando, a mãe sabe que ela tá aqui... - Falei e ele concordou.

- Não dando b.o aqui, beleza! - Ele disse e eu concordei. - Bom dia pra tu, te amo! - Ele disse.

- Também te amo! - Respondi e vi ele sair da minha vista. Eu corri pro meu quarto, bati na porta e... - Sou eu! - Falei.

Ela abriu com tudo. Eu entrei e ainda o Vigarista dormia.

Pode acabar o mundo que ele continua dormindo...

- Aê Luísa, tô indo, preciso pegar ônibus pra ir pra lá. - Ela disse. - Mas obrigada viu?! Eu tô ainda meio mal, mas vai dar tudo certo! - Ela disse e eu concordei.

- Você sabe que tô aqui pra qualquer coisa, qualquer hora. - Falei. - Aproveita e faz um de sangue só pra confirmar mesmo! - Falei.

- Vou fazer sim... - Ela disse colocando a mochila nas costas.

- Não quer comer? Eu faço um pão pra ti... - Falei e ela negou.

- Não sei se é psicológico, mas já to com enjôo, melhor eu não comer nada. - Ela disse. - Obrigada Lu, eu amo você! - Ela disse beijando minha bochecha.

- Se cuida lacraia, eu também amo você! - Falei abrindo a porta.

Jana saiu do quarto e eu tranquei a porta novamente. Eu encarei o celular e ainda era seis horas.

Cedo pra caralho, eu saio de casa 6:50 pra chegar às 7:00 horas.

Eu acendi a luz e fui até o Vigarista, relei nele.

- Ei, acorda! - Falei baixo mexendo nele.

Ele abriu o olhos direito bufando.

- Quié em? - Ele perguntou fechando o olho novamente.

- Já são seis horas da manhã, tu precisa ir! - Falei chaqualhando ele.

Ele abriu os olhos passando a mão no rosto.

- Tô cansadão! - Ele disse.

- Levanta logo Washington, daqui a pouco tenho que ir pra escola! - Falei.

- Eu vou contigo, fica tranquila aê minha gata! - Ele disse fechando os olhos.

Eu encarei ele sem entender e logo ele abriu os olhos.

- Minha? - Perguntei com um certo deboche.

Queria ver mesmo o que ele ia falar.

- Jeito de falar Luísa... - Ele disse se levantando.

Eu comecei a arrumar minha cama e logo ouvi o barulho de uma porta se abrir. Vigarista mexia nas minhas coisas.

Samira ou Vinícius acordou.

- Quer o que ai em? Tira a mão das minhas calcinhas! - Falei indo até ele.

Vigarista segurava uma calcinha minha.

- Tu tava com essa na primeira vez em... Toda gostosona. - Vigarista disse baixo cheirando a calcinha.

Maluco.

- Ei, fica ai, vou pegar café! - Falei e ele nem tchum.

Eu abri a porta, peguei a chave e tranquei por fora. Eu fui direto pra cozinha, peguei um copo e coloquei café, peguei dois pão com margarina e voltei pro quarto vendo ele olhar as fotos minhas que tinha na parede. Eu fechei a porta e ele me olhou.

Eu entreguei o pão com o café e em poucos minutos ele já tinha comido o pão dele e o meu.

Folgado.

Peguei minha mochila colocando nas costas e calcei meu chinelo.

- Luísa, tô vazando já! - Vinícius disse batendo na porta.

6:30 e ele indo já?

- Tá! - Respondi.

Não demorou muito pra mim ouvir o barulho da porta, Vigarista me entregou o copo e eu abri a porta vendo que não tinha ninguém, eu corri até a cozinha colocando o copo e voltando vendo a Samira sair do banheiro.

- Achei que não ia ir... - Samira disse e eu sorri fraco entrando de novo no quarto.

- Melhor ir já, vamos! - Falei empurrando ele pra janela. - Vai pelos fundos, não dá pra tu ir pela frente não! - Falei.

- Ih, acalma o coração ai linda! - Vigarista disse pulando a janela.

Eu só fechei a janela na cara dele.

Ele dá muito mole...

Eu fui saindo do quarto e Samira veio.

- Vamos... - Ela disse me puxando. - Vigarista já foi? - Ela perguntou e eu encarei ela.

- Ué, como tu sabe? - Perguntei.

- Pedrinho me disse que ele queria teu número... Tu ouviu o barulho da cerca a noite? Certeza que tomou choque pulando! - Ela dizia rindo.

- Ai eu nem ouvi nada! - Falei descendo a rua e logo vendo ele encostado na parede.

Ele ficou encarando nós duas passarmos.

- Bom dia cunhado! - Samira disse e eu belisquei ela.

Logo ele se desencostou da parede e veio vindo do meu lado, eu fingi que nem conhecia.

- Não precisa acompanhar não, a gente não vai ser sequestrada... - Falei e ele beijou minha cabeça.

Ele entrou no beco me deixando sozinha ali com a Samira.

- A cara de apaixonada não esconde em?! - Samira disse.

- Sério que tá visível? - Perguntei e ela concordou.

aperta na estrelinha •

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