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Sonata:🕳

   Estava na boca trampando, quando vejo a menina mais linda da favela passando, ela andava desligada como sempre, algumas pessoas chamavam sua atenção e ela os cumprimentava sorrindo como de costume.

— Fala irmão-chega o Sete e nós faz toque.

— Fala aí.

— Tranquilidade?.

— Tranque e tu?.

— Sussa, pode mete o pé, tá com cara de cansado.

— Já deu teu horário?.

— Já, faz 10 minutos.

— Falô então.

Deixo a banca com ele e meto o pé com minhas coisas, ando rapidão pra conseguir chegar perto da Laura, ela vestia uma calça jeans justa na cor azul, uma blusa de manga cheia de furinhos na cor rosa, dava pra vê seu top preto por baixo.

— Oiê, Laura-falo ao chegar perto dela.

— Oiê, Isaque, tudo bem?-sorri linda como sempre, me fazendo admirar sua covinha na bochecha que deixava ela mais linda ainda é seu perssing pequeno no cepto.

— Tudo bem e contigo?.

— Bem, só cansada… o dia na faculdade hoje foi corrido e cheio.

— Seus assuntos são sempre sobre faculdade, né?-sorrio reparando no seu cabelo castanho meio loiro, era bem liso igual de sua mãe.

— É, eu só faço isso, vou pra faculdade, fico em casa, vou em alguns bailes e só.

— Tendi… vai no baile domingo?.

— Não, preciso dormir pelo menos 8 horas por dia, pra ter um bom rendimento na faculdade, se fosse na sexta, ou no sábado eu podia pelo menos quebrar minha palavra, mas domingo não, pois fica complicado pra mim.

— Tendi-eu só sorrio e continuo a acompanhar até sua casa.

  Chegamos em frente a casa dela, então ela vai até a porta e eu só fico olhando, a mesma abre a porta e já vai entrando,mas então olha pra trás e sorri.

— Não vai entrar?-me questiona.

— Eu?-pergunto sem entender, fazia quase um ano que não ia na casa dela, os irmãos dela estavam mudados, quem ainda era a mesma coisa comigo era o Tarantino, mas não tinha muita lógica entrar, eu nem tinha tanto assunto assim com eles.

— É Isaque, entra, almoça com a gente-sorri linda.

— Se tu tá me chamando, então eu vou.

  Entro na casa sorrindo e assim que fecho a porta, dou de cara com o pai dela, ele bolava o cigarro de todo dia dele e ela vai até ele.

— Oi pai-beija seu rosto.

— Fala princesa, tudo tranque?.

— Tudo e com o senhor?-ela sorria sem mostrar os dentes e eu só sabia admirar aquele lindo ser.

— Bem-fala normal terminando de bolar seu baseado

— Bom, vou tomar um banho e trocar essa roupa quente.

— Falô-fala ele serio.

— Isaque senta aí, meu pai não morde-diz sorrindo no seu natural.

— Só mata-falo baixo, mas eles escutam e ela gargalha.

— Fica tranquilo, Sonata-fala enquanto ela subia as escadas na pressa-, só mato quando é necessário-eu engulo em seco-, eai, tu sumiu daqui.

— É, os caras mudaram esses últimos meses.

— É, cada um tá seguindo as paradas que quer e tu?.

— Não tem como seguir o que quero.

— Por causa dos seus pais?.

— Acho que por minha causa mesmo, mas tá tranque, eu tô sussa na vida.

— Então tu veio só almoçar?

— É, a Laura me chamou, subimos o morro juntos.

— Cabou teu trampo?.

— Sim, deve ter já uns 20 minutos.

— Se gosta dela é melhor falar com o pai dela-diz ascendendo o cigarro.

— Que?.

— Você gosta da minha filha, seria mais fácil falar comigo, do que ficar tentando ser bom pra ela, pra tentar pegar depois que ela cair na sua igual patinha.

— Com todo respeito senhor Zeus, eu gosto da sua filha, já tem uma cota, mas não quero pegar ela, tanto que nem falei isso pra ela, tá ligado.

— Quem gosta e não quer pegar?.

— Eu… sei que tu pode não entender, ou não acredita, mas eu gosto muito da tua filha, gosto de mais, gosto tanto que sei que eu não sou o cara pra ela, eu não tenho planos, não tenho um futuro promissor como ela tem, eu não atrapalharia a vida dela por puro egoísmo, eu não sou assim, mesmo que eu ame, prefiro vê-la com alguém melhor que eu, com alguém que respeite como eu respeitaria ela, com alguém que possa dá um futuro melhor que um barraco na favela, melhor que dinheiro de tráfico, melhor que sogros que não lembram nem o nome da nora… bom, acho que isso é o amor de verdade.

  Ele fumava e ouvia tudo atento, então entra a Alice, a mãe da Laura, ela sorria igual à filha, acho que é de família, elas tinham um ar doce, um ar de compreensão e aceitação, diferente do Zeus, que parecia ter um ar de morte, ou é só mesmo o medo que causa em todos com seu rosto sério.

— Gosta mesmo dela?-pergunta se sentando ao lado do marido.

— Gosto...

-Eu também acho você um ótimo partido pra minha filha, pena que ela não pense em namorar/casar ainda, mas se um dia vocês conversarem sobre isso, eu estarei de acordo e ao lado de vocês-diz gentil.

— Mas eu não, pois nem uma das minhas filhas vão namorar e nem casar, vão ser freira dentro de casa e morrer assim e vão ser muito felizes.

— Sonata, não liga pro Lipe, ele é chato e ciumento com as filhas, mas ele sabe que não tem como prender as crianças-ele revira os olhos e ela pega o cigarro da mão dele, depois levanta e sai.

— Ei!!, meu baseado!!!-ele sai atrás dela e vão os dois pra cozinha e eu fico ali sozinho, pensando no que os dois disseram.

  Depois de uma cota a Laura aparece na sala, ela vestia uma blusa sem manga e curta na cor amarelo, seu short era esses de joga bola e ela ficava muito gata assim também.

  Então me chamou pra ir almoçar, entramos na cozinha e os pais dela conversavam entre si coisas que não deu pra saber, pois chegamos e eles pararam, então almoçamos juntos e foi até maneiro, depois agradeci e fui pra casa e ela foi estudar, como sempre.

Esperando cair papelOnde histórias criam vida. Descubra agora