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Abelha: 🐝

  Eu e o Cláudio estávamos bem, meu pai gostava muito dele, às vezes meu pai deixava ele dormir ali em casa, mas eu me sentia incomodada.  Já tinha passado algumas semanas depois do dia do baile, hoje o dia tava nublado e frio, eu estava doida para que chovesse, eu gostava quando chovia, eu estava no sofá olhando a janela e esperando a chuva cair, saudades de brincar na chuva, a parte terrível era que a maioria das minhas lembranças tinha o Sete e eram as minhas lembranças mais felizes.

Lembro como se fosse hoje as poucas vezes que ficamos na chuva juntos, ele sempre me prensava no beco e me beijava, era calmo, tranquilo e atencioso, nessa época ele não ficava com mais ninguém a não ser eu, acho que era porque ele queria transar comigo, por isso era tão diferente do Sete de meses atrás, naquela época ele era mesmo o Luan, o mesmo menino que zoava todos e brincava feliz com todos, depois que ele se tornou o "Sete", passou a mentir, a ser mais sério, a ser irritado e não ter paciência com nada e nem ninguém, ou só não tinha comigo.

  Nem reparo quando algumas lágrimas caem, cada beijo era tão intenso e eu sempre prometia amar ele pra sempre, acho que meu coração levou isso a sério de mais e mesmo que ele não me amasse para sempre, eu amava ele para todo o sempre, amava hoje, amei ontem e sei que amarei amanhã e até meus últimos dias de vida.

  Limpo o rosto e vejo um ser chegando perto da minha goma, minha mãe também olhava, já que estava atrás de mim olhando pasma, eu limpo mais meu rosto, não queria vestígio nem um de choro.  Então ele se aproxima da janela e sorri como sempre e eu sinto meu coração parar, mas logo minha mãe bate no meu braço me fazendo acordar pra vida.

— Oiê abelha, oi dona Laysa, cês tão bem?.

— Eu estou ótima, pode entrar Luan, fique a vontade.

— Ata, valeu.

  Ela vai até a porta e abre a mesma, então minha mãe cumprimenta ele formalmente, o mesmo vem até mim e ela fecha a porta, eu encaro a mesma que sorri feliz e diz que vai ir pra cozinha.  Então eu presto atenção no moreno a minha frente, eu gostava de cara branco, mas depois desse moreno eu nunca mais fui a mesma.

— Fala aí Ana, tu tá bem?.

— O que cê tá fazendo aqui?.

— Tenho te visto muito distante de mim.

— É né, deve ser por que-falo irônica.

— Mérmo que tu esteja namorando, acho que nós não temos que fica nesse impasse, nós era amigo lembra, fumava junto, bebia junto, eu sinto saudades.

— Luan… por favor, procura outra amiga, eu agora tenho namorado, não posso ser sua amiga como era antes.

— Não?...

— Não...

— Mas eu quero sair contigo, vamos pro mirante?.

— Na dona Marta?-pergunto assustada.

— É, bora?.

— O tempo tá péssimo pra sair.

— Bora Ana, vamos fumar como sempre, conversar como amigos, nós somos amigos, fora que tu vai gostar do lugar.

Esperando cair papelOnde histórias criam vida. Descubra agora