Zeus: 🥵
Eu fui pro escritório e fiquei lá fumando até tarde da manhã, talibã ficava trabalhando e me olhando toda hora.
— Para de me encarar po***!!-falo puto j, ou mais ainda.
— Não quer mesmo falar o que rolou?-diz calmo como um bom amigo.
— A Fernanda tava fugindo de casa na madruga, então esperei ela chegar, ia conversar de boa, mas ela mentiu pra mim na minha cara, mérmo eu sabendo de tudo, aí bati nela.
— Normal bater nos filhos-da de ombros por ser algo banal.
— Dei só socão nela, tava puto, aí quase perdi o controle com a Alice que tentou me parar, aí nós brigou, ela tá com raiva de mim e a filha dela toda quebrada.
— Que isso mano, tu é mais forte que a menina, imagina como essa garota tá.
— Ainda não bati do jeito certo e vou ter certeza quando ela fizer mais merda, aí faço pior que dessa vez.
— Zeus, tu tem que se controlar, eu sei que tu sempre foi irritado com tudo, sem paciência igual o Zico, mas tem que se controlar.
— Mais?, a mina tá me enganando há meses fi, sou otário não, eu pago tudo pra ela, dô do bom e do melhor, faço as vontades e duas coisas só que peço, que não namore ainda e que não minta pra mim.
— Tu pega pesado de mais com as crias cara, as mina vão namorar um dia, não tem como segurar pra sempre, dessa vez foi a Nanda, da próxima vai ser a Laurinha, tu prende tanto que elas acabam se sentindo abrigadas a fazer as coisas nas escondidas.
— Então agora é minha culpa tudo isso...
— Não, tu tá certo de ter cobrado, tu ainda é o pai, ela mora de baixo do teu teto, só exagerou e talvez essas coisas acontecem porque tu é rígido de mais com as crias.
— Ta… já entendi.
— Oh, pega meu exemplo. Eu trato a Luna diferente, sempre foi assim, eu dizia a ela as coisas e ela fazia se quisesse, ela ficou virgem até os 17, eu fiquei irritado porque ela nem namorou o cara, só se perdeu e depois disse pra gente, depois ela passou a ficar com os caras nos bailes, eu dei o papo que não era pra ficar passando o rodo em geral, se não ia ficar pixada na favela, ela sempre foi obediente, sempre teve a liberdade de ir e vir e tals, ela sempre foi livre pra tudo, não arrumou filho cedo, sempre foi uma boa filha, ajuda bastante a mãe, me ajuda quando o Luan não pode ajudar(como sempre), a Luna é diferente, talvez seja a criação, ou ela puxou a melhor parte que foi da mãe, ela parece muito com a Tetê.
— Hum-meu celular toca.
Ligação:
— Fala.
— Pai?!!.
— Oiê Zico, dá o papo.
— Pai, a Fernanda está na maternidade, ela tava grávida e depois da surra, perdeu o bebê.
— O quê?!!!.
— Ela quase morreu também, a mãe pediu pra ligar pro senhor, vem pra cá, vou mandar o endereço.
— Tá bom, marca 10 que chego aí.
— Falô.
Ligação:
— O que houve?-pergunta o Talibã.
— Minha filha quase morreu e perdeu um bebê, preciso ir pra lá.
— Ta, eu vou contigo, deixo o Falcão em alerta.
Ele agita as coisas e saímos dali indo para o endereço que o Zico mandou, nós chega lá e eu já entro no desespero, vejo a família reunida e eles pareciam até tranquilos.
— Ela tá bem?-pergunto preocupado.
A Alice me olha e morde os lábios, ela ainda estava irritada, mas não gostava de me tratar mal, nem de ficar irritada comigo, então eu finjo demência e agarro ela, abraçando a mesma com força e sentindo seu corpo amolecendo, logo ela chora e por fim diz coisas baixo.
— Quase perdemos nossa filha!!-sinto meus olhos ficarem pesados, em fim eu parei pra pensar como eu me sentiria mau e infeliz se eu perdesse a minha filhinha-, Zeus… eu sei que não queria, eu sei… mas se ela morresse eu não iria conseguir te perdoar, mesmo sabendo que não fez por mal-ela falava e chorava baixo ali nos meus braços e lágrimas caem.
Eu não sabia quando foi que as coisas ficaram difíceis assim, tudo era mais fácil antes da Fernanda nascer, quando a baixinha nasceu eu me vi mais protetor que antes, já que a Laura já era acostumada com meu jeito, a Laura não sentia medo de mim, ela sentia respeito, mas a Fernanda eu impus muito a fama ao qual todos estavam acostumados a sentir medo, na Fernanda eu não mostrei respeito e talvez por isso ela faça as coisas escondido por medo, por temor, ela não se sentia tranquila ao falar comigo, já que eu era muito ignorante com o que não fosse do jeito que eu queria, ou que eu era acostumado a impôr.
— Eu não vou mais me descontrolar-afasto ela do meu peito e seguro seu rosto pequeno-, e não vou mais proibir elas de tudo como antes, eu vou mudar as coisas, eu tô errado e assumo, eu quero mudar, não quero perder meus filhos, nem um deles.
— Eu sei, eu sei que é bom, que é uma pessoa boa, que muda, que melhora, você é meu orgulho, sabe disso, né?.
— Sei, igual tu é o meu.
Beijo sua boca devagar, nós não usamos língua, só mesmo encostando nossos lábios, colando um no outro e lembrando do passado, antes tudo parecia mais fácil, eles eram pequenos, era fácil conversar, resolver problemas, mas agora era mais difícil conversar e corrigir, parecia que isso fugia do meu controle.
Nós ficamos esperando e eu me irrito e bato no Rúben, ele fala poucas e boas, mas que era verdade, depois todos foram vê a Nanda, mas voltaram rápido, parece que ela tratou todo mundo com indiferença, eles entendiam que podia ser por causa do que ocorreu, ela não estava bem. Então chegou a minha e a vez da Alice, fomos os dois juntos e de mãos dadas, assim que a Alice entra tira um suspiro aliviado da filha, mas quando ela me vê faz cara de nojo e nesse momento eu percebi que de tudo que passei, de todo tiro que levei, de toda porrada de PM ou qualquer coisa que já passei na vida, nada ia ser pior que a forma que minha filha me tratou naquele quarto, não só a cara de nojo, mas ela falar várias e várias vezes que me odiava e que só iria me suportar porque ela não tinha pra onde ir e terminou com o Rúben, disse que ele era igual eu e que não merecíamos o amor dela.
Eu saio do quarto deixando a Alice resolver as coisas, os meninos não me julgavam, mas também não apoiavam a forma imprudente que agi. Eu saio dali e vou pra perto do carro respirar, eu não tava me sentindo bem, eu sei que não sou tão errado assim, também sei que não mereço ser tratado dessa forma pela minha filha, mas no fim o que ia importar é que ela estava bem e que eu mudaria meus atos/jeito dali em diante com meus filhos, principalmente minhas filhas.
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Esperando cair papel
Romance: (Antes) 4° Temporada de:Meu dono me bate. Eu olhava pra ele com nojo e sentia a ancia vir,seu modo errado de falar me deixava injuriada,suas roupas me deixava irritada e eu não entendia como eu podia sentir ciúmes de um garoto mimado,criminoso e...