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Nora:💁🏻‍♀️

  Depois da discussão todos ficaram um tanto estranhos, eu sentia que fiz besteira, então resolvi voltar para o quarto e embernar ali, até que todos esqueçam quem sou eu.

No dia seguinte, acordo com a Thalia batendo na porta do quarto, ela parecia querer destruir a mesma, e como é ela quem está fazendo isso, ninguém(no caso a Alice) reclama.  Abro a porta e ela estava séria, dou passagem para mesma que entra no quarto, então fecho a porta e me jogo na cama.

— Qual é o seu problema Nora?.

— Ela já foi fazer fofoca para você?-falo sarcástica.

— Não, o Yuri me disse que minha sogra mandou você embora daqui.

— Por mim tanto faz, melhor eu ficar fora dessa favela mesmo, não suporto essa gentinha.

— Eu não entendo como eu consegui sentir pena de tu, cara, era só ficar de boa, mas não, você tem que tratar geral mal e falar merda, o pessoal super gente boa, te trata bem, gosta de ajudar os outros, mas aí vai você e esquece que tu não tem po*** nem uma, não tem família e tá grávida, e fala besteira pra minha sogra e além dela não gostar de você, pode também acabar não gostando de mim, porque foi eu que tentei fazer o certo, trazendo uma pessoa desprezível pra cá.

— Poxa, você não precisa ser tão má comigo, eu não tive a intenção de falar tudo que falei.

— Nossa, imagina se tivesse-ela revira os olhos.

— Obrigada pelo choque de realidade que eu não tenho nada… mas o bom de me mandarem embora, é que posso tirar esse bebê e posso voltar a ficar na sua casa.

— Lembra que na minha casa não pode?, se voltar pra lá minha mãe vai processar seus pais.

— Aé...

— E o bebê não tem culpa de tudo que anda acontecendo, então não tire ele… fora que essa criança meio que não é tua, é da família do Yuri, então eles não vão deixar você ir embora.

— Por mim eles podem ficar com esse bebê inútil pra eles, eu não quero-ela suspira e respira fundo.

— Você vai morar com o Zico, ele também foi meio que mandado embora daqui.

— Então vou ter que morar sozinha com o pai do bebê, um bandido, além de pobre, nojento e repulsivo.

— Nora… eu vou te da mais uma chance, uma única chance de ajuda, de ajuda com tudo, minha ajuda, mas você precisa parar de ser assim, de ter esse jeito que trata todos mal, se continuar assim você só vai sofrer, o Zico não presta, ele não é igual o Yuri que é um doce e um amor de pessoa, o Michel só pensa nele, ele não liga para mais ninguém além dele e seus planos de crescimento como dono do morro, por mim eu tirava o Tarantino de perto desse crápula, mas infelizmente é família e família/parente, ninguém escolhe.  Então tenta melhorar, pra que ele não faça nada de ruim com você.

— Até parece que ele ousaria fazer algo de ruim comigo.

— Bom, alguém que droga uma menina em uma festa, dorme com ela e fingi demência, essa pessoa não me parece ser uma boa pessoa, então eu esperaria de tudo.

— Ok… vou tentar melhorar.

— Isso aí-ela sorri e me abraça-, infelizmente eu aprendi a gostar de você e não quero seu mal, então tente e muito em.

— Tá bom Thata-sorrio.

  Depois que arrumo minhas coisas e fomos para outra casa, a Thata me ajudou a organizar minhas coisas e depois foi para casa, ela não gostava nem um pouco do Zico, bom, não era para menos.

  Logo que eles vão embora, eu resolvo procurar alguma coisa pra comer, estava com fome, sai da casa da Alice sem comer nada.

  Assim que desço vejo o Zico sem camisa, ele tava deitado no sofá mexendo no celular, acabo esbarrando no criado mudo que havia ali perto da escada, então ele me olha.

— Ta olhando o quê?!-diz rude.

— Estou com fome-falo devagar.

— Se vira, quer comida na boca também?.

— Não sabe ter educação não?.

— Se tu que tinha grana não sabe, imagina eu né-diz irônico.

— Aonde tem comida?.

— Aonde será?-ele pergunta com mais ironia e isso tava me irritando.

— Deixa.

— Deixa mesmo.

  Eu vou para a cozinha, procuro as coisas nos armários, gavetas e já sei aonde tem tudo, pratos, copos, talheres e comida, mas aqui não tinha nada fácil de fazer, ou nada que eu soubesse fazer, bom, na verdade eu não sabia fazer nada.  Volto pra sala aonde ele ainda mexia no celular mordendo os lábios de uma forma lasciva, o que me causa algo estranho, mas eu desvio todos os pensamentos que me tiravam o foco.

— Cadê a empregada?!-pergunto alto pra que me escute.

— Quê?!-ele me olha confuso.

— A empregada, preciso de alguém que cozinhe pra mim-ele gargalha como se fosse uma piada e agora eu quem fico confusa-, qual a graça?.

— Acho que tu ainda não entendeu as paradas aqui, nessa casa não tem empregadas, nem escrava de burguês, a gente faz nossas próprias paradas.

— Preciso de uma empregada!.

— Paga por uma então.

— Vocês não me querem aqui?, façam as minhas vontades.

  Ele levanta sério e vem pra perto de mim, depois segura meu queixo e sorri meio estranho.

— Entende uma coisa garota, aqui não tem Laura pra tu achar que vai da ordem-diz sério apertando meu queixo forte e me fazendo sentir dor-, quem manda nessa po*** sou eu, eu paguei por essa casa e quero respeito, vai ter que beijar meu pé se quiser qualquer coisa, minhas obrigações vão ser comprar comida, remédios, pagar consultas e ir nas mesmas contigo, fora isso, tudo que quiser e precisar pra você e não pro bebê, vai ter que beijar meu pé e se esforçar pra eu te dá qualquer coisa.

— Até parece que eu vou me humilhar por suas migalhas, ainda mais com esse seu dinheiro sujo-cuspo as palavras puxando meu rosto pra longe dele e de sua mão que me machucava.

— Meu dinheiro consegue ser mais limpo que você e assim que tu colocar essa cria pra fora já vai ter um trampo como pu**, os caras gostam de deixa as mulherzinha como tu se sentindo um lixo, o lixo que realmente são.

— Me respeita seu idiota!!!.

  Dou um tapa na cara dele, mas na mesma hora ele me devolve, mas não foi um tapa, ele me deu um soco e na mesma hora eu caí no chão, meu rosto doía e eu já começo a chorar.

— Espero que tu entenda que eu mando aqui e esse soco foi só o começo, tu pode ronca pra minha mãe, mas pra mim não.

— Você não pode me bater!-falo chorando como criança.

— Ja bati e se continuar se achando a tal, vai conhecer o meu pior lado, então se tu não quiser esse rostinho bonito todo roxo, tu anda na linha, não me irrita e nem vem coloca bronca em cima de mim.

  Ele sai da casa e me deixa ali no chão jogada e chorando, engulo a saliva e sinto o gosto de sangue, acho que minha boca cortou.

  Depois que me acalmo ligo várias e várias vezes pra Thalia, ela tinha que me tirar dali, eu não queria ficar morando com o Zico, ele me bateu e foi pior que o tapa que tomei do meu pai e por sua ameaça, eu sei que ele vai me bater mais vezes e talvez possa ser piores que dessa vez, ele não ligava pro bebê que eu esperava dele… claro, como ia ligar, nem ele queria a criança.

Esperando cair papelOnde histórias criam vida. Descubra agora