Nora: 💁🏻♀️
Acordo sentindo dores, muitas dores, assim que abro os olhos vejo médicos e enfermeiros, eles me analisavam e a sala estava cheia, eu estava assustada, me lembro que estava com a Karen em um lugar próximo ao Vidigal, mas um tanto deserto e agora estou em uma sala cheia de gente.
- Oi, tudo bem?-pergunta o homem me analisando.
- O que faço aqui?, cadê minha família?.
- Você se drogou moça, usou muita droga injetável e acabou matando seu bebê.
- O quê?-eu já começo a chorar-, para de brincar, cadê minha filha?!!!-eu passo a mão na barriga que ainda era grande, eu sentia muita dor-, minha filha continua aqui!!!.
- Ela está morta e essa dor que está sentindo e que estamos induzindo seu parto.
- Não, vocês não podem fazer isso, minha filha só nasce daqui a duas ou três semanas!!!.
- Você vai colocar um bebê morto pra fora, se não haverá complicações em você.
- Não!!!, minha filha não está morta, ela não está!!!!-eu grito, me debato e choro.
Fico assim por bastante tempo, mas a dor dentro de mim era maior e mais forte, então umas das moças que estava no local mandou eu fazer força, muita força, sem ter medo de nada, então eu faço o que ela pede, eu sentia muita dor e depois de minutos fazendo força eu sinto algo sair de mim juntamente com minhas forças, eu vejo eles pegando algo e jogando em um cesto, enquanto a outra menina limpava e costurava algo em mim, faz um barulho forte quando aquilo bate lá, era a minha filha que eles jogaram de qualquer jeito.
- Deixa eu vê-la, por favor!-peço quase sem forças.
- Quer vê o bebê que você matou?-diz uma das enfermeiras com desdém.
- Deixa eu ver minha filha, por favor!!-grito e choro.
- Como ainda tem coragem de pedir pra ver o feto morto, sua assassina?!!-ela grita enojada.
- Deixa ela vê, por favor-diz a moça que mandou eu fazer força.
Então ela vai até o local, pega e enrola o neném em um pano e leva até mim, eu estendo o braço pra pegar no colo e ela me dá, minha filha estava roxa e sem vida, ela morreu, eu choro e abraço aquele corpinho pequeno, acabo gritando de tanta dor que eu sentia, além de ouvir as palavras ruins da outra moça, ela tinha a convicção que eu tinha me drogado pra matar a Maysa, mas eu sabia que nada que ela falasse podia ser mais doloroso que ter minha filha morta em meus braços, todos os médicos choravam, mas a outra mulher continuava falando várias merdas.
- Chega!!!-grita a menina nova que chorava também-, não tá vendo a dor dela?, ninguém te disse que essa menina inalou produtos que a fizeram dormir?, provavelmente ela foi drogada por alguém, o pai do bebê chegou desesperado, eu estava lá fora, eu vi e ouvi tudo que disseram, deixa ela em paz, ela acabou de perder uma filha, mais respeito pela dor de uma mãe!-ela chorava e por suas falas, imagino que também já tenha perdido um filho.
A mesma sai da sala e a outra que falava ficou quieta, então depois de um tempo de muito choro, dor e tristeza, eles tiraram a bebê de mim a força, já que eu não queria soltar, eu fiz um escândalo fora do normal, bom, pra mim era normal, eu estava morrendo de dor no peito, uma dor, uma falta e um buraco que jamais iria se preencher.
Eles me doparam e só assim que fiquei mais calma. No dia seguinte recebi a visita de todos, mas eu não falava muito, só chorava e pedia pra ir pra casa. Quando fez 42 horas o Zico me levou embora, eu não falei muita coisa, ele também estava sofrendo e ainda estava resolvendo as coisas do funeral da Maysa, eu não queria estar presente, mas não conseguiria não ir enterrá-la como uma menina amada.
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Esperando cair papel
Romance: (Antes) 4° Temporada de:Meu dono me bate. Eu olhava pra ele com nojo e sentia a ancia vir,seu modo errado de falar me deixava injuriada,suas roupas me deixava irritada e eu não entendia como eu podia sentir ciúmes de um garoto mimado,criminoso e...