Esperando cair papel

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Zico: 👽

Acordo chei de dor na cabeça, só acordei porque sonhei que tava caindo e realmente acordei no chão, um chão que não era o lá de casa, então já tava pensando que tinha feito alguma merda, se essa merda fosse pelo menos uma mulher bonitinha, mas pelo visto não foi, se não eu tava na cama com uma gata e não no chão.

— Bom dia, chefe dos barracos-olho pro cara alto que aparece em pé de frente pá mim.

— Aonde eu tô?, que ano é esse?.

— Ta na minha casa-eu olho pra fresta de uma porta e os meninos dele tavam rindo de mim-, estamos no ano em que você decidiu voltar pro Vidigal, resumindo, presente.

— Bebi muito?.

— Sentiu dor?.

— Minha cabeça tá explodindo...

— Tu bebeu muito não mano, tu entornou.

— O que houve, uma decepção amorosa?.

— Acho que sim, ataque de ciúmes da Nora com o próprio namorado, você bebeu pacas, beijou a loirinha e depois agarrou a Nora a força, então brigou com o Davi, cês se bateram muito e tu tá com a cara péssima, agora todos vão saber que você é o Michel e eu sou o Yure, em fim vão poder diferenciar-diz rindo.

— Eu matei ele?.

— Não, o que é bom.

— Não acho bom não, mas se tu tá falando...

— Ainda não terminei de contar, cês tavam no veneno, brigaram pacas, eu dei tiro pro alto e vocês nem ligaram. Depois eu tive que separar, quase tomei porrada, então o Davi mando tu fica longe da Nora, tu falo que não ia, falo merda da tua ex, falo merda pro Davi, ele falo pá tu também, quando eu te trouxe pra cá, pois tu tava querendo arrumar b.o. com o cara de novo, queria ir à casa dele e tudo, então eu te trouxe pra cá, aí tu fez seus dramas, depois choro por causa da Nora e deixo as crianças pintarem você, então dormiu aí no sofá.

— Que merda...-ponho a mão na cabeça, que dor que eu tava sentindo.

— Toma-ele me dá o copo de água e comprimido-, eu deveria te dá um tarja preta pra te manter calmo, mas eu não trabalho com drogas pesadas.

— Hahaha, bobão.

— Sorria irmão-ele bate uma foto minha e sai gargalhando.

Eu até faria ele apagar e pedir desculpas, mas eu tava sentindo muita dor de cabeça, tudo por culpa da Nora, não era difícil ela assumir que me ama e que quer ficar comigo, mas não, ela dá uma de que ama o cara lá, aí fica dando esses b.o.

Levanto do chão e vou ver meu rosto, que além de pintado, estava com marcas roxas e cortes, além de sem nem uma cara de pau de andar pelo morro, na hora que bebemos nós fazemos cada merda, mas depois que batemos de frente com a realidade, nós percebemos que fez cagada.

Lavo meu rosto e seco, me olho por minutos e eu tava legal não, depois faço minhas necessidades, lavo as mãos e vou procurar café, tomo café lá com aquelas criancinhas rindo de mim e eu sério como sempre, depois vou pra casa pelos becos, mas via as pessoas fazendo fofoca, claro que daqui a pouco o senhor Zeus já ia tá sabendo e ia me da esporro.

Domingo passa de boa, meu pai fala nada, nós almoçamos tudo junto, minha mãe que fica assustada, faz curativo e fica me enchendo de perguntas, mas eu falo que não queria falar. Segunda chegou e eu acordei cedo como sempre, fui pro escritório, mas fiquei dormindo lá, ainda tava cansado de sábado, o álcool parecia está circulando no meu corpo até hoje, fora as dores no rosto e no corpo por causa da briga.