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Zico: 👽

Passou o fim de semana e eu tava agoniado, no domingo de manhã eu fiquei em casa, aqui o tempo tava feião, nublado, chei de nuvem escura, então fiquei em casa vendo filme, jogado no sofá e comendo besteiras. Vejo meu pai sentar no outro sofá da mesma forma que eu e realmente nós se parecia, eu sorrio em pensar nisso, minha mãe reclamava com razão, todos puxaram muito mais ele que ela.

— Eai?-pergunto olhando pra ele.

— Eai o quê?.

— O senhor tá bem, tá de boa?.

— Ta vendo eu vivo?, então tô bem.

— Ta com raiva de mim ainda?.

— Num sou cachorro pra sentir raiva.

— Eu precisei ir embora, foi necessidade.

— Que necessidade Zico?, tava passando fome?, tava se prostituindo?, tava doente?, tu ainda não passou po*** nem uma cara***!-fala irritado.

— Eu queria dá uma vida melhor, mais digna pra minha mina, minha filha se tivesse nascido.

— Tu é um covarde de merda, falo nem por mim porque eu não tava doente, mas largar uma menina que nem tinha um mês que tinha perdido uma filha tua e dela, isso é covardia, falta de amor.

— Eu fiz por amor.

— Pergunta a tua mãe se alguma vez eu larguei ela com a desculpa de dá uma vida melhor pra ela ou pra vocês?, fi, sustentei vocês anos com dinheiro de tráfico, ela não gostava, queria trabalhar pra ajudar, pra não depender de mim, mas mesmo assim eu cuidei de vocês com o que eu tinha e podia, eu reclamava pacas por causa de dim, mas nunca faltou nada pra nós, nunca faltou comida, festas, estudo, eu paguei tudo com meu dinheiro, o dinheiro da tua mãe tá guardado até hoje, eu falei pra ela não mexer no dinheiro, ela quer investir em alguma coisa novamente, mas no momento nós não precisa. Nunca meti o pé com desculpa de dá uma vida melhor.

— Quer que eu fale o que, que errei?, eu errei pô, tô pagando pelo que fiz.

— Michel, eu passei esse tempo todo revoltado contigo, eu confiei em você, eu conversei com você, se você visse como a tua mulher ficou quando tu foi embora, tu nunca mais voltava, ela ficou mal pacas e se um dia ela voltar com você, você valoriza a mina que tu tem e para de fazer merda, ela mudou de verdade, já você é um caso duvidoso.

— Também te amo pai.

— Eu sei, geral me ama-olho sério e ele gargalha-, também te amo ô comédia, tu não toma um plumo não pra vê o que eu faço contigo, as porradas que era pra ter te dado e não dei, eu vou da e talvez você não viva pra contar história.

Abraço ele, depois nós jogamos no x-box dele. Na segunda eu tava mais agoniado ainda, tava no escritório e na cabeça só passava a saudade que eu sentia da Nora.

— Para de bate a po*** do pé na mesa cara***!-fala o Yure irritado, ele tava fazendo a conta das coisas.

— Preciso vê a Nora.

— La vai ele fazer merda-diz o Luan brincando com a Paula, que tava no seu colo.

— Vou mérmo, segura as pontas pra mim, depois eu volto.

Esperando cair papelOnde histórias criam vida. Descubra agora