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Nora: 💁🏻‍♀️

  Depois do dia que a gente ficou ele não ficava mais em casa direito, ficava só trabalhando e dois dias dormiu fora de casa, então resolvi não ficar me irritando por causa desse babaca, atração dá e passa, fora que tem várias pessoas na comunidade, o que significa que posso ficar com essas outras pessoas.

Na sexta era dia de baile e o Michel apareceu, falou comigo normal, se arrumou e saiu, eu sabia que ele iria para o baile, pois tinha mandado áudio para o Luan dizendo que iria encontrar ele em algum lugar, fora que o som do baile estava alto, então era de se imaginar que o “quase chefe” iria.  Então ligo e chamo a Thalia para ir comigo ao baile, me arrumo bem bonita e encontro com ela, depois entramos no local com o som alto e logo ela começou a beber, mas sua companhia não durou muito, já que o Tarantino fez ela ir atrás dele, então fiquei ali só.

— Bebe alguma coisa?-aparece um preto gato, um preto que eu já conhecia, era o segurança da minha casa.

— Não posso-falo passando a mão na minha barriga grandinha.

— Aé, esqueci-ele sorri lindo e eu "viajo" como dizem as meninas da ONG-, quer beber um refri então?.

— Acho que aqui não tem…-falo pensativa e olhando para as pessoas que só pediam bebidas com álcool.

— La fora tem, bora?.

— Eu não trouxe dinheiro-falo olhando na direção do Zico, que tinha a Karen no colo e deve nem sabia que eu estava ali.

— Ta dê sacas né?-fala rindo-, eu tô chamando, eu que pago.

— Tem certeza?.

— Claro-ele sorri.

Saímos dali e fomos andando um do lado do outro, chegamos a uma barraquinha que ainda estava aberta, ele pede um refrigerante e uma garrafa de “Ousadia”, creio que seja bebida alcoólica, ele compra também uma coxinha e assim saímos dali.

— Toma-me estende a coxinha e o refrigerante de latinha.

— Obrigada-pego de sua mão e vamos andando até a quadra, sentamos na arquibancada e eu começo a comer.

— Então, qual teu nome mérmo?-pergunta abrindo a garrafa e dando um gole longo.

— Nora Woother e você?.

— Davi, mas geral me chama de Leco.

— Por que Leco?.

— Sei lá, sempre me chamaram assim. Então Nora, tu é mulher do Zico?.

— Não, sou mãe do filho dele.

— Ata, achei que ele tinha duas mulheres, tava até falando com os vete, o cara brabão, duas mina, cê é loco-fala rindo e eu faço careta.

— Até parece que eu iria me submeter a isso, ficar com uma pessoa que já tem outra, quero compromisso nem um com homem duvidoso em fidelidade.

— Achei que tu gostava do bandido.

— Claro que não, eu e o Zico só temos mesmo a responsabilidade de sermos pais da mesma criança.

— Tendi.  Eai Nora, se mudou pra cá por quê?.

— Ah… eu não gosto muito de falar do passado, entende?.

— Sim, claro.

— E você, fez curso pra ser segurança?.

— Não, na favela não existe curso, você só precisa segurar um fuzil e atirar-fala normal olhando ao longe.

— Ata.

Esperando cair papelOnde histórias criam vida. Descubra agora