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Nora:💁🏻‍♀️

Tudo foi muito rápido, assim que recebo os socos eu só sinto dor, quando já estou no chão só me dou o trabalho de me encolher, não queria que ele tentasse me bater mais e acabasse atingindo o bebê.  Achei que as agressões iam continuar, mas ele sai, me deixando ali jogada no chão.

Eu não entendia como ele podia me odiar tanto assim, pois só odiando alguém para agredir desse jeito, com tanta fúria, raiva, ódio… sei que deveria não o irritar, esse pouco tempo que estamos na mesma casa já percebi que ele não tem tanta paciência, mas eu não vou ficar tentando amenizar as coisas, enquanto ele me agride com palavras sem eu nem saber direito o que está acontecendo, fora também que ele pegou no meu braço com força, me machucando e eu sem saber de nada.

Sei que dependo de moradia, mas não permitir que ele tente me humilhar, sendo que estou tentando mudar, estou tentando fazer as coisas certas, tentando me dá bem com ele.

Passam dois dias, eu e ele não estávamos nos falando, já não nos falávamos bem antes, agora então, éramos dois estranhos em casa, eu fazia minhas coisas e evitava o contato com ele, também não ajudei na ONG nem na segunda e nem hoje, eu não podia aparecer com o rosto desse jeito, meu rosto estava inchado ainda e ainda estava muito roxo, com algumas partes verdes. Hoje era o dia da minha consulta, mas eu não fui, depois eu remarcava, não tinha condições de aparecer com essa cara na frente da médica.

Eu só ficava jogada em casa sem fazer nada, não podia sair, nem tinha muito coisa para fazer na casa, então eu só ficava jogada no sofá ou no chão fresco, no tédio e comendo toda hora, como agora, eu estava comendo biscoito de chocolate e remoendo tudo que eu disse, bom, agora eu já pensava poder ter evitado esse transtorno todo.

(Toc, toc, toc!!!)-batem na porta.

— Já vai!-falo alto e caminho até lá.

Assim que abro dou de cara com a Thalia e com a Alice, as duas me olham assustadas e eu sinto vergonha de mim mesma, dou espaço para entrarem, então elas adentram e eu fecho a porta.

— Podem sentar-sorrio para que parem de me olhar assim.

— O que houve com você?-pergunta a Thalia preocupada e meio triste, ou só com pena.

Todos sabiam o que houve, mas não custava nada tentar amenizar as coisas, seria menos constrangedor para mim.

— Sofri um acidente doméstico-falo rápido.

— Um trator entrou dentro de casa?-pergunta a Alice séria, ela estava mais uma vez decepcionada, parecia saber sobre o que se tratava.

— Um acidente doméstico e normal-asseguro normal, mesmo sem ter firmeza nas palavras.

— Pode falar que ele te bateu, não precisa mentir, eu já sei que errei em algo com meu filho, só não consigo entender e nem saber o que foi e nem aonde foi-ela chora de vagar, parecia se controlar para não desabar.

— Calma, Alice, foi só uma discussão e...-passo a mão devagar por suas costas, tentando acalmar a mulher que era do meu tamanho.

— Nora, isso não tem como ser uma discussão só-diz a Thalia séria e preocupada-, você está com seu rosto muito roxo, ainda inchado, com marcas verdes… ele quis deformar seu rosto-agora ela estava assustada.

— Me desculpa Nora-ela fala chorando-, eu não sei o que faço mais com ele, eu nunca pensei que ele fosse capaz de algo desse tipo, na verdade, nunca pensei que ele fosse capaz de nada disso que ele anda fazendo, mas ele faz… quando que te bateu?.

Esperando cair papelOnde histórias criam vida. Descubra agora