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Fernanda:🤭

Hoje era um dia nublado, eu olhava os olhos claros do Rubinho e ele olhava o mar, mais uma vez o convenci a matar aula comigo, hoje como não tinha sol para me incriminar, resolvi vir a praia.

— Você é tão lindo-falo e vejo seu sorriso e logo seus olhos me encaram.

— Nunca serei mais que você-ele me beija e volta a olhar o mar.

Parecia um tipo de ritual, toda vez que o povo tava pensativo, ou triste, eles vinham a praia, tinham pessoas como eu que só vinha para matar aula mesmo e os outros que vinham para curtir mesmo, tomar banho e pegar a marquinha.

— No que está pensando?-abraço ele.

— Na minha morte-fala rindo.

— Eu já disse, se não quiser conversar com meu pai, não tem problemas, eu não ligo para isso-dou de ombros.

— Eu não quero que as pessoas pensem mal de você, também não quero que seu pai saiba sobre nós de uma forma terrível e entre outras coisas.

— Não sabia que era tão antiquado assim...

— Não sou...só quero fazer as coisas certas, Nanda.

— Mas eu não acho isso certo-solto ele e abraço minhas pernas, apoiando meu rosto nos joelhos.

— Tudo que é certo, não é certo para você, o que torna as coisas meio difíceis para mim.

— Por quê?.

— Nanda, eu sou homem, eu tenho um pai que é o máximo, mas mesmo assim impõe bastante coisa pra mim, uma delas é fazer o certo, outra é não perder nem uma oportunidade, como as meninas que ficam dando em cima de mim, eu só posso falar "não" se eu tiver namorando, se não, não posso negar as meninas, se não meu pai já pensa merda.

— Isso quer dizer que...

— Que eu vou falar com seu pai.

— Não é melhor falar com o seu?.

— Fernanda, eu gosto de você, eu quero mesmo namorar você, então deixa eu fazer as coisas certas.

— Tá bom...mas se alguma coisa desandar, tiver problemas na minha casa, você promete que vai esperar ficar mais calmo?, eu não quero um namorado morto.

— Tá bom-ele sorri e me beija, depois ficamos abraçamos por bastante tempo.

Antes de ir embora nós fomos para uma lanchonete ali da Urca, comemos um sanduíche e bebemos suco da fruta, depois fomos para casa. Assim que chegamos no Vidigal nos despedimos como colegas de escola, eu fico olhando ele subir para casa, até que uma menina aborda ele, eles trocam algumas palavras e ele vai embora sozinho, ela me olha e sorri debochada e eu faço cara de nojo, então entro em casa.

— Oiê mãe-falo vendo ela sentada no sofá e com o celular na mão.

— Fernanda, senta!-fala séria, o que era sempre incomum, já que minha mãe era super calma e amorosa.

— Sim, senhora...-me sento e encaro seus olhos sérios e lindos.

— Me ligaram da escola hoje...

— Putz...mãe?, sabia que seus olhos são lindos?, eu acho eles lindos de mais-sorrio amarelo-, sabia que eu te amo muito.

— Há quanto tempo mata aulas?.

— Dias?, meses?, anos?-falo fingindo que tentava lembrar.

— Bastante tempo...soube que não é só você que faz isso, ela me deu uma lista de pessoas e uma dessas pessoas é o Rúben.

— Mãe, não fala pro meu pai, por favor, por favor-me ajoelho perto dela e faço cara de choro.

— Você daria uma ótima atriz.

— É, mas meu pai não deixa, meu pai não quer, quer me manter presa em casa como uma boneca de porcelana-falo irritada.

— Seu pai pegou o telefone da minha mão, colocou no viva-voz e ouviu tudo que a diretora disse, ele está irritado com você e chega daqui a pouco para conversar sobre o assunto…

— Ele vai me bater?-pergunto para me preparar.

— Ele queria, disse que você está merecendo por mentir para gente...mas eu não deixei ele fazer isso.

— Mas quem manda não é ele?-falo irônica.

— Um dia você vai entender que quem manda são os homens, mas eles fazem o que queremos quando pedimos com jeitinho-ela sorri, lembrando de algo provavelmente.

— Tá bom...posso tomar banho?.

— Vai...

— Tá bom, obrigada.

— Nada...te amo, tá?-fala antes que eu saia.

— Eu sei, também te amo mãe-volto e beijo seu rosto e depois subo para o quarto.

Tomo um banho demorado, estava com medo da conversa com meu pai, pensava em várias coisas para falar, mas também não iria adiantar, ele já sabia o que eu andava fazendo.

Depois do banho me seco bem, coloco uma roupa fresca, calço meu chinelo, coloco meu celular na barra da calcinha e short, em contato com minha barriga, depois saio do quarto, assim que chego no alto da escada eu vejo meu pai andando de um lado para o outro, respiro forte e desço. Assim que chego na sala ele me olha, estava mais sério que nunca e eu sinto o medo me consumir, sento no sofá e ele me olha mais furioso ainda.

— Vai falar nada não ô filha da p***?!!!-ele xinga irritado.

— Felipe, eu sou a mãe dela!!-fala séria também.

— Eu sei Alice, não me interrompe-ela revira os olhos-, fala logo garota!!.

— Quer saber o quê?, se eu matei aula?.

— Eu não quero saber, eu já sei, só quero que me dê um motivo para eu não meter a po***** em tu.

— Por que eu te amo?-falo sorrindo amarelo e ele suspira.

— Alice, resolve isso antes que eu mate essa menina...

— Quer que eu resolva o que Zeus?, que eu bata?, que coloque de castigo?, não é você quem manda aqui?, então faz o que é pra fazer.

Ele olha irritado pra minha mãe, então vem até mim rápido, segura meu braço com força, tanta força que sinto meu braço doer e já caem lágrimas.

— Ta dê castigo até eu falar que saiu!-diz sério me olhando com raiva-, não vai sair mais sozinha, Sonata vai levar e buscar você todos os dias, nem no morro vai andar sozinha e se eu souber de qualquer coisa, qualquer coisinha, eu te bato e muito, e peça aos céus que eu esteja de bom humor, se não eu te mato só batendo em você.

Ele joga meu braço pra trás e eu só choro, olha pra minha mãe irritado e sai de casa batendo a porta, minha mãe só fica quieta enquanto eu choro e depois de um tempo, ela vem até mim e me abraça.

— Ele só não tem paciência, mas te ama, ama muito, tá bom?.

— Tá bom...me desculpa por mentir, ou enganar vocês, eu só não gosto de ser tratada como criança ou cativa.

— Sei, amor, eu sei...vou tentar conversar com seu pai.

Depois disso eu passei a ser vigiada 24 horas, eu e meu pai não andávamos tão bem, mas vivíamos tranquilos. Eu e o Rubinho ficávamos às vezes no banheiro da escola, mas não por muito tempo, não queríamos ser pegos e ter a fera do meu pai querendo matar a gente e quando estávamos no morro, eu só o via se alguém saísse junto comigo.

Esperando cair papelOnde histórias criam vida. Descubra agora