Serena: A Nova Bruxa dos Vingadores

06: Seus Novos Amigos

S E R E N A F E R R E R

Mas que...

Argh!

Ai minha cabeça, ah...

[...]

— Mãe, não! Por favor!

Ver o coven reunido decidindo meu triste destino foi a coisa mais dolorosa que já presenciei.

Principalmente vendo que minha mãe, a bruxa-mor, estava propondo aquele absurdo.

— Por que está fazendo isso comigo? Por que você só não me explica?! — Esbravejo com toda essa raiva fervendo em meu peito.

Estamos na semana do ritual.

Desde que eu fui intimada do que aconteceria que não tenho um segundo de paz. Meu coven jogou sobre mim um destino horrível e eu nem tive chance de escolha.

Desde o início da semana que estamos aqui nesta caverna, eu, minha mãe, e as conselheiras, as bruxas de maior confiança da bruxa-mor.

Desde que me entendi por gente como bruxa e que fazia parte desde o nascimento de um coven, eu achei que finalmente tinha achado o meu lugar. Eu amo ser bruxa, apesar de minha mãe ter me poupado dos aprendizados o máximo que pôde.

Por culpa dela, hoje não sei controlar meus poderes.

O pouco que sei, não dá nem pra se tomar um cargo no coven, sou como as crianças das outras bruxas, inúteis e quando usam magia, fazem besteira.

— Fiz o que você mais gosta, aproveite.

Minha mãe, se é que posso chamá-la assim, dispõe uma tigela com sopa na minha frente.

— Aproveitar? Me bajulando antes de me condenar de vez à milênios de tortura? Sei nem se posso chamar isso de peso na consciência. — Cuspo.

— Você nem vai estar consciente pra saber de alguma coisa, Serena. — Minha mãe rosna se virando para mim por um momento, apenas para um fuzilar de olhos, antes de voltar para seus afazeres na mesa de comidas.

É claro que é minha mãe, mas eu como o resto das bruxas, sempre a achei assustadora. Seu porte altivo e o olhar tão afiado pode condenar uma pessoa apenas com uma mirada.

— Não entra na minha cabeça como você pode confiar tanto nesse plano ridículo.

— Estamos fadadas à extinção, Serena. Você compreende isso? Todas vamos morrer. Você quer morrer?

— Todo mundo morre. É a ordem natural das coisas.

Minha mãe se vira de supetão apoiando as mãos na mesa de madeira velha e frágil, e me faz tremer.

Eu vejo sua raiva em forma de magia ondulado por suas veias e fios de seu cabelo flutuarem.

— Somos as bruxas mais poderosas que andam sobre essa terra! Você acha mesmo que nossa raça deve acabar assim? Mortas nas mãos daqueles meros idiotas?