50: Cozinha

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S E R E N A  F E R R E R

Me isolar um pouco é apelido para o que eu fiz nas últimas horas. Mas eu tenho muito bem com o que me defender, eu fui maratonar filmes de romance, que eu mesma pedi para Wanda me indicar.

Tudo material de pesquisa para eu saber o que é um romance.

Eu tenho um namorado, mas eu sou leiga, tudo que tenho para aprender sobre relacionamentos é com eles, e convenhamos, eu preciso muito. Livros também estão me interessando e tenho lido por um tablet pequeno chamado Kindle, e nossa, eles podem ser bastante educativos para certas... coisas.

Não que eu seja uma completa ingênua, claro que não.

Ouvi diversas conversas no coven de como nós deveríamos repudiar os homens pelo caráter opressor e sexista deles, homens eram proibidos para as bruxas Celesttian por toda a vida, exceto no ritual de passagem, quando as bruxas com idade tinham permissão para ir se aventurar pela cidade para perder a virgindade, isso era sagrado, e muitas das vezes acabava gerando mais bruxas, mas sempre meninas. As crianças que nasciam meninos eram levados para a cidade para sabe se lá qual destino.

Também havia os casos de quando os atos sexuais teriam ligações com feitiços e magia poderosa, mas esse era bem raro.

Todos diziam que eu fui fruto de um desses casos.

Minha mãe como bruxa-mor, teve que ir copular com um homem com o objetivo de me gerar, pois era profetizado que isso tinha que acontecer. E bom, a profecia se concretizou até certo ponto, afinal eu fui trancada em uma caixa e estou aqui.

Mas isso não importa mais, porque a minha vida agora é outra.

Eu não sou mais ligada ao coven Celesttian, não preciso seguir as regras, sou uma bruxa poderosa que controlo meus poderes, e eu namoro o cara mais perfeito do país! Há algo que eu deveria querer a mais?

Creio que não.

Me empertigo em minha cama e pauso uma série que estou assistindo, sentindo que perdi a noite inteira, e fome. O que me lembra o bolo de chocolate na cozinha, isso.

Me estico ouvindo até algumas partes minhas estalarem, que horror. Ando até closet para pegar um cardigan, afinal a época de frio está chegando, mas me interrompo quando vejo uma peça em cima do aparador ao lado da porta do closet.

O boné de Steve.

Sorrio lembrando que estava com ele, e jogo por cima de minha cabeça de novo, pego um cardigan marrom que cobre minha blusa regata e calças de pijama, e saio do meu quarto para a cozinha.

Daqui vejo que a sala está apagada, creio que todos já estão recolhidos em seus quartos, então tento não fazer barulho também. Acendo as luzes quando entro no cômodo da cozinha e vou direto à geladeira pegar o bolo.

Deixo a sobremesa sobre a ilha e pego um prato e garfo, me servindo em seguida de três fatias, porque sim. Vou até a cafeteira de cápsula e pego uma de cappucino, colocando pra fazer também.

— Você não deveria tomar café a noite.

Tomo um susto e me viro de supetão para a entrada, onde Tony está encostado no batente.

— Pelos céus, Tony, que susto! —
Falo apoiando a mão em meu peito.

O bilionário eu e se desencosta indo até a geladeira também, eu pulo para sentar em cima da bancada da ilha enquanto o moreno tira uma garrafa gelada de um líquido meio amarelado, algum tipo de chá.

Serena: A Nova Bruxa dos VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora