93: Café da Manhã

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S E R E N A F E R R E R

Acordo de meu sono quando acabo me enrolando e prendendo no edredom e tenho que me desvencilhar do tecido para me libertar.

Abro meus olhos para o espaço de meu quarto escuro, me situo e estico, antes de sentar na cama e pegar o controle do quarto dando o comando de abrir minhas cortinas blackout.

A parede de vidraça do meu quarto libera a vista da cidade em sua glória com o céu claro e eu suspiro tendo um novo dia pela frente.

Me levanto, vou ao banheiro para escovar os dentes, passar uma água no rosto e me dou um banho de um produto que se chama bruma que faz um bem danado para minha pele, eu amo o efeito pela manhã.

Saio indo para meu closet e troco meu pijama por um vestido preto básico, de alças e solto, meus cabelos soltos lisos e fico descalça mesmo.

Saio do meu quarto trazendo meu telefone, vejo a hora e se tenho algum compromisso que eu possa ter esquecido, e parece que não.

Me dirijo direto para a cozinha vazia e ligo a máquina de café para esquentar, enquanto eu saio indo para a sala mas paraliso quando vejo pelas vidraças da varanda a mulher loira do lado de fora.

Despojada andando de um lado para o outro com o telefone na orelha e um tablet grande nas mãos. Pepper está em casa.

Eu ando até lá e paro na porta de vidro ouvindo que ela fala de trabalho com alguém.

— Eu disse que nada vai ser decidido sem o meu aval, porque o projeto é uma colaboração e não uma ideia cedida. O MIT vai ter que esperar, deu pra entender?

Eu sorrio porque acho engraçada e admiro a personalidade de Pepper 'mulher-de-negócios". A loira está voltando quase do fim da varanda imensa e me nota aqui, ela acena com a cabeça e eu retribuo.

— Bom dia. — Ela sopra sem som.

— Bom dia.

Depois de mais alguns minutos ela encerra a ligação e suspira deixando os equipamentos sobre a mesa externa.

— Decidiu trabalhar de casa hoje? — Pergunto.

— Foi. A empresa está passando pela visita de uns representantes do NIST, um departamento do governo de padrões e tecnologia. E tanto na gerência do Tony quanto na minha a gente sempre fica longe de lá quando é esse dia. Essas pessoas são um porre. — Eu rio e ela também. — Mas o trabalho não para. E você? Dormiu bem? Já comeu?

— Dormi como uma pedra, na verdade. Ainda não comi, o café está esquentando.

— Traz para cá, a gente pode fazer companhia uma pra outra, agora que a cobertura parece grande demais depois que mais da metade de nossos hóspedes se foram.

— Você gostava de ter tanta gente morando aqui? — Digo surpresa.

— Desde a faculdade que eu convivo nesse meio empresarial de luxo, e essa vida costuma ter um caráter solitário. Então é raro quando ficamos muito tempo reunidos. Eu confesso que gosto.

— Aposto que o Tony nem tanto. — Provoco e Pepper ri de canto.

— Ele dá uma de durão, mas gosta da companhia de todos também. — Ela sorri se sentando na mesa.

Serena: A Nova Bruxa dos VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora