84: Despertar

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S E R E N A  F E R R E R

Bip!

Bip!

Bip!

Que som irritante.

Resmungo, me remexo e estou muito desconfortável. Abro meus olhos e com muito azar preciso fechar e piscar debilmente, pelas luzes.

O que tá...

O som não para. Viro minha cabeça na superfície macia, sei que estou em uma cama e com um travesseiro. Eu pisco e consigo situar minha visão embaçada, foco no meu redor e vejo as paredes claras, com um banco vazio ao meu lado e foco mais para cima para ver o aparelho com uma tela preta com dados e uma linha verde ondulando no mesmo ritmo que o som que ressoa marca. Está contando os batimentos cardíacos, os meus batimentos.

Eu estou em um hospital. O que aconteceu?

Agora eu me volto meio assustada e sinto minha respiração aumentar, assim como meus batimentos marcados e tento pensar.

Eu, eu...

Minha mãe estava... minha mãe estava fazendo o ritual da profecia, ela estava me tirando do meu próprio corpo. Eu estou aqui?

Eu ainda permaneço deitada. Uns fios estão conectados ao meu corpo e vejo que meu braço também está ligado a outro negócio que tem um saquinho de um líquido transparente caindo em gotas, e parece vir direto para minha veia. Mas eu me remexo e nisso noto as palmas de minhas mãos, as duas enfaixadas e se eu tentar fechar eu sinto uma dor de um ferimento em minhas palmas. São do ritual?

Onde eles estão?

Eu olho ao redor tentando ver alguém pela janela, e ainda bem que no mesmo instante vejo uma sombra passar pelas persianas fechadas, e uma figura entra me dando um alívio momentâneo, uma enfermeira.

— Oh, você acordou. Você me assustou, seus batimentos dispararam.

— O que está acontecendo, quanto tempo eu estou aqui? — Pergunto fraco e por um momento me estranho.

As últimas lembranças que tenho eu não tinha mais o controle do meu próprio corpo, falava dentro da minha própria cabeça e agora volto a sentir minha voz sair pela minha boca. Isso é reconfortante.

Onde ela está? De alguma forma eu sinto paz.

— Pode relaxar senhorita Ferrer, tudo vai ser explicado no momento certo. — A enfermeira fala e vem até mim puxando com cuidado o lençol que me cobre.

Eu estranho e arregalo os olhos quando ela revela um ferimento em mim, no alto de minha barriga. Eu não estava me sentindo? Quando isso aconteceu?!

— Você sente dor? — Ela toca pressionando levemente e eu sinto, concordando. — Vamos trocar o seu curativo e está quase na hora dos seus remédios, eles estavam sendo intravenosos enquanto você não despertava.

— Despertava? — Estranho assustada. — Quanto tempo eu estava dormindo?

— Tem cinco dias. — Ela me olha e sorri cerrando os olhos. — Vou fazer algumas perguntas de procedimento padrão, okay? Apenas responda mesmo que seja óbvio. Qual seu nome?

Serena: A Nova Bruxa dos VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora