33: Gosta Dela

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S T E V E R O G E R S

Engraçado como o corpo humano pode estar com fome, pedindo por comida, mas ao mesmo tempo uma experiência ruim impedir sua boca de até cogitar colocar algo para dentro.

Engulo em seco encarando sem realmente prestar atenção o jardim do complexo, com meus antebraços debruçados sobre o parapeito da sacada do quarto.

Ouço a porta de correr de vidro deslizar, e apenas viro levemente meu rosto para ver quem está entrando.

O homem mais baixo e maduro, apenas pela aparência mesmo, me olha e sorri de canto de modo reconfortante.

— Bruce. — Murmuro o recebendo.

Meu amigo se aproxima e me estende um dos copos que carrega. O cheiro de café atinge minhas narinas logo, e aceito, porque não vou ser mal agradecido com a disposição dele.

— A Natasha me contou o que aconteceu. Como você está? — Banner pergunta.

— Como eu estou não é a pergunta certa, creio eu. — Consigo descontrair e bebo de meu copo.

— Sinto muito pelo susto que isso deve ter dado em você, sei que tem grande estima pela garota. — Bruce aperta meu ombro.

— Obrigado. — Falo simples encarando o líquido escuro e fumegante.

Ouço Bruce suspirar encarando a vista, mas sua inquietação me faz olhá-lo de relance.

— Sinceramente, é muito bizarro essas coisas estarem relacionadas com a Serena. A probabilidade é tão baixa...

— Tem alguma coisa acontecendo. — Afirmo descontente. — Não é coincidência.

— Com certeza não. — Meu amigo diz e bebe. — Ela falou que sabia o que era. E eu creio que seja algum tipo de simbologia de devoção do coven de bruxas.

— Cadê a pedra? — Questiono tendo que focar em nossos problemas.

— Eu levei para análise de composição e gemologia. O resultado deu que o cristal é um lápis-lazúli comum, uma pedra de origem afegã. O campo territorial bate com a origem da Serena.

— A pedra é da mesma cor dos poderes do coven Celesttian. Tudo isso está ligado, mas porque agora? — Reclamo.

Me viro para Bruce e meu amigo parece compreender com os olhos minha frustração.

— Tem alguma coisa muito estranha acontecendo. — Declaro suspirando. — Primeiro a gente encontra a garota adormecida por milênios por magia, a única bruxa viva de um coven extinto, e agora uma pedra simbólica cai nas nossas mãos de repente.

— Lembra que estávamos com medo de estar sendo pivô do plano dessas bruxas mortas? Tudo indica que é isso que está acontecendo. — Bruce fala cauteloso.

— Se é isso que está acontecendo, Serena não faz ideia de que está sendo usada.

— A questão é essa. E se ela fizer? — Bruce pontua.

Não respondo, e Banner inclina a cabeça sugestivo.

— Não. — Nego com firmeza.

Serena: A Nova Bruxa dos VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora