Serena: A Nova Bruxa dos Vingadores

34: Vídeo

W A N D A  M A X I M O F F

"— Wanda! Consegue impedir que seu irmão faça um buraco na parede arremessando esses carrinhos, por favor?" — A voz facilmente reconhecível de minha mãe toma meus ouvidos.

Essa lembrança...

Através de meus olhos enxergo um lugar que não visitava tem muito tempo.

Observo minha mãe na cozinha improvisada do pequeno studio que moramos, enquanto meu pai mexe na televisão, tentando deixar a imagem menos ruída possível.

"— Pietro!" — Grito quando o pirralho lançou outro carrinho na parede.

"— Para de gritar comigo, eu só estou brincando!" — Meu coração se aperta ao ver meu irmão pequenino e loiro com as sobrancelhas franzidas de irritação para mim.

Pietro...

"— Pietro! Está quase na hora do jantar, está na hora de guardar os brinquedos, por favor." — Meu pai se impõe agora ficando de pé.

Pietro faz um bico e me olha feio, sinto um leve ar de vitória enquanto meu pai vem até mim e acaricia o topo de minha cabeça.

"— Melhor assim, né?"

"— Ele nunca me obedece mesmo." — Sorrio para meu pai.

A imagem da lembrança começa a borrar minha visão, e nada de familiar que sentia nessa imagem consigo sentir de novo.

Abro meus olhos de supetão e arfo.

Encaro o teto, me sento devagar olhando tudo ao redor, estou em meu quarto. Miro Visão ao meu lado, que está dormindo, mesmo que ele tecnicamente não precise disso. Sorrio fraco e passo as mãos em meus cabelos olhando o quarto escuro apenas com o luar das janelas banhando o espaço.

Olho de relance para perto da porta, e nesse momento reteso ao ver uma sombra.

Pisco mais forte, e então não está mais lá.

Mas eu vi alguma coisa ali.

Projeto um facho de energia em meus dedos e direciono para o canto, que atinge a parede sem nada.

— Wanda? — Visão acorda se sentando.

Não o olho ainda achando muito estranho isso.

— Aconteceu alguma coisa, querida? — Visão toca meu braço e agora sim o olho.

As íris amarelas de meu namorado brilham me fitando e assinto.

— Acho que me assustei com um vulto. Acordei no susto com um sonho. Estava vendo coisas.

— Que coisas? — Pergunta acariciando meu rosto, inclino meu rosto contra sua mão.

— Sombras. — Eu rio e toco sua mão. — Não é nada demais. Vamos voltar a dormir.

— Vamos. — Visão sorri ternamente.