22: Posso Ajudar Você

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S E R E N A  F E R R E R

— Então você não teve muita dificuldade em aprender a usar a magia. — Reclamo notando como foi fácil para ela.

— Porque eu me dispus aquilo. — Wanda está me contando sobre como ganhou seus poderes e sua experiência. — É diferente quando você não faz ideia do que fazer, como você. — Wanda diz.

A ruiva coloca mais um livro em cima de cada uma das cinco pilhas que estou levitando exatamente na mesma altura e no mesmo espaçamento entre cada uma.

Wanda disse ser um exercício eficiente de capacidade e controle.

E Wanda ainda me fez ficar dando voltas na sala enquanto equilibro essas pilhas.

— Você acha que a magia era mais fácil pra você do que a super velocidade pro seu irmão?

Consigo dar a volta para olhar pra ela, mas sei que Wanda está encostada na mesa e inclina a cabeça parecendo pensar.

— Não sei, acho que com certeza foram adaptações diferentes. — Wanda comenta perdendo o olhar a frente por um momento.

Aposto que está recordando seu passado com seu irmão.

— A super velocidade do Pietro mexia com o físico dele. Lembro de ouví-lo  relatar que não conseguia dormir, porque seu corpo parecia estar em combustão à todo momento, inquieto. E quando acordado, acabava tendo espasmos e não conseguia parar, corria pelo espaço pequeno de nossas celas. Eu via os machucados pelo corpo dele.

— E como foi pra você?

Wanda suspira mais cansada que melancólica ou triste.

— Meu emocional ficou instável. Não só pela magia agora em mim, mas pelos motivos que nos levaram ao experimento. Eu queria vingança, queria parar de me sentir impotente, e com o poder, não foi difícil me acostumar porque tudo que eu queria era aquilo. Controle e saber que eu não era mais fraca. — Ela percebe meu olhar atento e apenas dá de ombros. — Em contrapartida, eu tive diversos surtos de magia. Pietro sentia as paredes de nossas celas tremerem, meu sono era um inferno. As vezes eu sentia a magia borbulhando em mim para sair, e isso me deixava muito alterada.

Compreendo e noto como não é nada igual à minha experiência.

Acho que se não tivesse vivido em um ambiente de fortes emoções e ameaças, eu jamais teria problema com a minha magia, pois nem saberia que ela existe. É como se fosse algo adormecido em mim.

— Está comparando nossas histórias. — A ruiva pontua com um leve sorriso percebendo que me perdi, eu sorrio fraco.

— Constatando que não temos muita coisa em comum em relação a magia, na verdade.

— Acho que deve sempre se lembrar que eu não sou uma bruxa. — Wanda sorri e eu dou de ombros.

— Mas nossos poderes não tem muita diferença. — Rebato.

— Em relação a capacidade física não mesmo, mas bruxas são espirituais, intuitivas. Talvez não tenha total dimensão do seu poder.

Franzo meu cenho sob seu ponto no ar, e levo as pilhas até a mesa, liberando a magia e balanço minhas mãos relaxando.

— Como assim? — Questiono confusa.

Serena: A Nova Bruxa dos VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora