46: Brooklin

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B U C K Y B A R N E S

Fecho meus olhos com força enquanto viro o resto da bebida na garrafa long-neck marrom em meus lábios, sentindo a cerveja antes gelada, começar a ficar em temperatura ambiente.

Engulo a bebida, a apoiando sobre a bancada do bar com certa força exagerada, que faz com que um dos barmans me olhe de relance com um certo julgamento.

Reconhecido eu não fui, e não era para ele estranhar uma pessoa bebendo para desanuviar a mente. É a coisa mais normal em um lugar como esse.

Engulo em seco olhando ao redor. O bar pequeno e intimista parcialmente vazio por ser cedo do expediente ainda, provavelmente quando anoitecer por completo, todas essas mesas e banquetas desse balcão estarão cheios de pessoas precisando beber.

Como eu.

— Mais uma? — A única bartender mulher para na minha frente encarando de relance a fileira de três garrafas de cerveja na minha frente.

Eu a fito atentamente, remexendo meu maxilar como um tique que possuo de quando analiso as pessoas minuciosamente, e a mulher sorri de canto, provavelmente achando que estou dando em cima dela, e como quem quer que eu continue enchendo a cara para encher o caixa de mais dinheiro.

Eu pego o capacete apoiado na banqueta ao meu lado e mostro.

— Não deveria influenciar alguém que está dirigindo a encher a cara. — Eu zombo e ela parece desconcertada.

— Bom, eu não tinha visto. E em minha defesa, isso já vai fazer um bom estrago. — A mulher esbelta tamborila os dedos sobre as três long-necks.

Pelo menos ela se importa, e que bom que o soro em meu corpo não permite que eu fique bêbado.

— Eu vou ficar bem, obrigado. — Garanto cortando toda essa conversa. — Me vê um energético e a conta, por favor.

Ela assente indo pegar meu pedido e eu saco minha carteira, passo no cartão que recebo um salário como vingador, e depois de pagar pego meu capacete e saio do bar ouvindo o sino na porta.

A brisa do fim de tarde sopra em mim do lado de fora, banhando meu rosto com um vento frio que me deixa mais deprimido ainda. Eu suspiro forte abrindo a garrafa de energético, logo dando um gole.

Olho ao redor para a comunidade suburbana do Brooklin, tentando relembrar como tudo era nos anos 40. O tempo como Soldado Invernal, sendo congelado e descongelado para os desígnios dos desgraçados que me controlavam não me permitiu acompanhar em total lucidez a evolução do mundo moderno, por isso ainda me pego surpreso as vezes em como nada parece como era.

Hoje, depois de praticamente fugir da Torre Stark, me encontro no bairro que vivi durante muitos anos, quando me alistei para o exército, onde vi meu melhor amigo se tornar o homem de caráter que é hoje, e antes de ir lutar na Alemanha. Quem diria que as nossas vidas mudariam completamente apenas por nos alistarmos?

Olho para os dois lados da rua, estando em uma praça circular do centro do distrito, com vários estabelecimentos comerciais ao redor da bola no centro, com uma quadra de basquete, onde vários jovens jogam animados.

Atravesso a rua calma, passando reto por minha moto estacionada no meio fio, e sigo para um banco da praça, me sentando no mesmo. Eu deixo o capacete em meu colo e bebo mais do energético, observando os times de jovens quicando a bola laranja no chão, lutando para marcarem pontos nas cestas de lados opostos.

Serena: A Nova Bruxa dos VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora