Serena: A Nova Bruxa dos Vingadores

98: Dia Seguinte

S E R E N A F E R R E R

A última vez que tive a sensação de acordar tão absorta assim, foi quando acordei em uma cama de hospital depois de quase morrer.

Acordar hoje, no dia seguinte, está bem perto daquela sensação.

Me situo deitada, minha cama e meus lençóis tocando minha pele e me remexo, sentindo uma brisa fria passar por entre o lençol quando me mexo, arrepiando minhas costas.

Me viro na cama e abro os olhos devagar apenas para ver que o lençol levantou por estar esticado entre meu corpo e o soldado dormindo ao meu lado.

Bucky.

Suspiro e me ajeito, me ponho sentada e puxo o máximo de lençol que não está sobre o moreno para cobrir a minha nudez.

Nudez.

Pelos céus, eu e Bucky fizemos sexo! E que sexo...

Nego para mim mesma meio em choque e passo minhas mãos por meu rosto, por meus cabelos e observo-o dormindo ao meu lado de forma quase angelical.

Quase, porque de anjo Bucky não tem nem o sorriso.

O quarto está em uma penumbra irritante, eu quero vê-lo, quero encarar minha dignidade e por isso agarro o tablet que controla o quarto para abrir as vidraças para entrar luz.

O sistema agora apaga tudo sozinho na madrugada, e por isso eu tenho que ativar manualmente pela manhã. Vejo o horário da manhã, 10:50, toco para abrir as janelas e logo a escuridão da parede de vidros clareia mostrando a minha vista de Nova York.

Cerro meus olhos não incomodada com a claridade, e enfim olho para Bucky dormindo.

Bucky está de peito para cima, felizmente com o rosto virado para o outro lado, o que não o fez acordar imediatamente com a luz no quarto.

Apenas vejo seu perfil perfeito e anguloso, com essa sombra de barba rala perfeita emoldurando seu maxilar. Os cabelos escuros destacados em meus lençóis brancos e seu torço nu, de peito definido, ombros diferentes, mas largos e fortes, e meu soldado tem o braço comum na cama, enquanto a mão de metal está jogada sobre sua barriga.

Meu lençol está o cobrindo até metade do abdômen apenas, o que me faz morder meu lábio lembrando de ontem, e como imagino que ele deva estar completamente despido debaixo do tecido. Dá para ver por cima do lençol o volume adormecido.

Céus! O que aconteceu ontem foi uma completa e deliciosa loucura!

Meu corpo aquece apenas de pensar, passo minha língua por meus lábios e tenho que me levantar por estar inquieta.

Eu olho para o redor da cama procurando qualquer roupa que eu possa vestir e a única perto é a camisa social preta dele que tiramos em cima da cama ontem, a peça permaneceu aqui e por isso é o que tenho pra vestir. Eu agarro a camisa e levanto já passando meus braços e começando a abotoar o tecido amassado de cima para baixo. Fico com preguiça e termino depois que os botões passam da linha de minha nudez.

Eu suspiro, sentindo que muita coisa mudou com isso, e ainda sim eu não sei o que pensar.

Ando por meu quarto indo para a faixa de raios de sol que adentram a janela e aproveito o sol em minha pele. Me estico com os braços para cima, ficando na ponta dos pés, e depois encosto minhas mãos no vidro para olhar a movimentação de pessoas lá em baixo.