Logo depois do jantar Mara foi lavar a louça, Helena foi assistir televisão e Carla foi para o quarto, decorar as falas do comercial com Viana, para amanhã.Mara: Carla? — entrou no quarto da filha, após duas batidas na porta e viu Carla deitada na cama lendo. — Filha, você esqueceu o celular na sala, estava tocando e eu atendi. Tem um tal de Thur querendo falar com você. — falou baixo, tapando o celular com as mãos.
Carla: Thur? — franziu a testa, estranhando a ligação, já que não conhecia nenhum Thur. — Tem certeza?
Mara: Sim. Aqui. — entregou o celular para a Carla e logo saiu do quarto da filha.
Carla: Alô? — enquanto falou, aproveitou para ligar a televisão sem nem ao menos prestar atenção na ligação. Provavelmente seria alguma pessoa de uma campanha que certamente ela não poderia participar.
Arthur: Oi Carla. — Ao ouvir aquela voz rouca ela arregalou os olhos e jogou a revista que ia começar a ler longe quando ouviu a voz dele. Seria mesmo quem ela estava pensando?
Carla: Que-Quem é? — a voz denunciou o nervosismo dela.
Arthur: Arthur, lembra de mim? — deu um sorriso enquanto estava sentado em sua cama assistindo a um filme. Estava sendo impossível se concentrar no filme, pois seus pensamentos iam parar na Carla e não conseguiu se controlar ao ver o nome dela com o número do celular em sua agenda do celular.
Carla: Lembro. — falou baixo, timidamente. — Mas, Thur? — falou com a voz doce e Arthur sorriu do outro lado da linha.
Arthur: É que eu achei que se falasse Arthur você não iria me atender. — explicou e ela franziu a testa.
Carla: E por que faria isso?
Arthur: Hoje pela manhã você parecia bem irritada. — deu uma risadinha e Carla sentiu seu sangue subir pela cabeça ao lembrar que ele passou uma noite com Daniela e um dia depois estava ligando para ela. Ele achava que era quem? Um sultão?
Carla: Ah, dias estressantes, todos têm. — explicou e ouviu outra risadinha dele.
Arthur: Bem, vamos parar de falar disso. Sabe, estava pensando e quero te fazer dois convites.
Carla: Pode falar.
Arthur: Quer almoçar amanhã comigo? — Tomar a iniciativa sempre o deixava meio envergonhado, sempre tinha sido assim.
Carla: Ah, amanhã... — começou a pensar na proposta até se lembrar do comercial com Viana. Aquele cara sempre atrapalhando sua vida... — Amanhã não posso, tenho que gravar um comercial. — disse e ele suspirou.
Arthur: Comercial de que? — perguntou um tanto curioso. A vida de Carla parecia ser legal e conhecer ela um pouco mais o interessava.
Carla: De um posto de gasolina. — disse, um tanto sem graça.
Arthur: Acho que você não lida muito bem com carros. — começou a rir e Carla ficou mais sem graça ainda. — Com alguém em especial?
Carla: Er.. Han... Hum... — não sabia como responder aquela pergunta. Se ela deveria ser verdadeira ou então mentir para que ele não pensasse besteira dela.
Arthur: Hein? — continuou rindo ao ver ela toda enrolada na fala, ela era uma graça.
Carla: Er... Com um amigo seu. — DROGA! Ela tinha falado mesmo amigo? Até um desinformado em Formula 1 como ela, sabia que Luan e Arthur não eram nada amigos, muito pelo contrário.
Arthur: Que amigo?
Carla: Er... Luan Viana. — falou baixinho e Arthur do outro lado da linha sentiu o sangue subir na cabeça, mas engoliu em seco. Até quando Viana continuaria entrando em seu caminho?
Arthur: E de noite? — perguntou, após ficar um tempo em silêncio.
Carla: Ainda não sei...
Arthur: Tem um coquetel em um hotel de noite. Vou estar lá, se quiser ir... — mais uma vez fez um convite e ouviu ela suspirando.
Carla: Ah sim... E o segundo convite, qual é? — disse a primeira coisa que veio, tentando se livrar do assunto. Não queria sair com Arthur.
Arthur: Sexta feira a tarde vou para Arraial do Cabo com alguns amigos e minha família. Pensei se você queria ir também.
Carla: Ué, mas não ia só você e a Daniela? — ao ouvir aquilo, ela não se controlou e acabou se arrependendo no mesmo momento e colocou a mão na boca após perceber a besteira.
Arthur: Ela que te disse? — franziu a testa. Quando essas mulheres que se jogavam em cima dele entenderiam que tudo que vem fácil vai fácil?
Carla: Esquece o que eu falei. — respirou fundo, completamente envergonhada.
Arthur: Não tem problema. Mas, não vamos apenas eu e ela e sim minha família e alguns amigos mais próximos. Não apenas a Danila...
Carla: Daniela! — revirou os olhos. Realmente Arthur não prestava, nem ao menos se lembrava do nome da mulher que passou a noite. E ela realmente não queria ser a próxima.
Arthur: Claro, Daniela. — revirou os olhos. Nem ao menos lembrava da noite que tinha passado com a mulher, estava bêbado demais para isso.
Carla: Bom, eu também vou pensar. Mas, obrigada por me convidar, foi muito gentil de sua parte. — deu um sorriso e começou a estralar os dedos, nervosa por toda aquela conversa.
Arthur: Por nada. Acho que vai ser legal para todos e na viagem se você for a Thaís vai adorar.
Carla: Está bem.
Arthur: Vou desligar porque acho que já te estressei demais, não? — começou a dar uma de coitadinho e Carla revirou os olhos.
Carla: Queria falar mais, mas tenho que ir dormir. — resolveu fugir antes que cometesse mais alguma gafe. Não se sentia nada bem falando com ele.
Arthur ficou passado, como ela não caiu naquele papo? Todas dariam a vida para dizer que ele nunca atrapalhava e continuar conversando com ele. Carla era diferente de tudo que já tinha conhecido.
Arthur: Está bem, então. — respirou fundo, meio desolado.
Carla: Tchau Arthur. Be... — parou de falar quando percebeu o que ia falar. Como iria mandar um beijo para Arthur Picoli? Só podia estar ficando louca!
Arthur: Tchau Carla. Um beijo. — completou ela e Carla sorriu.
Carla: Tchau! — desligou rapidamente o celular.
Seu coração parecia que ia sair pela boca. Pegou um travesseiro e enfiou a cara e começou a gritar feito uma adolescente de quinze anos de idade depois que o garoto que gosta liga para ela. O quê? Não! Não podia gostar de Arthur! Tinha que acordar para a realidade e ver quem ele era. Arthur Picoli! O príncipe dos asfaltos, o galinha, o piloto! Nunca iria dar certo com ele. E além do mais o que Arthur quer é simplesmente uma noite e nada mais, nunca levaria nada a sério sendo quem ele é, tendo todas as mulheres do mundo porque ia escolher justo ela, que tinha tão poucas coisas a oferecer a ele?
Com Arthur ele olhava para o celular ainda, encantado com a conversa que teve com a Carla. Como uma pessoa podia ser tão meiga como foi com ele e tão bruta como foi com Viana no sábado e hoje na rua com Daniela e a amiga dela. Como podia ser tão linda e tão louca ao mesmo tempo? Ela chamava sua atenção, lhe intrigava e Arthur não sabia porque aquilo estava acontecendo justo com ela, que não dava importância para ele.
Por isso, conheceria Carla melhor, afim de descobrir o que havia por trás daqueles olhos castanhos brilhantes e dá voz doce. E ele não desistiria tão cedo dela.
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Arthur: O Piloto 🏎
FanfictionSinopse : Fórmula 1. Um mundo tão exclusivo, seletivo, luxuoso e nobre para poucos abastados e suas escuderias. Um mundo onde mulheres eram meras coadjuvantes. Para Arthur Picoli, o atual tri campeão mundial e queridinho do mundo, as corridas eram...