Capítulo 97 :

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Carla entrou no toalete e viu Sophia passando o batom.

Carla: Oi Sophia!

Sophia: Oi querida! — olhou para Carla que estava ao lado dela começando a retocar o batom. — Como vai? — sorriu.

Carla: Ótima! E você? — mirou a loira de canto enquanto piscava.

Sophia: Estou perfeitamente bem! Nossa! Acho que temos um imã, onde vamos nos encontramos.

Carla: Pois é. — pegou o rímel em sua bolsa e começou a passá-lo.

Sophia: Meu Deus! Como seu cabelo está lindo! — mexeu no cabelo de Carla que realmente estava lindo.

Sophia desejava em seu intimo que aquela menininha sem sal se explodisse e ficasse careca.

Carla: Obrigada. Você também está linda! — sorriu para Sophia. E era verdade. Ela estava com um vestido vermelho, justo que ia até o joelho, modelando todo aquele corpo maravilhoso que ela tinha. E Carla mais uma vez se sentiu uma formiga perto dela.

Sophia: E seu namorado sempre mal educado. — disse fingindo uma falsa chateação. Carla apenas deu um sorriso sem graça, pois não entendia aquela implicância dele com Sophia.

Carla: Bom, vamos? — olhou para a loira que guardava sua maquiagem na bolsa.

Sophia: Vamos. — sorriu enquanto saia do banheiro com Carla.

As duas voltaram para suas devidas mesas e o jantar transcorreu sem problemas. Arthur estava quieto e sério, o que deixava Carla confusa já que antes de Sophia chegar ele estava feliz e calmo. Após o jantar desceram para pegar o Júnior com a atendente que estava sentada em sua bancada com ele dormindo em seu colo. Carla agradeceu pelo tempo que ficou com ele e a menina falou que não tinha sido trabalho algum.

Sophia apareceu por ali com o rapaz e chegou a ficar vermelha de raiva quando viu Arthur segurando o cachorro que Carla comprou para ele. Aquela cena lhe mostrou muito mais do que estava disposta a descobrir e sinceramente estava sendo bondosa demais com Carla, era a hora de atacar.

Foi para o lado do casal e cutucou discretamente Carla que virou para ela e ficou parada, somente olhando para Arthur que olhava para Sophia com uma cara de dar medo.

Sophia: Desculpa Carla, mas queria saber se podemos ir novamente ao shopping amanhã? Gostaria que você me ajudasse a escolher umas roupas. Você pode? — olhou para ela que estava calada.

Carla olhou para Arthur que somente saiu de perto das duas e foi para fora do restaurante.

Carla: Sophia me desculpe, eu preciso ir atrás dele. Depois conversamos.

Carla saiu apressada do lado de Sophia que deu um sorriso enorme e assim saiu do restaurante com o rapaz belo ao seu lado, sabendo que aquele final de noite tinha sido assim como esperava, tudo dentro dos padrões.

Carla entrou no carro onde Arthur estava a esperando, abriu a boca para falar e ele arrancou com o carro, fazendo o Júnior cair do banco de trás. Carla pegou o cachorrinho e o colocou em suas pernas, enquanto olhava para Arthur que estava serio. Sabia que ele estava nervoso, triste, bravo e talvez decepcionado com o que tinha feito com ele. Tinha prometido não ficar perto de Sophia. E não cumpriu com sua palavra.

Estranhou que ele não estava fazendo o caminho do apartamento dele e sim da casa dela. Carla continuou quieta deixando tudo continuar em silêncio, a não ser pelos suspiros sonolentos do Júnior. Carla olhava de canto para Arthur e ele parecia não se mover, o carro deslizava pelo asfalto como um vulto, dobrando esquinas com facilidade e rapidez. Menos de cinco minutos depois Arthur estava estacionando o carro em frente da casa de Carla.

Carla: Não vai falar comigo? — olhou para ele que estava na mesma posição que ficou o caminho todo.

Arthur olhou para ela de um modo diferente e Carla arrepiou-se com a frieza que ele demonstrava em seus olhos, tão quentes e sedutores. Agora, só restava um brilho de raiva ali.

Carla: Tudo bem. Até mais. — abriu a porta do carro e saltou para fora levando Junior com ela. Sentiu a mão de Arthur fechar em seu pulso, puxando-a para dentro do carro novamente.

Arthur: Me dá. — pegou o cachorro das mãos dela e Carla ficou olhando perplexa para ele. Respirou fundo e novamente saiu do carro, dessa vez entrando de uma vez por todas em sua casa.

Arthur bufou e bateu a cabeça no volante. Por que Carla tinha que ser tão teimosa? Gostar de desafiar tudo e a todos? Existem tantas mulheres para ficar amiga e ela tinha de escolher justo Sophia? Que não era amiga nem de sua sombra! Olhou para cima e viu a luz do quarto dela sendo acessa.

Respirou fundo e arrancou com o carro, descontando toda sua raiva no acelerador do carro. O cachorrinho apenas latia alto, em uma tentativa frustrada de fazer Arthur o olhar. Recebeu um cala a boca e abaixou as orelhas, deitando no banco ao lado de seu novo dono e resolveu ficar quietinho.

Em poucos minutos chegaram ao prédio, Arthur pegou o cachorro do banco e subiu com ele para seu apartamento, junto das coisas que Carla tinha comprado para ele, tudo em uma bolsa enorme, parecida com uma de bebê. Realmente Carla não tinha mais o que fazer!

Ao pensar em bebê, se lembrou do chá de bebê da Pocah, tinha que levar um presente! Pegou o celular e enquanto jogava a cama do Júnior na sala e ia para seu quarto, ligou para Manuelle pedindo que comprasse algo bonito para seu afilhado. Feito isso, foi tomar banho e se jogou na cama, e se assustou quando uma coisa gritou em baixo dele. Levantou rapidamente e viu o Junior olhando para ele enquanto abanava o rabo.

Arthur: Não! Você não vai dormir aqui! Sai! Cai fora garoto.

O empurrou para o chão e deitou na cama, sentindo ela tão vazia sem uma certa loirinha ali ao lado para abraçar e deixa-lá dormir em cima de seu braço, mesmo que no dia seguinte acordasse com ele imóvel, por tantas horas sem poder mexer para não acordar Carla. Bateu em sua testa e sentiu quatro patas em cima de sua barriga. Se perguntando como ele conseguia subir na cama alta, se era tão pequeno?

Arthur: Sai para lá! Vai dormir na sua cama! — apontou o dedo para a porta e o cachorrinho abaixou as orelhas e pulou da cama, indo todo triste para fora do quarto. — Ah tá bom! Vem aqui pulguento. — bateu no colchão com as mãos e ele veio correndo e pulou em cima dele. — Para de me lamber! Vai dormir nos pés. — fingiu estar bravo e o cachorrinho o obedeceu prontamente.

Arthur começou a rir e apagou o abajur, virando para o lado e mergulhando em uma profunda insônia.

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