Capítulo 63 :

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Arthur: Mãe é a última vez que eu peço. Abaixe esse som pelo amor de Deus, os vizinhos vão reclamar daqui a pouco. — gritou para a mãe deitada na cama com uma máscara para os olhos, a impressão era que ela nem ao menos estivesse notando sua presença ali, exceto pelos gritos é claro.

Beatriz: E daí? Eles que venham... Não tem coragem de me enfrentar, nunca. Esquece quem eu sou?

Arthur: Mãe a Carla está aí... Por favor, vamos lá embaixo. Comece do zero com ela, perceberá que ela é uma pessoa especial. — sentou ao lado da mãe, prestes a começar a implorar para que ela parasse com aqueles ataques.

Beatriz: Não quero saber dessa Maria Gasolina, para mim ela estando viva ou não, não é do meu interesse. Tenho coisas muito mais úteis para fazer do que ficar fazendo sala para uma interesseira dessas. — disse calmamente e a vontade de Arthur era pular em cima do pescoço da mãe por ser tão mesquinha daquele jeito, desistiu da ideia lembrando que bem ou mal ela é sua mãe e a devia respeito.

Arthur: Mãe ela é importante para mim. Não me importa o que ela seja, eu estou feliz com ela. Será que a senhora não pode aceitar, me apoiar e tentar ser amiga dela? Por Deus...

Beatriz: O que você vê naquele serzinho? Ela não é tão bonita assim... Não tem um corpo como das outras mulheres como você já saiu, não é uma modelo conhecida ou melhor, não é uma pessoa conhecida. E por fim, não tem classe. Não é da nossa classe. Entende? — tirou a máscara de seus olhos e mirou o filho que fervia de raiva.

Arthur: Eu vejo nela a mulher que vai ser mãe dos meus filhos, a mulher que vai ser minha esposa. Ela pode não ser conhecida, mas isso pouco me importa. O que adianta ser conhecida e ser uma mulher mimada e mesquinha como a senhora ou a Sophia? E para terminar, pouco me importa se ela tem classe ou se é de nossa classe, nunca nos vi como uma classe somos uma família. O que me interessa na Carla é o caráter dela, o jeito de menina, a simpatia, a lealdade e a vontade de viver... Nunca encontrei uma pessoa assim, mas quando encontrei percebi que era a mulher que eu procurei durante toda a minha vida e nem você nem ninguém vai acabar com isso.

Falou tudo o que estava entalado em sua garganta e Beatriz estava sem reação, Arthur nunca foi de demonstrar seus sentimentos e defender uma pessoa como acabou defender a Carla.

Beatriz: Mas, ela não é a mulher mais linda e com o melhor corpo que você já teve... Você sabe, tem todas as mulheres que quiser aos seus pés e ela... É tão sem sal.

Arthur: Não estou com ela somente pelo corpo dela. Com a Carla não é a mesma coisa com as outras, eu não quero somente sexo. É uma coisa a mais... E para mim ela não é sem sal. — sorriu, viajando lembrando das curvas delicadas de Carla. — E se a senhora não quer descer tudo bem... Vai me poupar de ter de ouvir suas ofensas para a Carla que eu tenho certeza que a senhora iria soltar. Mas só peço uma coisa, pare de se comportar feito uma louca e não me envergonhe na frente dela, ou seu filho nunca mais pisar os pés aqui. Com licença. — levantou da cama e saiu do quarto.

Que mal fazer um pouco de chantagem com a mãe? Ela fazia tantas coisas piores! Desceu a escada sem um pingo de arrependimento por ter falado tudo aquilo para a mãe, sabia que não adiantaria nada, mas o que custa tentar mais um pouco? Desceu a escada e foi procurar por Carla, foi uma tarefa meio difícil julgando o tamanho da casa. Achou ela junto de Thaís e seu pai dentro de uma sala que era o xodó de José, o pai deixava trancada e só abria ou para ele mesmo limpar ou para visitas como Carla.

Uma sala cheia de coisas da carreira dele e de Arthur. Troféus, quadros, retratos e mais um monte de coisas que José não deixava ninguém se quer encostar. Carla olhava para uma estante com algumas fotografias, José descrevia todos os momentos para ela que se passavam em cada uma das fotografias. Carla sorria tentando entender aqueles 'códigos automobilísticos' que José falava. Arthur encostou-se ao batente da porta e ficou olhando para ela, a carinha confusa e o nariz torcido quando não entendia alguma coisa era a coisa mais fofa que já tinha visto. Olhou para Thaís que tentava alcançar um troféu, mas nem queria pensar na bronca que a irmã iria tomar se José percebesse o que ela estava fazendo. Caminhou até a irmã e quando ela estava quase pegando o troféu pegou primeiro que ela fazendo Thaís quase cair em cima da prateleira de troféus.

Thaís: Tá doido? — berrou assustada. Carla e José se assustaram e olharam rapidamente para Thaís que estava com uma cara bem brava para Arthur que gargalhava.

Arthur: Não? — fez uma cara estranha para a irmã que cruzou os braços brava. — Toma. — deu o troféu na mão dela, a loirinha abriu um sorrisão e José torceu o nariz. Foi até Carla e a abraçou. — Está entendendo alguma coisa? — gargalhou e deu um beijo na bochecha dela que sorriu sem graça.

Carla: Estou indo bem. Seu pai tem paciência para me ensinar. — olhou para José que gargalhou vendo Arthur ficar com uma cara confusa.

Arthur: Está supondo que eu não tenho paciência para te ensinar sobre carros?

Carla: Não, não é isso. Ter paciência você tem, só que fica rindo da minha cara por tudo. — cruzou os braços e olhou para Arthur que começou a rir.

Arthur: É que é engraçado tudo o que você fala... Ou melhor, o que você não fala. — disse a ela que fez um bico.

José: Não liga para ele Carla. — sorriu e a tocou nas costas, fazendo ela caminhar em direção a outra parede.

Ficaram mais alguns minutos ali e logo saíram. Thaís reclamou e muito por terem ficado muito pouco. Foram para o jardim e de todos os lugares da casa o jardim foi o que Carla mais se encantou. Ainda da varanda admirou o enorme jardim todo iluminado por pequenas luzes em volta da piscina em um formato retangular. Desceu uma pequena escadinha e viu a área de lazer, uma mesa enorme de madeira perto de um quiosque e ao lado um balanço e uma casinha de bonecas, provavelmente de quando Thaís era criança. Do outro lado pode ver uma cobertura com mesas de jogos e sofás de vime. Olhou para Arthur que a mirava, soltou um 'Uau' e sentiu ele a abraçando novamente.

Arthur: Gostou?

Carla: Adorei. — sorriu. Logo voltaram para a varanda onde José e Thaís estavam esperando os dois. — José sua casa é linda.

José: Que bom que gostou Carla. Espero que você de agora em diante sempre esteja aqui. — mirou a loirinha que sorriu sem graça e afirmou com a cabeça.

Thaís: Claro que ela vai vir papi, agora ela é da família. — abraçou Carla de lado dando um "chega pra lá" no irmão.

Arthur: Começou. — revirou os olhos e Thaís mostrou a língua para ele.

Beatriz: Pelo visto todos já se dão muito bem... — falou enquanto entrava na varanda.

Todos olharam para ela assustados, principalmente Arthur. Carla desejou poder sumir dali o mais rápido que pudesse, estava tão bom sem a presença dela. Beatriz sorria enquanto mirava Carla que estava totalmente sem graça em frente dela. Olhou para a ela da cabeça aos pés e isso deixou Carla ainda mais insegura. Será que sua roupa estava boa? Agora foi a vez dela de olhar para Beatriz e não gostou disso. Sentiu-se totalmente envergonhada com a postura elegante e o modo de se vestir de Beatriz, se comparada a ela era uma má vestida de última classe. Pela primeira vez desde que conheceu Arthur sentiu que não pertencia aquele lugar e muito menos à ele.

Beatriz: Por que estão me olhando assim? Oh Carla perdoe meu atraso, espero que não tenha sido indelicada. — deu um sorriso para Carla que não conseguia nem elaborar as palavras para falar algo que fizesse sentido.

José, Arthur e Thaís olharam para Beatriz tentando entender o que ela tinha dito, não era possível ela ter mudado da água para o vinho em menos de vinte minutos. Conheciam muito bem Beatriz e sabiam que aquilo era praticamente impossível.

Carla: Er... Tudo bem. — sorriu tentando não demonstrar todo seu nervosismo. Sentiu Arthur a pegando pela cintura e colando seu corpo ao dele. Beatriz sorria, mas tinha medo dela, sabia que ela não gostava dela, porque mudou tão depressa? Isso era muito estranho.

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