Capítulo 28 :

970 79 43
                                    


Seus olhos focalizaram Arthur conversando com uma loira que ela logo reconheceu ser a mesma que conversava com ele no dia da boate, após vencer o GP do Brasil. Fechou os olhos e engoliu em seco. Ele só queria curtição, deveria ter imaginado. Tinha perdido uma noite inteira de sono à toa. Daniela também estava ali, toda sorridente e falando alto, dessa vez não para chamar a atenção de Arthur, mas sim de um amigo dele com quem estava ficando.

Assim que acabou o café da manhã, as pessoas começaram a ir cada um para um canto da casa e Carla resolveu fazer a mesma coisa, foi até seu quarto e pegou sua bolsa de praia, dessa vez, optou por ir um pouco mais longe, fora de toda aquela zona festeira que Arthur estava proporcionando aos seus amigos e familiares. Caminhou bastante, com os pensamentos em um certo piloto sorridente e sedutor, até chegar ao fim da praia, onde havia várias pedras cinzas e um paredão verde completamente maravilhoso.

Colocou sua canga na areia, passou bronzeador, tirou o Ipod na bolsa e colocou em sua música favorita, sentindo toda a calmaria daquele lugar e a energia positiva que a praia estava lhe dando, ela agradeceu por tudo aquilo. Ela estava precisando urgentemente de um descanso de sua vida, nos últimos dois anos não tinha parado, era desfile, sessões de fotos, viagens, festas e problemas, mal podia acreditar que estava em paz em um lugar, sem precisar se preocupar com nada. Feliz pela calmaria, acabou fechando os olhos e dormindo, chegando a sonhar com olhos claros, carros de corrida e beijos. Ah sim, muitos beijos

Durou pouco tempo, pois foi despertada de seus melhores sonhos por uma língua quente em seu rosto. Ao tirar os óculos, encontrou Maya parada em sua frente, de boca aberta e babando em sua barriga.

Carla: Que eu fiz para você, hein? — sentou na canga, olhando para a cadela que abanava o rabo, latia e pulava, espalhando areia por toda a canga.

Thaís: Relaxa que o trauma dela já passou. — a voz da menina, fez Carla dar um pulo da canga, tomando um susto ao ver Thaís parada bem atrás dela.

Ao gritar, Thaís também se assustou e as duas começaram a gritar de susto. As risadas à parte, fizeram Carla se dar conta que não estavam sozinhas, atrás de Thaís estava Arthur e a loira da boate às gargalhadas. Ela não soube explicar porque automaticamente todo o bem estar que sentia a vinte segundos atrás se extinguiu de modo avassalador.

Carla: Você me deu um susto. — virou-se para Thaís e ela gargalhou.

Thaís: E você então, louca? Quase me deixou surda. — mostrou a língua para ela e percebeu Carla meio que dando as costas para seu irmão. — Ah, ainda não apresentei vocês, mas essa aqui é minha prima e do Thur, Amanda. — apontou para a loira e Carla engoliu em seco, sentindo-se uma idiota por ter se sentido daquela forma. Sua expressão se suavizou e ela foi até a loira.

Amanda: Oi. Acho que já nos conhecemos né? — o modo simpático dela, fez Carla se arrepender ainda mais. Abriu seu melhor sorriso e assentiu.

Carla: Da boate não é?

Amanda: Sim. Prazer te conhecer Carla, estava ansiosa para ver quem seria a famosa loira misteriosa. Meu primo não parava de falar de você. — deu um tapinha no ombro de Arthur que, no mesmo segundo, ficou vermelho de um modo que Carla nunca tinha visto e particularmente achou a coisa mais graciosa do mundo.

Carla: Não parava é? — cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas, deixando ele ainda mais constrangido.

Thaís: Acho que estamos atrapalhando o casal, vamos dar uma voltinha. — puxou Amanda pela mão, que saiu sob gargalhadas da cara de pastel de Arthur.

Os dois ficaram sozinhos, sob os olhares ciumentos de Maya, que continuava rondando Carla. Arthur soltou o ar e deu uns passos a frente, ficando mais próximo dela.

Arthur: Carla... — coçou a nuca nervoso e ela continuou sorrindo. Ele estava tímido? Que gracinha!

Carla: Da última vez que você me chamou assim, não saiu boa coisa. — tentou fazer ele se sentir mais à vontade e conseguiu, ao ver ele rindo. Ela também riu, mas parou, assim que ele se aproximou mais.

Arthur: Queria te pedir desculpas por ontem, eu não devia ter feito daquele jeito, acabei não pensando se era certo antes de fazer e... — sua frase foi bruscamente interrompida quando Carla se jogou em cima dele, lhe dando um beijo que ele realmente não esperava receber.

Arthur Segurou ela pela nuca e aproximou ainda mais os corpos de ambos, dando a chance de Carla finalmente tocar a pele dele, os dedos dela passearam pela extensão das costas e a cada calafrio que ele sentia, investia ainda mais no beijo. Maya não resistiu muito, acabou pulando em cima dos dois, acertando as costas de Carla, que caiu na canga e trouxe Arthur junto dela. Logo, um dos beijos mais quentes de sua vida, virou brincadeira e a cachorra estava jogando areia em cima de ambos.

Carla: Já chega! — saiu de baixo de Arthur e empurrou Maya para a areia. Ela abaixou os olhos e deitou-se sob suas patas. Arthur abriu um sorriso e sentou-se na canga ao lado dela, segurando a cintura descoberta e macia de Carla.

Arthur: Justo agora que ela estava gostando de você? — a fitou nos olhos e Carla deu de ombros, colocando o fone de ouvido.

Carla: Isso é apenas ciúmes de você, eu posso lidar com isso. — abriu um sorriso e Arthur a olhou. Era uma das mulheres mais lindas e com uma personalidade incrível que ele já conheceu, não tinha como continuar afastado dela. Pegou o outro fone e colocou no ouvido, identificando a música.

Arthur: Dilsinho? — fez um bico e a olhou. Carla sorriu novamente, era uma de suas músicas preferidas. — É um estado de espírito?

Carla: Desde ontem sim. — mordeu seu lábio inferior e Arthur abriu a boca, sem saber bem o que falar. Acabou fazendo o mais óbvio, a puxando e lhe dando um beijo de tirar o fôlego.

O dia passou em uma velocidade que Carla se assustou, pois aquele dia, sem dúvidas alguma deveria durar pelo resto da vida. Estava se divertindo como há muito não fazia, andou por horas no iate de Arthur, que ele mesmo dirigiu, levando ela e seus amigos para conhecer algumas praias da região. Em um certo momento, ele desembarcou os jet ski e puxou Carla para ensinar ela a pilotar. Naquele momento ela entendeu que ele não era apenas piloto por opção, ele amava velocidade, seja ela de qualquer tipo. Honrava sua profissão e realmente era bom no que fazia.

Almoçaram em um restaurante flutuante, onde havia um deck para estacionar os barcos que chegavam. Carla ficou boquiaberta com tudo aquilo, com o ambiente e tudo que estava vivenciando de mãos dadas ao campeão, ao ídolo, aquele homem que por onde passava arrancava olhares e suspiros e ela estava ali, ao lado dele.

De volta ao barco, continuaram com as brincadeiras nos jet ski dessa vez Carla foi apostar uma corrida com Thaís e essa simples história, virou motivo de piadas, pois as duas se perderam e ficaram em uma ilha, até quando vieram resgatar as duas.

Ao final da tarde, voltaram para a casa aos risos. Os amigos de Arthur eram realmente divertidos e fizeram Carla rir muito durante aquele passeio. Nesse momento, eles estavam caindo de bêbados para os lados. Carla aproveitou o embalo e entrou com eles, deixando Arthur para trás.

Ela tomou banho, se trocou e foi jantar e estranhou quando Arthur não estava na mesa, assim como ela, todos estavam um pouco surpresos, pois ele não era de dispensar comida, muito menos a presença dos amigos e família dele.

Ela engoliu em seco o gosto azedo de ciúmes, ao reparar que várias outras pessoas – inclusive amigas – não estavam a mesa, mas relevou e continuou até o fim.

Comentem

Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora