Capítulo 167 :

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Carla abriu os olhos relutando contra o sono, podia ver que tudo estava escuro ainda pelas cortinas fechadas, mas seu celular insistia em tocar. Bocejou e virou para o lado, pegando- o no criado mudo, viu que era uma mensagem de Sarah.

"Acho que eu e você fizemos a pior besteira de nossas vidas. Vem para meu apartamento, agora!"

Carla franziu a testa e olhou no relógio do celular, marcava nove e quarenta da manhã. Sentou na cama às pressas e somente ai viu que existia um "ser" ao seu lado e que ela estava nua. Arregalou os olhos e levantou da cama às pressas, puxando junto o lençol e descobrindo o "ser".

Não se lembrava de absolutamente nada, mas era claro e nítido que tinha acontecido algo entre eles. Tentou não fazer barulho ao se vestir e recolher suas coisas do chão e então saiu correndo do apartamento, sem nem mesmo se dar ao luxo de pentear os cabelos ou tomar um banho. Ao dar de cara com a claridade, uma pontada atravessou sua cabeça e foi assim até chegar ao apartamento de Sarah após pegar um táxi, aguentando aquela dor de cabeça infernal e a culpa pesando em sua mente.

Sarah: Nos somos duas idiotas. — se jogou no sofá após abrir a porta para Carla.

Carla: Eu não podia ter feito isso...

Sarah: Por um lado é certo, por outro não. Poxa, nos amamos aqueles dois, isso é fato... Mas terminamos. Temos que respeitar eles? — fez uma careta confusa para Carla que se jogou no outro sofá, fazendo manha.

Carla: Quem ama respeita, independente de tudo.

Sarah: Então faremos o que? Vamos pedir desculpas? — revirou os olhos irritada e Carla tacou uma almofada.

Carla: Vou tomar banho, isso sim. Estou passando mal até. — fez uma careta de nojo e correu até o banheiro de Sarah, se livrando de pelo menos as dores de corpo e cabeça... Da alma, não.

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Dois dias depois Adriana ligou para Carla, confirmando o desfile de sábado junto de Tom para a grife. Sarah também desfilaria e estava mais que ansiosa para tudo acontecer, era bom voltar à carreira que tanto amava.

Já Carla, está queria evaporar da face da terra e se possível esquecer toda a culpa que estava sentindo por ter passado a noite com Tom. Não era traição com Arthur, porque terminaram, mas sentia- se traída com ela mesma, como amava um e passou a noite com uma pessoa que nem ao menos conhecia? Como gostava e se orgulhava disso há alguns meses atrás? Era patético!

Antes mesmo que pudesse se recuperar, sábado chegou e junto dele o cair do dia e consequentemente o desfile. Este seria no terraço de um hotel do centro do Rio de Janeiro. Carla fugia de Tom o quanto podia e dava graças a Deus por ele não poder abrir a boca ao seu lado na passarela. Somente um milagre para salvar sua noite.

Adriana: Tudo certo? — chegou perto de Carla sorridente.

Carla estava perfeita, num vestido em cores pastel, delicado e simples e uma sandália cravejada por brilhantes. Carla teria duas entradas, uma com este vestido e a outra com um outro vestido um tanto mais provocante.

Carla: Tudo... — sorriu tristonha.

Adriana: Sabe o milagre que você disse que queria hoje? — olhou para Carla sorridente, ela acenou com a cabeça. — Primeira fileira, lado direito. — deu um sorriso ainda mais aberto. — Vai começar, boa sorte querida. — deu um beijo na testa de Carla.

Adriana a colocou ao lado de Tom que quando foi abrir a boca para falar algo, a música anunciando o começo do desfile começou a tocar. Carla respirou fundo e por mais uma vez entrou na passarela.

Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora