Na manhã de segunda-feira, Carla e Arthur despediram- se de Beatriz, José e Thaís sorridentes.Carla sorria de um modo tão feliz que estava surpreendendo até Beatriz. Não que estivesse gostando de José ou Thaís irem embora, mas não conseguia dominar a alegria de ver Beatriz finalmente saindo de seu pé e da vida dela e de Arthur, mesmo que seja por alguns dias a mais.
Thaís abraçava Carla chorosa em deixar Mônaco ou Rafael e era apoiada pela cunhada que dizia que em breve os dois se veriam novamente, por uma questão de sorte moravam no mesmo pais, na mesma cidade, apenas alguns minutos os separavam.
José despediu-se de Arthur desejando cuidado e juízo, assim como para Carla e falou que os veria em breve. Já Beatriz não queria embarcar de modo algum no helicóptero que os levariam até Nice, abraçava Arthur e fazia seu drama rotineiro, alfinetando Carla a cada palavra que saía de sua boca. Após muitas recomendações como se Arthur fosse um menino de dez anos, enfim embarcaram. Não antes de ouvir Thaís dizer a Arthur:
Thaís: Está tudo preparado, aproveite. — piscou a ele que sorriu e abraçou a irmã, para logo depois ver o helicóptero decolando, enquanto abraçava a Carla que estava curiosa, mas não fez pergunta alguma, pois sabia que não obteria resposta alguma.
Mais tarde, despediu-se de Raquel e Alonso que voltariam para a Espanha e logo depois voltariam para a França, para umas reuniões com a equipe de Alonso. A conversa das duas se resumiu a promessas de visitas no Rio de Janeiro e que Carla iria ver um show dela dali algumas semanas. Carla abraçou ela com todo carinho e se despediu sentindo uma pontadinha no coração, pois realmente tinha se apegado a Raquel e a adorado.
Boninho foi logo depois de Alonso e Raquel, mas este Carla tinha a certeza que veria dali alguns dias no Rio de Janeiro. E aos poucos o circo de luxo da Fórmula 1 ia dando espaço para as ruas limpas e povoadas pelos ricaços. Carla via da varanda os iates deixando a marina e Mônaco ficando do jeito que ela sempre imaginou, calma, bela e maravilhosa. Tinha certeza que agora que começaria a parte boa daquela viagem!
Carla: Quarta feira, no máximo. — prometeu a Sarah que estava ficando impaciente com a demora da amiga.
Queria saber de tudo o que tinha acontecido, palavras ditas pela loira que faz o coração de Carla apertar, pois mal sabia ela que nem tudo foram flores.
Sarah: Ok, ok, eu vou esperar, mas Carlinha o que pretende fazer amanhã? — perguntou ouvindo um suspiro pesado da amiga.
Carla: Não posso fazer nada, não conheço nada aqui e mesmo que quisesse fazer uma surpresa, teria que assaltar um banco. — ao falar aquilo, ouviu a gargalhada de Sarah do outro lado da linha. — E outra, não vou me prender a datas.
Sarah: É um mês de namoro Carla! Tem que ter alguma comemoração.
Carla: Eu conheço ele há muito mais que um mês. — revirou os olhos. Estava apenas tentando se preparar para uma decepção amanhã, por mais que quisesse alguma coisa em especial, não teria.
Sarah: Onde o Arthur está?
Carla: Reunião. — rolou os olhos novamente, entediada com o filme que passava em francês do qual não entendia absolutamente nada. — E é só por isso que prolongou a viagem, tem algumas reuniões de trabalho. E ah Sarah, quando fizermos um ano comemoramos!
Sarah: Você não existe. — começou a rir da falta de romantismo da amiga.
Conversaram por mais alguns minutos, Carla desligou rápido ou mais um pouco deixaria escapar alguma coisa sobre Luan, já que a loira não parava de perguntar do namorado que em poucas horas estaria chegando no Rio de Janeiro como se nada tivesse acontecido.
Ligou para sua casa e falou um pouco para sua avó, explicando o que aconteceu com Arthur e ficando surpresa em saber que o desmaio dele foi divulgado como uma quase morte pela mídia. Falou também de como é Mônaco, do jantar com o principado e de A e Raquel. Pela primeira vez em tantos dias, pode falar com as pessoas queridas, com a calma que elas necessitavam, sem ter que falar rápido por estar atrasada ou algo do tipo. Sua vida tinha virado de cabeça para baixo em poucos dias e teve que se fazer de desentendida quando sua avó perguntou se era isso mesmo que queria para sua vida.
Carla: Eu amo ele vovó. E ah, eu tenho que desligar ok? Manda beijos para a mamãe e diga que estou com saudades. Eu amo vocês. — e desligou antes mesmo da avó falar alguma coisa.
Jogou o celular para o lado e deitou na cama. Amava Arthur e isso bastava. Somente isso. Amor. Amor. Amor. Carla e Arthur. Apenas isso. E o amava. Bastava. Bastava mesmo?
Adormeceu com essa pergunta tão intragável em sua cabeça, quando abriu os olhos incomodada com um barulho que vinha do banheiro viu que estava escurecendo já. Levantou da cama em um pulo, assustada. Entrou no banheiro e relaxou ao ver Arthur pegando do chão as coisas que tinha derrubado da bancada da pia. Ele sorriu encabulado, como uma criança que foi pega fazendo travessuras e Carla não deu nem teve resposta, apenas puxou ele do chão e se jogou em cima dele, era irrevogável o amor, a paixão, o desejo que sentia por Arthur.
Ele não entendeu, apenas aproveitou as sensações enlouquecedoras e delirantes que passava com Carla. Se Arthur estava confuso, Carla estava ainda mais, não sabia o porquê de tudo aquilo, talvez buscasse uma resposta, uma prova que tudo aquilo era amor, amor verdadeiro, amor de conto de fadas. E ficou satisfeita ao saber que encontrou sua resposta, não importava o quanto fossem os problemas que teria o melhor presente que poderia ganhar na vida.
De noite, foram jantar em um pequeno restaurante em Saint Michel, uma parte calma de Monte Carlo, apesar das piadinhas maliciosas de Arthur que dizia ter sido atacado pela tarde deixando Carla completamente sem graça, aproveitaram para namorar um pouco e se divertir com a música estranha que foi cantada por uma dupla estranha.
Arthur com mais uma de suas surpresas levou Carla para um Jardim Exótico, no bairro de Moneghetti, este que de verdade demorou mais de uma hora com a altíssima velocidade de Arthur para chegar. O tempo valeu pela visão e por todo o clima romântico, para falar a verdade não dava para ver nada na visão, mas ficar encostada em Arthur em um banco de praça tomando um vinho direto da garrafa comprado por ele no restaurante, era uma coisa completamente perfeita e o que seria para muitos tediosa, para o casal estava sendo mais um dos momentos indescritíveis que passavam juntos.
Ele nunca tinha tido a chance de ter um namoro em que apenas o fato de estar ao lado da pessoa bastava, sempre haviam viagens, jóias caras, restaurantes caríssimos no meio para deixar as outras garotas felizes, mas com Carla, as coisinhas pequenas, os olhares, o modo como apenas o fato de estar juntos bastava era indescritível.
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Carla: Eu juro que ainda mato você. — revirou os olhos para Arthur que a puxava da cama.
Ouviu a gargalhada dele e sorriu, sentando na cama e vendo o quarto ainda com as cortinas fechadas e Arthur já arrumado com uma calça jeans e camiseta azul simples.
Carla: Onde vai? — bocejou e se jogou novamente sobre o travesseiro.
Arthur: Vou sair. Er... Reunião. Mais tarde eu estou aqui, ok? — deu um sorrisinho nervoso para ela que o olhou desconfiada.
Carla: Tem certeza?
Arthur: Por que está dizendo isso?
Carla: Por nada. Não demora, tá? — deu um selinho nele que sorriu e levantou da cama.
Arthur: Ok, patroa. — gargalhou e deu um beijo na testa dela, para logo depois sair do quarto.
Carla bufou e sentou na cama. Ele não tinha lembrado. Nem dado um sequer "Parabéns". Bom, desde quando era importante comemorar um mês de namoro? Era uma data importante para casaizinhos felizes. Eram felizes certo? Mas precisavam ser casaizinhos felizes? Ok, quem estava tentando enganar? Preferia ser um daqueles casais melosos, não que ela e Arthur não fossem, mas um casal com comemoração de aniversário de namoro!
Levantou da cama irritada, não iria conseguir dormir mais, abriu a porta de vidro da sacada e ficou por algum tempo olhando para o mar e para a avenida movimentada de carros conversíveis em plena dez horas da manhã. Era um lugar incrível, que moraria sem sombras de dúvidas.
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Arthur: O Piloto 🏎
FanfictionSinopse : Fórmula 1. Um mundo tão exclusivo, seletivo, luxuoso e nobre para poucos abastados e suas escuderias. Um mundo onde mulheres eram meras coadjuvantes. Para Arthur Picoli, o atual tri campeão mundial e queridinho do mundo, as corridas eram...