Arthur: O Piloto 🏎

Capítulo 47 : 🏁

No domingo, Helena não pode conter a surpresa assim que viu Carla e Sarah sentando-se ao seu lado no sofá minutos antes de começar o GP da Hungria. Mara que arrumava a mesa do café da manhã torceu o nariz, estranhando a presença das duas, tanto pelo horário da manhã, quanto pelo motivo.

Carla e Sarah sorriram para Helena e Mara como se nada estivesse errado e a senhora continuava com os olhos arregalados e a boca aberta, cumprindo o combinado de ver juntas a corrida com Helena, já que não sabiam nada de Fórmula 1 além do nome de seus pilotos.

Carla estava tão animada, que sentia vontade de pegar uma corneta e sair gritando o nome de Arthur pela cidade, mal se importando que pareceria ridícula, apenas queria que tudo desse certo para ele na corrida. Sarah ao seu lado, estava tão animada quanto, embora torcesse para Viana ganhar, por mais que gostasse de Arthur, ela tinha que dar um apoio ao seu amigo colorido.

Helena: Alguém pode me falar o que está acontecendo aqui? — perguntou enquanto mirava as duas completamente perplexa.

Carla: Viemos ver a corrida com a senhora. — abriu um sorrisinho e colocou o boné da Ferrari que estava em cima da mesa de centro. Sarah também sorriu, assentindo.

Helena: Alguém fez lavagem cerebral em vocês duas? Nunca em toda a minha vida achei que presenciaria uma coisa dessas.

Carla: Ah, trabalhar no autódromo mudou meu conceito sobre Fórmula 1. — deu de ombros e Helena a fitou chocada.

Sarah: Eu que o diga. — olhou de canto para a amiga que começou a rir.— Lú! — berrou para a televisão assim que passou a imagem de Luan Viana colocando o capacete e logo em seguida entrando no carro.

Helena: Lú? — arqueou a sobrancelha, ainda mais perplexa.

Carla: Sarah, se interessou mesmo por Fórmula 1! Andou pesquisando sobre os pilotos e descobriu que o apelido do Luan é Lú. Não é Sarinha? — engoliu em seco, mal acreditando que tinha inventado aquela desculpa idiota e Sarah dado aquele furo.

Sarah: Isso mesmo! Lú!

Helena: Vocês duas estão me assustando...

Sarah: Dona Helena a senhora torce para o Lulu né? — perguntou completamente melosa e Helena arregalou os olhos, enquanto Carla revirou os olhos, por Sarah inventar a cada minuto um apelido mais idiota que o outro para Luan.

Helena: Deus me livre! — fez o sinal da cruz. — Meu sobrenome é Picoli, Sarah.

Sarah: Tecnicamente poderá ser. — olhou para Carla sorrindo sarcasticamente e Carla engasgou.

Helena: Como?

Carla: Ela quis dizer que... Que bem, eu torço pelo Arthur agora.

Helena: Meu Deus do Céu! Cadê minha neta? A verdadeira!

Carla: Bem aqui! — abriu um sorriso tentando disfarçar aquele clima estranho e olhou para a televisão e viu a imagem mudando para o Box da Ferrari.

Seu coração parou de bater no exato momento que viu os olhos de Arthur pela viseira do capacete. Os olhos dele brilhavam como de uma criança que acabou de ganhar seu presente de Natal e naquele momento percebeu o quanto aquilo tudo era importante para ele, mesmo depois de anos de carreira estava ali... Nervoso e ansioso como se fosse sua primeira vez guiando um carro de Formula1. Percebeu que ele olhava para uma tela colocada na frente dele e falava com alguém que não pode reconhecer, ao seu lado. Sentiu uma cutucada de Sarah e olhou para a amiga, ela estava sorrindo e lhe apertou a mão como num gesto de força. Como que se fosse ela que estava lá naquele autódromo, arriscando a própria vida.

Helena: Tudo bem Carlinha? Você ficou pálida. — olhou para a neta que olhava fixamente para a televisão, não perdendo um movimento qualquer de Arthur.

Sarah: É a emoção de ver o Arthur! — gargalhou.

Carla: Não é nada. Me dá medo esse bando de gente arriscando a própria vida.

Helena: Ah querida, sempre tão... Humana! — acariciou o cabelo de Carla, que apenas assentiu e se preparou para o início da corrida.

Durante as quase duas horas de corrida, Carla sentia que estava prestes a desmaiar, não conseguia respirar e muito menos sentia as batidas do coração, estava nervosa, como há muito tempo não tinha ficado.

Para a felicidade de Sarah, Luan ganhou a corrida depois de Arthur ter rodado na pista após ser tocado por um outro piloto, com ele não aconteceu nada já com a Carla, ficaria alguns dias bem rouca devido ao berro estrondoso que deu assim que o viu rodando feito um pião ali na pista.

Sorriu assim que ele saiu do carro com a cara dele, insatisfeito com seu 5º lugar na corrida. A mesma reação quando seu carro parou do nada no treino da corrida anterior, aquela cara de menino mimado quando não ganha algo.

Helena também não estava nada feliz com a posição de Arthur, aquela corrida era para ser dele. Sarah pulava e berrava por Viana ter ganhado, era uma emoção que somente ela podia descrever, queria estar lá para dar os parabéns e o abraçar. Carla nem se importava com a posição que Arthur cruzou a linha de chegada, apenas agradecia aos céus por ele ter chegado, sem nenhum arranhão.

A imagem foi para Arthur com os olhos cheios de lágrimas indo em direção ao Box da Ferrari, o macacão já estava aberto e caia em sua cintura o deixando com uma regata. Ao seu lado apareceram três pessoas, uma delas lhe dando uma garrafa de água e outra para o desespero de Carla, Boninho.

Helena: Opa! — deu um grito, apontando para a televisão e Carla deu um pulo do sofá de tão assustada. — Esse cara aí que apareceu agora parece aquele homem que veio te buscar no dia que você foi viajar, Carla?

Carla: Como? — engasgou, um tanto assustado e olhou para Sarah que arregalou os olhos, preocupada com a situação da amiga.

Carla: Não vovó! Lógico que não! Mas olha, os dois se parecem. — fez uma vozinha doce e ao fim sorriu amigavelmente para a avó

Mara: Carla... — disse olhando para a filha com um olhar reprovador. — Espero que não esteja nos escondendo nada.

Carla: N—Não... Eu não estou. — gaguejou e assentiu para a mãe, que apenas deu de ombros e voltou a fazer suas coisas.

Sarah: Quem deras a Carlinha conhecer o engenheiro do Arthur, assim poderíamos conhecer aquele gostosão.

Carla: O que você disse Sarah? — virou o rosto para a amiga, demonstrando todo seu ciúmes.

Sarah: Prefiro o meu Lú. — deu de ombros e continuou pulando pela sala comemorando a vitória de Luan.

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