CARLA
Do outro lado do Atlântico, em território brasileiro, o televisor estava ligado em último volume naquela casa de um bairro comum de classe média, a casa embora nada sofisticada, era aconchegante e abrigava uma senhora, que naquele momento, olhava para a televisão com os olhos vidrados, como seus companheiros apenas um balde de pipoca e a bandeira da Ferrari em cima do sofá.
Carla, uma jovem modelo de olhos castanhos, saiu da cozinha e passou pela sala, vendo sua avó, Helena, com os olhos e o coração na mão novamente por aquela corrida. Era cômico ver o amor de uma senhora por uma corrida de carros, onde quase se matavam em busca do primeiro lugar. A paixão de Helena por corridas ultrapassou as telas e ela se casou com um piloto de corridas de carros, o avô de Carla. Morto há quinze anos, por um erro bobo em uma das corridas.
Desde o dia que perdeu seu avô, era raro o momento que Carla parava para assistir algo que envolvia carros passando dos duzentos quilômetros por hora, era algo que não a agradava, que colocava a vida de pessoas em risco por motivos idiotas e era o extremo de uma sociedade machista. Via quando era pequena. Criança porque pequena ela ainda era. Ela via com seus avós e primos, quando ainda tentava agradá-los, mas após tantas mudanças em sua vida, tinha coisas muito mais produtivas a fazer.
Carla: Não tem jeito mesmo, hein dona Helena? — deu um sorriso ao ver a senhora se assustar, logo depois de levar um beijo no rosto.
Helena: Carlinha, que bom que apareceu, senta aqui comigo e vem ver a corrida, é o início do campeonato. — bateu no sofá, ao lado dela e Carla negou com a cabeça.
Carla: Não tenho paciência para ver essa briga de comadres, vó. — revirou os olhos e Helena a olhou
Helena: Menina não fale assim! É muito feio dizer isso, sabia?
Carla: Ok, Vó. Quem está ganhando? —- sentou—se no sofá, resolvendo fazer a vontade da avó.
Helena: Como quem? Lógico que é o Arthur! Esse menino é bom, meu Deus, ele vai longe! — os olhos dela miraram orgulhosa a televisão, que passava a imagem de Arthur na liderança da corrida.
Carla: Ah o brasileiro? — deu outra mordida na maçã, não dando importância alguma para a corrida, muito menos toda a badalação em cima do nome daquele piloto.
Helena: Sim! O orgulho da minha vida!
Carla: Se duvidar você gosta mais desse tal de Arthú do que de mim. — fez-se de ofendida e ouviu uma risadinha de Helena.
Helena: Deixa de ser dramática Carla! Agora fica quietinha e vê a corrida com a vovó. — ajeitou-se no sofá e voltou a prestar atenção na corrida. Carla bufou levantou do sofá.
Carla: Viu minha mãe?
Helena: Foi ao supermercado, disse que era rápido.
Carla: Está bem. Vou para o meu quarto. — deu um beijo no rosto gordinho de Helena e subiu correndo a escada em direção ao seu quarto.
Helena: Vai Arthur! — gritou para a televisão após Arthur fazer a melhor parcial da corrida.
Carla do seu quarto ria da avó. Não tinha a mínima paciência para ficar se prendendo a televisão, ainda mais se fosse para ver uma corrida. Que importância ela teria naquele mundo? Os pilotos além de serem esnobes, já estavam podres de ricos, ou seja, os fãs não eram nada naquele meio.
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Arthur: O Piloto 🏎
FanfikceSinopse : Fórmula 1. Um mundo tão exclusivo, seletivo, luxuoso e nobre para poucos abastados e suas escuderias. Um mundo onde mulheres eram meras coadjuvantes. Para Arthur Picoli, o atual tri campeão mundial e queridinho do mundo, as corridas eram...