Capítulo 155 :

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No dia seguinte, à tarde Carla recebeu alta do hospital e muitas recomendações de Dr. Oliver, como não abaixar bruscamente, pegar peso e nem tomar banho de banheira ou piscina por duas semanas, por causa do aborto. Foi avisada que dentro de dois meses poderia engravidar de novo, não que quisesse, mas seu corpo já estaria saudável novamente.

Ao voltar para o apartamento recebeu calorosamente as boas vindas de Mário Sérgio e Junior, aguentando os gritos de Beatriz com os bichinhos por pular em Carla. Respirou fundo, tinha que manter a calma com Beatriz, ela estava ali para ajudar, não seria tão má ao ponto de fazer alguma coisa no estado que se encontrava.

Carla foi tomar banho enquanto Beatriz disse que iria preparar uma sopa para ela comer. Será que mesmo não demonstrando ela não estaria sofrendo por ter perdido seu primeiro neto? Beatriz também não poderia ser tão sem coração assim.

Beatriz: A sopa está pronta. — entrou no quarto avisando Carla que terminava de pentear o cabelo molhado. — A secretaria está com dez mensagens de suas amigas e sua família. Acho melhor retornar, elas estão bem preocupadas com você.

Carla: Tudo bem. Eu vou ligar mais tarde. — deu um sorriso fraco e então saiu do quarto com Beatriz, que a ajudou a descer a escada.

Beatriz: Você estava de quantas semanas? — tentou puxar assunto enquanto jantavam em silêncio. Carla olhou para ela seriamente e suspirou.

Carla: Dona Beatriz, eu gostaria muito que você não tocasse mais nesse assunto, por favor.

Beatriz: Ah claro. — respirou fundo e então voltou a comer. — Vocês não tem uma empregada? — voltou a puxar assunto novamente.

Carla suspirou, será que ela não estava vendo que não queria papo?

Carla: Não. Nos viramos bem sozinhos.

Beatriz: Mas Arthur me contou que você não sabe cozinhar, nem limpar casa, nem nada!

Carla: Uma diarista vem aqui uma vez por semana para limpar. E quanto a comida quase não paramos em casa, então não é necessário ter alguém aqui.

Beatriz: Se quiser eu posso...

Carla: Não precisamos, estamos bem assim. Obrigada. — fuzilou Beatriz e então terminou de comer, retirou a mesa antes que ela falasse mais alguma coisa e colocou a louça na máquina. — Se não se incomoda, vou subir e ligar para minha mãe e minha amiga. Com licença. — despediu-se de Beatriz que via televisão na sala, quase correndo para não ter que ficar fazendo sala para a querida sogrinha.

Falou um pouco com sua mãe, aparentemente desolada com o que tinha acontecido com a filha. Já sabia desde o ocorrido na banheira por Arthur, mas ouvir sua filha no telefone chorando e implorando para que venha à Milão, era uma coisa completamente torturante.

Com Sarah as coisas foram um tanto... Tensas. Ela que também já sabia por Arthur, não sabia nem o que dizer para Carla. O que falar para a amiga em uma hora dessas? Foi melhor que podia ter acontecido? Choraram juntas no telefone, sem dizer absolutamente nada, separadas por muitos quilômetros de distancia.

No sábado de manhã Carla acordou cedo, com alguns gritos de Beatriz vindos da sala. Bufando foi tomar banho e trocar de roupa e então ligou-se no automático para olhar para o rosto simpático de Beatriz em plena nove e meia da manhã.

Tinha se passado dois dias desde que saiu do hospital e a maioria destes passava o maior tempo que podia em seu quarto, ouvindo musica, falando com suas irmãs, com Sarah que estava quase sendo obrigada por Luan a continuar em Cingapura. Enfim, fazia de tudo para não estar perto de Beatriz. Não aguentava mais as criticas que fazia ao apartamento, à decoração, as plantinhas da sacada, o jogo de pratos ou a falta de zelo de Carla por Arthur. Preparar comidinhas para Arthur literalmente não estava em sua agenda.

Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora