Arthur: O Piloto 🏎

Capítulo 126 :

Quatro meses haviam se passado desde a volta de Carla e Arthur ao Rio de Janeiro. E nem tudo estava mais como antes. Setembro.

O campeonato de Fórmula 1 estava entrando em sua reta final, restavam apenas dois meses para o final e algumas corridas para Arthur ser campeão pela quarta vez do mundial. Estava em primeiro e em segundo Viana e uma vantagem de somente dez pontos separavam o Viana de Arthur. Com as corridas em um curto espaço de tempo, várias reuniões e treinos, Carla não conseguia mais estar com Arthur com tanta frequência.

Era difícil ele vir ao Brasil e passar alguns dias e com seu trabalho não poderia estar sempre acompanhando ele às corridas. Sentia falta de dormir e acordar junto dele, de suas surpresas, de ficar incomodada com o assédio dos fãs em cima dele, de sair e estar com ele. Mesmo com o casamento de Bianca chegando, há menos de um mês, não conseguia manter- se totalmente concentrada em algo, nem em seu trabalho. Sempre faltava algo. Sempre faltava Arthur.

Sabia que ele também sentia falta de seu país, de sua casa, de seus pais, de Thaís, dela. Viver sozinho como estava vivendo, sendo que haviam várias pessoas esperando por ele em seu país, somente trabalhando, o atingia, mas não podia fazer absolutamente nada, aquele era seu trabalho e amava o que fazia. Não esteve presente no nascimento de Victor e Carla teve toda a certeza que foi uma das coisas que ele mais sentiu. O menino, agora com dois meses, está para ser batizado, mas a cerimônia foi remarcada três vezes pela agenda lotada de Arthur e novamente está marcada para dali a uma semana, após Arthur falar que terá uma semana de folga e irá ao Rio de Janeiro.

Às vezes tinha vontade de fazer como Sarah, pegar suas coisas e ir de vez com Arthur, assim como a loira fez com Luan e agora estão morando juntos em Londres, felizes. Após Mônaco, vendo a amiga tão feliz e empolgada com ele, não teve coragem de falar sobre o que viu na viagem, entre Sophia e Luan, apenas deu um voto de confiança para ele, apesar de ainda ter todos os motivos do mundo para desconfiar.

Sabia que sua amiga estava feliz e isso era o que importava, se Sophia não estava em seu caminho e nem de Sarah, não havia motivos para brigas. E é quando tudo está no topo, que começa a desmoronar.

Sarah: É a milésima vez que eu te falo, pegue suas coisas e se mande com o Arthur. — disse às vésperas da largada do GP da Inglaterra, este que Carla teve que ir, já que não aguentava esperar uma semana para ver Arthur no batizado de Victor. Carla suspirou e olhou para Sarah.

Carla: Muitas coisas me prendem no Rio de Janeiro, Sarah. Minha mãe e minha avó, minha família, meu trabalho...

Sarah: Você acha que irá aguentar isso pelo resto de sua vida Carla? Ficar separada do Arthur? — perguntou seriamente e Carla engoliu em seco.

Carla: Como vou jogar tudo o que consegui para o alto para viver com ele? Como vou abandonar... — parou de falar e respirou fundo, evitando a começar a chorar ali, no meio do Box da Ferrari.

Sim, Sarah estava dentro do Box da Ferrari. E pouco se lixava dos olhares raivosos e mortais que mandavam para ela ali, estava ali por Carla. Claro que isso fazia a festa dos paparazzis, a namorada de Luan Viana sendo melhor amiga da namorada de Arthur, ambos inimigos. E toda aquela curiosidade dos repórteres, não estava longe de acabar.

Sarah: Você o ama e sabe que isso está acabando com você e ele. Coloque em uma balança e pense. — se calou e olhou para a televisão, vendo a largada.

Luan ganhou e Arthur ficou em segundo. Sarah saiu do Box e foi para o Box de Luan para esperá-lo, deixando Carla ainda pensativa no Box. Arthur entrou e nem ao menos falou com ela, foi direto ao motorhome tomar banho. Carla revirou os olhos e começou a se preparar para aguentar mais um dos ataques de Arthur.

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Exatamente uma semana depois, estavam reunidos para a cerimônia do batismo de Victor. Carla segurava o menino, que nem ao menos fazia um ruído para o Padre que banhava sua cabeça, ao seu lado estava Arthur segurando uma vela de batismo e sorrindo para o menino que ria. Pocah e Ronan estavam ao lado do casal, emocionado pelo filho. Após a cerimônia, todos foram para a casa de Pocah e Ronan, onde seria dado um almoço em comemoração ao batismo do pequeno.

Carla estava sentada no jardim com Victor em seu colo, que apesar da pouca idade era esperto e ria por pegar o cabelo de Carla em suas mãozinhas. Carla olhou para frente, vendo Pocah reunida com suas amigas e de pé conversava com Sophia. Fazia um bom tempo que não via a loira, mas já estava preparada para este encontro, por Sophia ser amiga de Pocah. Virou o rosto e viu do lado oposto, Arthur e Ronan conversando. Este que pareceu ver o seu olhar sobre ele e saiu de perto de Ronan, sentando ao seu lado e logo pegando a mãozinha de Victor e começando a brincar com o menino.

Arthur: O que foi? — olhou para Carla que deu um sorriso para ele.

Carla: Nada. Apenas estava olhando para você. — os dois sorriram.

Arthur: Viu quem está aqui?

Carla: Sophia? — levantou uma sobrancelha e ele balançou a cabeça. — Já a vi sim. — rolou os olhos.

Arthur: Ronan me falou que ela está furiosa por você ter sido a madrinha do Victor e não ela que conhece Pocah há muito mais tempo e sem dúvidas é mais amiga. — Revirou os olhos.

Carla: Eu não pedi... — abriu a boca indignada.

Arthur: Pocah te escolheu porque sabe que será uma boa madrinha. — sorriu e logo ficou em silêncio por um tempo. — A Thaís não desgruda mais desse menino. — desviou os olhos para Thaís e Rafael. Carla olhou para onde ele olhava e viu Thaísjunto de Rafael, ambos falando com Pocah.

Carla: Deixa de ser ciumento! — sorriu.

Arthur: Preciso falar algo muito sério com você. — disse seriamente e Carla parou e olhou para ele, já começando a ficar preocupada.

Carla: Pode falar.

Arthur: Não agora, aqui não é lugar. — sorriu e deu um beijo na testa de Carla e logo saiu de perto dela, indo falar com Gui que o chamava.

Carla soltou o ar, o que de tão sério Arthur queria falar com ela? Ele estaria com algum problema? Ou... Queria terminar?

Arthur não desgrudava de Thaís, deixando totalmente impossível alguma chance de falar sequer uma palavra com Rafael. Carla tentava puxá-lo de perto dos dois, mas era algo um pouco, muito para dizer a verdade, complicado. O almoço estava quase ao seu fim, quando enfim deixou Thaís do lado de Carla , que foi obrigada a ficar no meio de Rafael e a menina, enquanto Arthur jogava cartas com Ronan e mais alguns homens presentes na festa.

Carla: Vão lá para dentro logo, ninguém merece ficar aqui no meio de vocês o dia inteiro. Vão. — falou com os dois que olharam assustados para Carla.

Thaís: Mas o Thur..

Carla: Vão, eu vou no quarto do Victor ver se a Pocah precisa de alguma ajuda. — levantou da cadeira e olhou para os dois que ainda estavam sentados. — Vão ficar ai é?

Perguntou e assim os dois deram um pulo da cadeira onde estavam sentados e entraram para dentro da casa com ela. Carla piscou para Thaís e subiu a escada que dava acesso ao segundo andar da casa.

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