Capítulo 77 :

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Arthur: Se não quiser falar, está tudo bem. — beijou o topo da cabeça dela.

Carla: Desculpa Arthur. Eu nunca... Eu nunca imaginei que ela iria fazer aquilo. Meu Deus, que vexame! — colocou a mão na cabeça e ele sorriu e abraçando de novo enquanto sentaram na cama.

Arthur: Minha mãe fez uma coisa bem pior. — passou a mão pelo longo cabelo dela e Carla o abraçou novamente.

Carla: Acho que estamos quites então. — sorriu e passou as mãos nos olhos novamente. — Acho melhor eu te contar de uma vez.

Arthur: Você se sente bem? — perguntou preocupado. Carla sorriu e lhe deu um beijo de leve.

Carla: Claro.

Arthur: Então me conte... Quem é Fernando? — olhou para Carla que suspirou e ajeitou-se na cama.

Carla: Meu primo... Filho da Kelly.

Arthur: Mas por que todos ficaram daquele jeito?

Carla: Ok, eu vou contar tudo. Mas por favor, não seja tão duro comigo ok?

Arthur: Está bem.

Carla: Eu e o Fernando sempre fomos criados juntos, então passamos boa parte da infância juntos. Quando eu tinha por volta de quinze anos os hormônios estavam a todo vapor então... Bom, eu fiquei com ele. Estava começando como modelo e tinha acabado de conhecer a Sarah, ela era a única que sabia. Com o passar do tempo eu e ele resolvemos ter um compromisso mais sério, mas tínhamos medo da família descobrir. — suspirou lembrando-se de Fernando, seu primeiro amor, seu primeiro homem e sua primeira desilusão.

Arthur estava prestando atenção, com o olhar fixo em Carla, mas a sua expressão era totalmente inexpressiva.

Carla: Resolvermos arriscar e começamos a namorar. A Sarah nos dava o maior apoio e com o tempo a Bianca descobriu e logo depois a Lara. Até aí estava tudo sobre controle... Quase dois anos de namoro e a família descobriu... Foi um choque para todos. Meu pai não aceitava de jeito nenhum, assim como minha avó, enfim todo mundo. Minha tia chegou um dia a falar que eu matei meu pai de desgosto... — suspirou novamente e tentava se manter forte para não sucumbir na frente de Arthur.

Carla: Minha mãe chegava a me trancar no quarto para eu não sair, eu entendia o lado dela... Mas, era muito difícil para mim entender. Eu o amava de verdade e estava disposta a tudo por ele, enfrentei a família e tudo por causa dele e ele nunca fez nada por mim. A minha tia decidiu mandá-lo para a Espanha para a casa do pai... E ele foi.

Ela olhou para Arthur que estava ainda parado e meio que em choque. Resolveu de uma vez por todas terminar essa história.

Carla: Eu segui com a minha vida, até que no natal desse mesmo ano que ele foi para a Espanha ele voltou e veio para passar alguns dias... E trouxe a nova namorada dele. Ninguém pode imaginar o quanto eu sofri naqueles dias com ele e aquela menina. Minha vida virou uma loucura... Ele foi embora e faz anos que não o vejo. Minha vida passou a se resumir em festas, desfiles, homens e mais festas com a Sarinha. Até você aparecer na minha vida... — os olhos dela estavam cheios de lágrimas. Olhou novamente para Arthur que se recuperava aos poucos daquela história.

Arthur: Você ainda o ama? — perguntou do nada após quase cinco minutos de um silêncio profundo no quarto.

Carla: Não... — respirou fundo tristemente. — Eu não sei mais o que é amar e ser amada. — riu amargamente.

Arthur: Eu posso te ensinar... — olhou para ela com um sorriso de canto. Carla arregalou os olhos e antes de pensar em elaborar alguma palavra ouviu duas batidas na porta e logo Bianca colocou a cabeça para dentro.

Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora