Capítulo 36 :

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Quando se deu por si, Boninho já pulava para fora do carro, pois tinham acabado de chegar em sua casa.

Boninho: Chegamos. — desceu do carro e foi pegar a mala dela, enquanto Carla desceu do carro tropeçando e foi até Boninho que segurava sua mala com um sorriso no rosto. De repente, ela perguntou como ela tinha mudado sua opinião sobre ele tão rápido. Ele era uma graça!

Carla: Obrigada Boninho. Por tudo.

Carla abriu um sorriso agradecido e foi até ele, lhe dando um abraço. Ele se assustou, talvez não estivesse acostumada por demonstrações de carinho e meio sem jeito deu dois tapinhas no ombro dela. Ela o soltou e o olhou. Ele sabia tanto da vida de Arthur, poderia lhe dizer tantas coisas...

Carla: Boninho? — falou baixinho e ele a olhou atentamente. — O Arthur sai com muitas mulheres, não é? — não era bem aquilo que queria saber, mas era um começo. Ele arregalou os olhos e franziu a testa.

Boninho: Ele é bem jovem e solteiro, logo, acho que sim... É normal. — ainda com a testa franzida, buscou algum fundamento naquela pergunta dela, mas não entendia.

Carla: E elas sempre tomam o mesmo caminho que eu? — piscou várias vezes e respirou fundo. — Ele não vai mais me procurar não é? — juntou as mãos e começou a estralar os dedos. Boninho ao ouvir aquela preocupação tipicamente adolescente, abriu um sorriso.

Boninho: Menininha, você não é que nem as outras. Pode apostar que ele vai ligar. — fez um carinho na cabeça dela e Carla se sentiu como um cachorrinho. — Não se preocupe com isso, está tarde, você precisa entrar.

Carla: Obrigada. Até mais. — pegou sua mala das mãos dele e foi até a porta de casa e a abriu com a chave que estava em sua bolsa.

Ao sentir o cheiro de sua casa ela se sentiu em paz, já estava com saudades de ficar tanto tempo fora dela. Viu tudo apagado e sorriu, deixou sua chave em cima de um móvel, deixou a mala em qualquer canto da sala pois não iria conseguir subir com ela sem fazer barulho e não queria acordar sua mãe e sua avó. Subiu para seu quarto e foi tomar um banho para logo depois cair na cama num sono profundo onde os sonhos eram azuis como o céu de arraial do cabo e olhos claros.

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Adriana: "Carla, aqui é Adriana, essa é a décima mensagem que deixo no seu celular! Sabia que você tem que deixar ele ligado? Bom, o que interessa é que a propaganda com o Luan amanhã foi cancelada, ele escolheu a Sarah. Liguei para a Sarah e ela me disse que você está em Arraial do Cabo, então se ouvir isso antes de segunda-feira, não precisa voltar e não se preocupe. Até mais querida."

Não, Não e Não!

Não acreditava que Luan tinha cancelado a participação dela na propaganda por Sarah, não que ela se importasse pois ele que fosse ao inferno, mas se não fosse essa merda de propaganda ela ainda estava em Arraial dormindo agarradinha com Arthur, tomando sol na praia ou até mesmo andando de jetski! O que será que tinha feito de mal para merecer um castigo desses?

Achando a vida uma enorme injustiça jogou seu celular para o lado e levantou da cama vendo que já passava das dez da manhã. Trocou de roupa e resolveu que era hora de encarar a Inquisição Diaz.

Helena: Quem é vivo sempre aparece! — abriu um sorriso enorme assim que Carla apareceu na sala.— Carla Carolina, some por tantos dias e nem me chama quando volta, muito bonito. — fez um biquinho ofendido e Carla riu.

Carla: Oi Vó. — deu um beijo e um abraço apertado nela, sentando-se ao seu lado no sofá. — Desculpa, mas eu cheguei tarde ontem, você e a mamãe já estavam dormindo.

Helena: Tudo bem, mas que se dane, quero saber como foi. Tem que me contar tudo. — os olhinhos dela brilharam e Carla se sentiu mal, ela estava privando sua avó de conhecer a pessoa que ela mais admirava.

Carla: Foi legal, Arraial do Cabo continua maravilhoso. — olhou para a televisão com os olhos brilhando só de lembrar tudo o que viveu lá.

Helena: E seu namorado? — perguntou de uma vez e fez Carla engasgar. E começava a Inquisição...

Carla: Não tenho namorado. — revirou os olhos e Helena respirou fundo.

Helena: Me engana que eu gosto Dona Carla!

Carla: Viajei com minhas amigas, é sério. — fez uma carinha fofinha, mas não convenceu nem um pouco a senhora.

Helena: Meu amor, por que mente? Ele é feio? É deficiente ou o que? Por que está escondendo ele de mim e de sua mãe? Ou vai dizer que tem vergonha de nós? — começou a perguntar tudo de uma vez só e Carla ficou parcialmente perdida.

Carla: Não é nada disso vovó! — falou alto, enquanto ela ainda prosseguia com as perguntas. — Olha tudo bem, cansei de mentir. Eu fui para Arraial com uma pessoa que eu conheci, mas ele não é meu namorado, é apenas alguém que eu conheci...

Helena: Por que não falou antes então? — deu um tapinha na perna de Carla. — Então ele é o dono da Ferrari que veio te buscar?

Carla: Sim. — abriu um sorriso ao ver o entusiasmo dela por conta do carro.

Helena: E quem é aquele homem, o tal de Bernardinho?

Carla: É um amigo dele.

Helena: E quando vou conhecer essa pessoa que faz minha neta ficar com os olhos brilhando e esse sorriso besta no rosto?

Carla: Oi? — berrou, com os olhos arregalados. — Sinto muito mais você e mamãe não vão conhecer ele. Não é nada sério, foi apenas um amor bobo de praia. — revirou os olhos e Helena fez novamente seu biquinho sentido.

Helena: Só Deus! — revirou os olhos.

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