Capítulo 34 :

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Beatriz: Onde você estava Arthur? — foi a primeira coisa que disse assim que viu seu filho entrando na varanda de mãos dadas com Carla. Arthur respirou fundo e olhou para a mãe.

Arthur: Por ai... — tentou contornar a mãe e se livrar dela, mas Beatriz continuava em sua frente.

Beatriz: Preciso conversar com você Arthur... A sós. — imediatamente olhou para Carla de uma forma que ela se sentiu o ser humano mais pequeno de todo o mundo. Qual era o problema daquela mulher?

Boninho: Carla deixa te mostrar uma coisa... — pegou a mão dela e a levou para longe de Beatriz, pois era óbvio que Beatriz a esmagaria se ficasse mais um pouco por ali. Sentaram em uma mesa, perto da piscina e Carla respirou fundo.

Carla: Ela não gosta de mim? — perguntou a Boninho que deu um gole do Whisky e ergueu o olhar para ela.

Boninho: Bia não gosta de ninguém que se mete com o Arthur, principalmente se for mulher. Então menininha, quer um conselho?

Carla: Fale. — balançou os ombros e seu pensamento vagou para uma bronca.

Boninho: Não se deixe levar pela Beatriz, ela faz tortura psicológica com todos que se aproximam do Arthur. Tenta não se importar, por mais que seja difícil. — deu uma piscada para ela e voltou a beber.

Carla: Obrigada, vou tentar. — abriu um sorriso e sentiu-se agradecida por ele ter sido tão amável com ela nos últimos dias.

Horas depois Carla se enfiou dentro do quarto de Arthur para organizar sua mala, o sol já tinha ido embora e passava das sete da noite e logo mais após o jantar ela iria embora. Ao pensar novamente naquilo seu coração se apertou. Não queria de jeito nenhum ir embora. Deixar para trás aquele lugar maravilhoso, as pessoas legais que conheceu e principalmente deixar ele após tudo que aconteceu. Era difícil acreditar que há duas semanas atrás, ela estava indo completamente emburrada para a corrida e agora estava loucamente encantada por Arthur.

Fechou o zíper da sua mala e sorriu ao ver o modo como guardou as malas, Arthur morreria certamente se visse o que ela fez. Aquele maníaco por organização.

Deixou a mala em um canto do quarto e percebeu a estante no fundo do quarto, se aproximou e seu sorriso se triplicou ao ver as fotos de Arthur com a família, a maioria era com Thaís em países completamente distintos e que certamente ela nunca iria conhecer. Outras eram com amigos em praias e baladas, amigos como Ronan e Gui, amigo dele que chegou hoje pela tarde com duas loiras russas estonteantes a tiracolo.

Pegou uma foto dele sozinho, no alto de um pódio segurando um troféu e se perguntou como ele conseguia se tornar duas pessoas distintas. O Arthur ídolo, campeão de corridas e extremamente profissional e aquele Thur que ela conheceu nesse final de semana, apaixonado por sua família e pelos amigos, correndo, nadando, comendo, brincando naquele lugar que era seu refugio, seu lugarzinho no céu no meio de tantos problemas que ele vivia.

Ao final concluiu que ela tinha conhecido uma parte dele que todos aqueles que gritavam por ele no autódromo não conheceriam, ele era um lindo garoto encantador vivendo uma vida de gente grande.

Arthur: Hey. — a abraçou pela cintura, fazendo com que ela desse um gritinho de susto. Olhou para trás e ele estava com uma carinha linda, encostado com o rosto em seu ombro. — Eu não quero que você vá.

Carla: Eu tenho que ir. — fez um biquinho e ele revirou os olhos.

Arthur: Maldito Viana! Sempre atrapalhando minha vida. — desviou os olhos para a janela e Carla olhou para ele, parecia irritado. Desvencilhou-se dos braços dele e o tocou no rosto.

Carla: Não é culpa dele, é da agência. — deu de ombros.

Arthur: Tem tantos pilotos para fazer uma propaganda com você, como eu. Mas não, foram escolher justo o Viana. — revirou os olhos e ela sorriu, achando uma graça aquela ceninha dele.

Carla: Arthú! Para de fazer birra. Eu tenho que ir, mesmo não querendo. — deu de ombros e ele soltou o ar.

Arthur: Você é a única pessoa dessa casa que me chama de Arthú. — novamente a voz dele estava calma e ele voltou a abraçá-la pela cintura.

Carla: Força do habito. — corou no mesmo instante.

Não tinha coragem de chamar ele de Thur como todos ali o chamava, não tinha como, por mais que ela tivesse muito mais de Arthur do que boa parte das pessoas ali, a imagem dele de macacão vermelho nas corridas ainda a atormentava. Ele era Arthur Picoli, querendo ou não.

Arthur: Vamos jantar?

Carla: Sim. — abriu um sorriso e ele a puxou pela mão.

Logo desceram e se juntaram às pessoas na sala de jantar e começaram a comer, saboreando um risoto de camarão delicioso preparado pela cozinheira, durante o jantar conversaram e riram das histórias engraçadas de Ronan, Arthur e Gui. Carla sorria, se dando conta que ele era uma peste quando criança.

José: Nem me lembre! Foi o alto do meu dia ver vocês três chegando com um policial após ele ter pego vocês dirigindo meu carro com sete anos de idade. — ele colocou as mãos na testa, relembrando a história. Todos riram e olharam para os três.

Gui: Nem vem Zé, eu tinha dez anos. — defendeu-se.

José: Grande diferença Guilherme... — revirou os olhos e novamente as gargalhadas eclodiram no ambiente.

Ronan: Foi ideia do Arthur, ele não nega que é piloto, só parece ser feliz quando acelera alguma coisa. — revirou os olhos. — E alias, todos os problemas que eu me meti na infância foram ideia do Arthur.

Arthur: Agora a culpa é minha... — bateu as mãos na mesa, fazendo um drama. Ronan e Gui olharam para ele arqueando a sobrancelha e ele caiu na risada. — Digamos que eu era um pouquinho culpado.

Thaís: Pai, posso pegar seu carro também? — perguntou do nada e José arregalou os olhos, assim como todos os outros da sala.

José: Tente Thaís, tente. — falou entre dentes e todos riram.

Arthur: Não faz isso não Tha, você tem eu para ensinar você a dirigir. — piscou para a loirinha que bateu palmas, vibrando com a novidade.

Beatriz: Só por cima do meu cadáver Arthur! — grunhiu do outro lado da mesa e Thaís revirou os olhos.

Ronan: Thaís não nega a família. — olhou para a menina ue lhe deu um sorriso enorme.

Thaís: Lógico né Ronan! Tenho que seguir a tradição da família, porque eu duvido que a Carla queira correr. — olhou para Carla que estava pensando ainda em Arthur criança. Ao ver todos olharam para ela segurando os sorrisos, se ligou e franziu a testa.

Carla: O que? — perguntou a loira e ela apenas riu.

Thaís: Nada não cunhadinha. — piscou para ela e após uma olhada feia de Arthur ela voltou a comer quietinha.

O jantar terminou minutos mais tarde e as pessoas começaram a se dispersar, procurando algo agradável para fazer. Carla voltou para o quarto para buscar a mala junto de Arthur, que a deixou no hall da sala enquanto ela ia se despedir das pessoas que assistiam televisão na praia.

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Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora